𝑴𝒂𝒎𝒂̃𝒆

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LAURA

O lugar da festa está repleto de pessoas, alguns rostos conhecidos e outros que nunca vi.

O casal dança no centro, Ana Liz tem um olhar apaixonado e Gustavo um olhar perdido.

Temos livre arbítrio para escolher o que queremos, e quem seguimos, ele fez a escolha dele.

Uma vingança que falou mais alto que o amor.

Olho minha mão esquerda e visualizo minha aliança, um nó se forma em minha garganta.

Alguns se casam por amor.
Alguns se casam por dinheiro.
Alguns se casam por vingança.
E eu? Por quê casei?

Viro de uma vez a taça de champanhe.

— Deveria ir mais devagar.

Olho para trás e vejo um sorriso brincalhão no rosto de Heitor.

— Resolveu falar comigo?

— Vamos dançar? - pergunta mudando de assunto.

Olho para os casais dançando e percebo que dancei apenas uma vez na vida, e foi o pior dia dela.

— Aceito! - digo segurando sua mão.

Seguimos para o centro e começamos a dançar uma música lenta.

Vejo Gustavo olhar para nós e fechar a cara.

— No que está pensando? - pergunta próximo ao meu ouvido.

Heitor é um homem bonito e extremamente atraente.

— Em como a vida surpreende...

— Sim... - me olha nos olhos.

Encosto minha cabeça em seu ombro e pela primeira vez me permito esquecer de tudo, esquecer o mundo.

— Seu cheiro é tão bom...

Me perco em pensamentos.

Abro os olhos quando não escuto mais a música, todos estão olhando para nós e cochichando.

— Vamos ser o assunto da noite.

— Não me importo. - sorrir.

Um garçom passa e pego mais uma taça de champanhe.

— Vá devagar com a bebida...

— Ah, por favor!

Observo que Henrique está nos olhando com uma cara nada boa.

— Vou procurar a Stefane... nos vemos depois. - digo me afastando.

Heitor fala algo que não consigo compreender.

Quando vou saindo sinto alguém me puxar pelo braço.

— Não envergonhe meu filho.

— Envergonhar? O que eu fiz de errado? - falo um pouco alto.

— É uma mulher casada, se dê ao respeito.

— Me poupe... Sou uma mulher casada, mas não estou vendo meu marido. - falo com raiva e deboche.

Henrique acerta um tapa no meu rosto, as pessoas que estão próximas olham assustadas, algumas até começam a rir.

Vejo Estela, Ana Liz e Gustavo se aproximarem de nós.

— Está louco, Henrique? - pergunta assustada.

— Pai, estão todos olhando... por favor! - diz envergonhada.

Gustavo não diz nada, mas vejo raiva em seus olhos.

— Perdi a paciência com essa menina, ela agi como criança... Que falta meu filho faz para por você em seu lugar.

𝐀 𝐌𝐀́𝐅𝐈𝐀Onde histórias criam vida. Descubra agora