𝐀 𝐌𝐀́𝐅𝐈𝐀

𝑭𝒖𝒈𝒂 - 𝑷𝒂𝒓𝒕𝒆 1

LAURA

Tudo parecia um labirinto, o medo que assombrava meus dias e minhas noites mal dormidas.

Estou exausta e diversas vezes pensei em desistir.

Fugir, acho que sonho com isso todos os dias, sonhando em criar meus filhos longe daqui, longe desse mundo doentio.

— Está pensando em quê? - pergunta da varanda.

Saio dos meus pensamentos.

— O quê?

Ele me olha com raiva.

— Sua cabeça está aonde, em? - pergunta irritado - Não escutou nada do que falei...

— Desculpa... estava pensando na Ste.

Ele apaga o cigarro e vem até mim.

— Ela procurou isso, ficou grávida logo de quem. - diz sarcástico.

Olho para ele com raiva.

— Como se ela tivesse escolha. Nenhuma de nós tivemos, né?!

— Não adianta ficar assim, provavelmente Dimitri não deixará ela continuar com a gravidez. - diz e entra no banheiro.

Eu fico paralisada, não pensei nessa possibilidade, precisamos fugir imediatamente daqui, Stefane não aguentaria isso e muito menos meu irmão.

Saio do quarto e entro no corredor onde fica o quarto de Stefane, sei que essa hora Dimitri não estar.

Bato na porta 2 vezes e espero uma resposta, se passam alguns segundos e nada, resolvo entrar quando vejo que a porta está aberta.

Assim que passo pela porta meu coração para de bater tamanha dor que sinto, meus olhos se enchem de lágrimas, Stefane está cainda no chão sangrando, ela está com o rosto machucado e desmaiada, corro em sua direção.

— Aí, Meu Deus... Ste... SOCORRO! ALGUÉM ME AJUDE! - grito chorando.

Ninguém aparece, imagino que pelos quartos serem longe uns dos outros fica difícil alguém me ouvir, saio correndo e vou direto para meu quarto, entro desesperada gritando pelo Vitor.

— Vitor! Cadê você, porra?

Procuro no banheiro, closet e nada, não tem ninguém. Saio do quarto e desço as escadas tropeçando em meus próprios pés, vejo uma empregada passando.

— Onde está meu marido? - pergunto sem fôlego.

— A senhora está bem?

— ONDE ESTÁ MEU MARIDO? TEM ALGUÉM NESSA MALDITA CASA? - grito angustiada.

Só de lembrar que Stefane está lá em cima desacordada, fico desesperada.

Ela se assusta um pouco com meu tom de voz.

— N-n-não senhora, o senhor Vitor acabou de sair... e os demais não estão, apenas o senhor Heitor que estar em seu quarto e pediu para não ser incomodado.

Subo as escadas correndo, não gostaria de pedir nada para ele, mas terem que deixar isso agora de lado, chego em frente a sua porta e bato com força, mas ninguém responde.

Bato de novo com mais força e nada.

— HEITOR... SOU EU, ABRA A PORTA... PRECISO DA SUA AJUDA...

Ninguém responde, bato na porta novamente.

— Meu Deus, proteja a Stefane e esse bebê... HEITOR! SEI QUE ESTÁ AÍ, ME AJUDE...

De repente a porta se abre e ele aparece.