𝑽𝒐𝒍𝒕𝒂 𝒅𝒐 𝑰𝒏𝒇𝒆𝒓𝒏𝒐

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LAURA

Eu só queria morrer, queria sumir do mapa, me enfiar em um buraco e desaparecer.

Meu corpo doía, mas não mais que minha alma que estava em pedaços, o meu coração tão puro, estava sufocado de tanta escuridão.

Nem sei em que momento dormi, só despertei com a luz forte que vinha das janelas abertas, meus olhos doeram por ter chorado a noite inteira.

Com muita dificuldade levantei, senti minhas pernas fraquejarem por tamanha dor em minha parte íntima, senti algo pegajoso escorrendo entre minhas pernas, me forcei a andar até o banheiro, coloquei a banheira para encher e chorei, lembra-me que novamente meu corpo foi violado doía tanto.

Por um momento queria que ele estivesse aqui.

Entrei na banheira e senti meu corpo doer com o contato com a água gelada, respirei fundo e fechei os olhos.

Saí da banheira e me olhei no espelho, aparência cansada e olhos inchados, eu não vou cair, preciso ser forte.

Entrei no closet e me sentei em uma poltrona, uma fisgada estranha percorreu minha intimidade.

— Droga! Que inferno!

Depois de infinitos minutos chorando, limpei as lágrimas e procurei uma roupa, iria até o hospital ver o Vitor, todo esse tempo nunca fui visita-lo, evitava o máximo que pudesse na verdade.

Peguei uma calça e uma blusa de manga longa, já vestida me olhei uma última vez no espelho.

Agradeci mentalmente quando não encontrei ninguém no caminho, pedi para o motorista me levar e saímos a caminho do hospital.

Uma hora depois paramos em frente e desci, um arrepio estranho percorreu meu corpo.

Balancei a cabeça em negação e entrei, fui até a recepção e peguei um crachá de visitante.

Dentro do elevador, meu coração parecia que ia parar a qualquer momento, sentia nojo de mim e raiva, eu era fraca, inútil.

Parei no andar de seu quarto e saí seguindo em um corredor extenso, parei em frente a porta e respirei fundo antes de entrar, uma enfermeira trocava o soro e logo me viu.

— Bom dia, Senhora!

— Bom dia! - abri um pequeno sorriso.

Ela terminou o que fazia e se virou em minha direção.

— Vou deixar vocês a sós, qualquer coisa é só apertar o botão do lado da cama. - disse e saiu.

Me aproximei da cama e observei, ele estava com os olhos fechados e um pouco mais pálido, mas ainda assim sua beleza não passava despercebida, seus cabelos um pouco grande e a barba por fazer.

Me sentei em uma cadeira ao seu lado e peguei sua mão, estava um pouquinho gelada.

— Como posso sentir sua falta? - perguntei tristemente.

Minhas lágrimas começaram a descer involuntariamente.

— Tudo anda tão estranho sem você... várias noites sem conseguir dormir... medo me cerca por sua causa... estou destruída, suja, impura... acreditei que ele era bom... E no final ele é como você...

Segurei sua mão com força e chorei mais alto.

— Você precisa acordar para me tirar desse abismo, me fazer sentir algo... nem que seja ódio... eu preciso me sentir viva, sentir dor... estou doente, Vitor... a beira da loucura...

Digo desesperada.

— ACORDE... ME AJUDE... me ajude... por favor... você me protegia de um jeito estranho, me amava de um jeito estranho... se estivesse aqui comigo, nada disso teria acontecido... acorde, por favor...

𝐀 𝐌𝐀́𝐅𝐈𝐀Onde histórias criam vida. Descubra agora