Irei lhes contar uma história, antes de minha queda, antes da maléfica corrosão, quando ainda tinha a minha inocência e bondade impunes. Talvez não seja perfeita ou romântica, esqueça estes rótulos e se prepare para o inesperado...
Pensamos que os anjos quem irão nos resgatar, rezamos por eles... Mas, muitas vezes a "luz" e a força que nos precisam ser dadas são provenientes de seres opostos. A minha perdição foi um majestoso demônio...
Mas, é necessário começarmos pelo começo... Antes do "declínio" e da antiga magia serem restauradas, quando eu era apenas Ravena.
.....
Passado:
Estava caminhando em direção ao límpido rio próximo ao nosso pequeno lar, escondido dentre as árvores, como forma de segurança para a nossa espécie.
A lua já estava batendo nas águas, vendo apenas a luz cintilar, com o brilho das estrelas nas leves ondas que batiam nas pedras perfeitamente esculpidas, ovais e redondas...
Normalmente retirava-me sozinha para as minhas caminhadas noturnas, pois as outras ninfas não idolatravam a noite... Não entendia os seus motivos, mesmo explicando-os para mim.
A noite era algo perverso, perigoso, onde os piores monstros se escondiam nas sombras, prontos para arruinar a nossa espécie, apenas por diversão.
Éramos um dos últimos lares de ninfas nesta região, estávamos protegidas durante a noite pela névoa sagrada que englobava nosso lar.
As outras vilas foram dizimadas... Até mesmo as que se escondiam profundamente nos oceanos... Algo estava nos caçando e capturando nossas almas.
Não saberíamos o que poderia ser essa "coisa" que causará tanta dor e carnificina para a nossa espécie... Pois nenhuma de nós havia sobrevivido para contar a história.
Mas, havia uma lenda, muito antiga, sobre um anjo, o qual era um Genyr, um tipo de fada especializado em selar entidades demoníacas. Mas, algo deu muito errado, pelo que sei, quando um demônio específico foi capturado.
Sabe-se apenas que toda a raça de Genyrs foi totalmente dizimada, existindo apenas um, o qual estava corrompido por duas almas, que invadirá o seu corpo, chamado Terrores Noturnos.
Após isso, várias aldeias e lares místicos foram totalmente evaporados, como se aquela coisa estivesse faminta por almas e mais almas... Não havia ninguém que sobrevivesse contra ele.
...
Mergulho no rio, não ultrapassando a névoa sagrada, tomando o máximo cuidado em meus passeios noturnos. A água a está hora da noite era tão morna e perfeita para um banho que não poderia deixar de fazê-lo.
Já havia percebido, desde que vim para cá quando era apenas uma criancinha, que não era muito respeitada pelas outras ninfas... Olhavam-me com desdém.
Suas asas eram translúcidas e brilhantes, assim como suas auras. Elas pareciam anjos andando sobre a Terra, sem defeito algum, aparentemente... Mas, eu não era como elas.
A primeira questão física que diferenciava-me daquelas criaturas eram os meus chifres negros contorcidos em minha cabeça, assim como as asas grossas com penas de pássaros enormes em minhas costas... Elas eram pesadas, entretanto poderiam ser valiosas armas.
Sentia que era julgada por não ser "perfeita" como elas, mas já havia acostumado-me com esse tipo de tratamento. Era como se não pertencesse a este lugar.
Não lembrava-me de nada antes de vir parar aqui... Era uma criança sem memórias, mas ficava agradecida por terem me criado e aceitado-me em meio às Dríades, ninfas protetoras e regentes da floresta.
Meus dons eram rejeitados por elas, pois eram obscuros ou perversos demais, de acordo com o que falavam... Porém, jamais utilizei eles para algo ruim. A sedução e a magia negra não eram bem vistos. Perdi as minhas habilidades com o tempo, pois não poderia usá-las... Mas sentia que ainda estavam escondidas dentro de mim, em algum lugar.
Sempre um pensamento corroia-me quase todas as noites... Se eu não era uma delas, o que eu era então..?
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Candy Pop - Além da Alma
Fanfiction๑Dark Romance๑. +18 A apreensão de uma alma corrompida, pelo desejo de ser aceita, tem os seus altos custos... Ele estava caçando por nós, derrubando todas as vidas que via, apenas por sua ignorância e ganância por poder, o amargo poder. Não saberia...