Candy Pop - Além da Alma

CAP. 16 - Andares Intermináveis

- Você derreteu uma parte do seu cérebro por acaso?!?

- O quê..? Claro que não!

- Por que eu me casaria-me com você, sua idiota?!?

- Porque você me beijou!!! Isso significa que devemos ficar juntos para sempre e nos casarmos o quanto antes!

- O quê?!? E onde você aprendeu uma burrice desse tamanho?

- Isso não é burrice! É a união que me foi ensinada!

- Por que ensinaram algo assim a você? Lá nem sequer existiam "homens"!

- Bem... Eu li em um livro que as coisas são assim.

Mas Candy começa a rir de mim, deixando suas gargalhadas explodirem de uma vez só...

- Isso não é engraçado! Agora você deve se casar comigo!

- Calma... Calma ae!

Ele bloqueia os meus lábios, passando sua mão na frente deles, tampando metade do meu rosto.

- Vamos ver se eu entendi! Você quer que eu me case com você só porque eu te beijei?

Puxo os dedos para baixo, pois estava bloqueando a minha respiração.

- Isso! É o correto a ser feito.

- Correto? Porra, nem fodendo!

- Como ousa me beijar e não aceitar o compromisso que criou comigo?

- Não sei se está percebendo, sua praga, mas aqui as coisas são muito diferentes! Esquece essa droga de casamento, faça de conta que isso não existe.

- Não!!

Empurro o seu peitoral, dando espaço para mim sair de forma bruta debaixo de seu corpo. Queria distância daquela coisa.

- Fique longe de mim! Não quero nenhuma relação desse tipo com você já que não quer assumir compromisso.

- Seja um pouco mais mente aberta, coisinha! Nem todos são obrigados a seguir a sua merda de "cultura".

- Digo o mesmo para o seu modo de agir! Estou com uma séria impressão de que só pretendia me usar!

- Sério? Só impressão mesmo?

- Agradeço pelo elixir e pela comida, e também pela cama, mas é apenas isso!

- O que acha de abandonar essa sua linha de pensamento antiquada e aproveitar a sua vida enquanto a têm?

Ignoro-o, juntando minhas vestes do chão, caminhando em direção as gigantescas escadas para os diversos quartos acima de nós.

- E a minha resposta ao seu pedido é NÃO!

E isso é a última resposta que escuto antes de deixá-lo para trás... Não acredito que ele estava realmente se aproveitando de mim!

Pensei que ele estivesse apaixonado e quisesse algo sério comigo... Mesmo que fosse tudo em apenas um dia.

Não importa, apenas queria saber o que estava acontecendo comigo e controlar essa magia impregnada em mim. Nada mais.

Se Candy tentasse algo contra mim, iria dar um jeito de arranhar aquela cara de palhaço que ele tem!

Um beijo é algo muito mais do que valioso para se dar sem assumir um compromisso sério... Pensei que todos pensassem assim, pois é uma intimidade que guardamos para aqueles que amamos.

...

Não sabia em qual andar estava, apenas subia e subia as escadas, quase desistindo e abrindo qualquer uma daquelas portas, com quartos iguais.

Porém, escuto um leve ruído ser sussurrado, vindo da primeira escada, bem longe dos meus pés a está altura.

Olho pela sacada até o primeiro andar, percebendo que o ruído era uma pequena risada subindo os degraus.

Candy encara a mim, distante, mas perceptível. Seus olhos não saiam do meu campo de visão, os quais me penetravam a todo instante.

Seus passos lentos nos iniciais degraus começam a aumentar... Preocupante, mas eu estava a quatro andares para cima, penso eu.

Mas, repentinamente, ele começa a correr, pulando cinco degraus de uma só vez. Ele ria cada vez mais alto, fazendo-me soltar um pequeno grito enquanto apressava-me até as próximas escadas.

- Esqueci de perguntar! Posso beijar outras partes do seu corpo que não sejam a boca??

Sua voz ecoou de forma límpida nos andares abaixo de mim, junto de sua gargalhada provocativa.

- Nem pense nisso, LOUCO!!

- Volte aqui, coisinha!!

Sentia como se ele estivesse brincando a todo momento comigo... O problema era não poder saber se era realmente uma brincadeira. Não, acho que não era.

Começo a testar as portas do quinto andar, mas estavam todas fechadas... Teria que subir mais um nível e torcer para ter algum lugar para me esconder daquele maluco.

Subo as escadas às pressas, escutando os seus passos cada vez mais próximos de mim... Era mais assustador do que pensei que seria.

Havia uma porta aberta, no final daquele andar... Talvez fosse o meu próprio quarto pela altura que pulamos durante a manhã.

- Não sabe o que está perdendo!

- E não quero saber!!

Chego até a porta do quarto, observando sua silhueta em minha direção naquele corredor aberto, fazendo-me fechar a porta às pressas, passando um pequeno trinco por dentro da mesma.

E tudo fica em silêncio por alguns segundos...