CAP. 32 - Assassino Camuflado

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Já estávamos em meio a grama, Candy ficava a uma distância um tanto longe de mim, porém ele queria ser o meu alvo novamente.

Portanto, desta vez, eu teria uma vantagem... Poderia voar novamente e a altura não era mais a minha inimiga.

Já saberia que continha alguma influência sobre o clima, o ódio fazia-me influenciar as nuvens e invocar tempestades, utilizando os relâmpagos e raios como arma, mesmo que fossem inúteis em Candy...

Mas, o que mais eu poderia fazer? Quais eram os meus dons ocultos? Se é que eu continha mais algum, estava os experimentando pela primeira vez em muito tempo...

- Quero ver o que suas mãos podem fazer...

Ele diz do outro lado do campo, com um sorriso provocativo e com uma postura paciente.

- Mas lembre-se, precisa canalizar, controlar ao máximo o seu alvo: Eu.

Entendia o que ele queria... Da última vez incendiei tudo à minha volta, sem focar em um alvo exato, destruindo sem controle algum.

Desta vez meus olhos ficariam abertos e eu focaria exatamente em Candy, sem erros.

Ainda sentia aquilo contido dentro de mim, mas a culpa era dele por me alimentar com sua névoa idiota.

Faço uma linha reta entrar em chamas verdes, enquanto batia minhas asas, impulsionando o fogo que corria em direção a Candy, fazendo-o desviar no mesmo instante.

- Um tanto lento e previsível, mas ao menos conseguiu focar o seu ataque.

....

E horas e horas de treino se passam, o céu já havia escurecido, mas ele parecia não ligar, até eu me cansar e pedir para continuarmos outro dia...

- Como imaginei, você se cansa rápido demais.

- Então pare de usar essa névoa em mim! Está me deixando mais fraca com isso, a culpa é sua pelo meu cansaço!

- Não gosto de correr riscos desnecessários, você ainda não tem controle sobre o que armazena em sua alma fragmentada! Na verdade, nem sequer faz ideia do poder que tem. Se eu deixasse você sem controle, tornaria-se um caos. Mas, se quer realmente um motivo para ficar cansada, posso lhe dar um!

Suspiro em compreensão, não tendo outra opção a não ser confiar em suas palavras... E ignorar a sua provocação.

- Acho melhor eu tomar um banho quente e descansar para continuarmos amanhã.

- Ótima ideia, coisinha. Ou podemos continuar o nosso treino no banho, o que acha?

- Você é muito engraçado...

- Devo de ser! Eu era aclamado por isso.

Continuamos andando pelos corredores de mármore branca, deixando minhas asas arrastarem ao chão pelo cansaço enquanto entrava em pensamentos...

- Gostaria de saber um pouco mais sobre você, quando era um Genyr.

- São lembranças enterradas há centenas de anos, não acho que faria diferença você saber sobre isso.

- Faria diferença sim, me interesso muito por você, principalmente depois de saber que... Bem, você sabe.

Principalmente depois de saber que ele era Terrores Noturnos... Um demônio que pensei ser sádico, terrível em todas as formas, mas estava enganada... Jamais pensei que ele poderia ser assim, um belo bobo da corte .

- Eu já fui o Genyr da cor, do espírito, da diversão! Os outros anjos eram sérios demais, entretanto, sempre fui mais habilidoso do que todos eles juntos.

- O que realmente aconteceu com os outros Genyrs?

- Ah, eu os matei.

Ele dizia aquilo com tanta naturalidade, enquanto chupava um pirulito em seus lábios, como se estivesse falando que comeu um pudim no almoço.

Então era verdade... Haviam dito que a raça de Genyrs teria sido dizimada após Terrores Noturnos assumir o corpo de um deles, de Candy.

Após isso tudo fica em silêncio, até chegarmos ao meu quarto enquanto caminho até o banheiro.

Candy já foi um Genyr habilidoso, mas não foi o suficiente para conter Terrores Noturnos...

Eu deveria ser realmente especial aos seus olhos... Para ainda não ter sido morta por ele.

Candy Pop - Além da AlmaOnde histórias criam vida. Descubra agora