CAP. 47 - Sonhos Intrigantes

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Aquele cheiro de enxofre fazia-me abrir os olhos outra vez... E logo percebo que estava novamente naquela torre infernal.

Estava acordando no chão frio, mas já saberia que aquilo era um sonho... E estava no mesmo local.

Deitada sobre o piso, utilizando um vestido preto com camadas finas de tecido, um tanto translúcido... As camadas continham vários tamanhos, sendo aberto em frente as pernas e longo atrás, arrastando ao chão.

Em meu busto haviam pedras negras, parecendo até mesmo diamantes pequenos, os quais encobriam da minha cintura até os meus seios, sumindo aos poucos ao chegar próximo aos ombros.

O vestido parecia fazer parte de mim, não poderia nem sequer tirá-lo se quisesse... Levanto-me do chão e percebo que utilizava saltos altos transparentes, pareciam ser feitos de vidro negro, emitindo um leve barulho reconfortante ao pisar sobre o chão.

A única coisa que poderia fazer era caminhar até às portas abertas da varanda, assim como fiz da última vez, já que não havia saída deste lugar...

Ainda não sabia ao certo que lugar era este, muito menos onde eu estava... Mas tinha um leve palpite de que realmente poderia ser algum tipo de inferno pelas lavas que passavam ao redor do castelo e o céu vermelho ardente, além do forte cheiro de enxofre...

Caminho até a sacada da torre, ficando posicionada em direção a parte interna no castelo, observando aquele pátio, desta vez vazio.

O jardim tornava-se quieto, não sabia o que deveria fazer nasta situação ou porque estava sonhando com isso... Até às portas do castelo se abrirem em direção ao pátio em seu centro.

A mulher de cabelos negros, condecorada por sua coroa, caminhava lentamente até uma das mesas do jardim, sentando-se sobre a mesma... Até o rei também sair pela porta e a seguir, puxando uma cadeira ao seu lado.

?. - Temos que tirá-la daqui... - A rainha diz em apreensão.

?. - Não gosto desta ideia, Pherséfone... Não, isso seria ainda mais perigoso.

P. - Mas ele está para chegar! Nós temos que agir!!

Ela parecia ficar cada vez mais aflita, a perdição estava em seus olhos, assim como a preocupação e o ódio.

P. - Por favor, Nêmesis...

O rei nada fala, apenas coloca suas mãos em sua cabeça, parecendo nervoso, sem saber como agir...

P. - Não podemos arriscar que aquela coisa consiga por as mãos na nossa filha... Isso é o que jamais poderemos deixar acontecer, ele não poderá tornar-se rei, nunca!

N. - Acha que não sei disso? Acha que não podemos ganhar esta guerra?? Eu estou tentando!

Ele tira suas mãos dentre seus cabelos brancos e compridos, encarando novamente a sua esposa, mas seus olhos pareciam ter tido uma visão...

N. - Você tem razão, nós devemos.....

Seus rostos haviam ficado paralisados, deixando-me aflita pela resposta. Era como se meus ouvidos estivessem ficando surdos e tudo se distorcesse no tempo.

Assim que viro-me para trás, afim de caminhar até a outra porta que daria para o lado externo do castelo, congelo os meus passos ao ver Terrores Noturnos em meio ao salão da torre.

Ele encarava-me profundamente, seus olhos amarelos pareciam conter um ódio armazenado.

- O que está fazendo aqui?

Tento perguntar sem medo, mas ele nada responde, continuando a caminhar até mim, até encurralar-me na sacada de onde havia vindo.

- Está na hora de acordar.

Ele simplesmente empurra-me sacada abaixo, fazendo-me gritar enquanto caia, batendo minhas asas quebradas em vão.

Quando olho para Pherséfone e Nêmesis ainda sentados sobre as cadeiras da mesa do jardim, seus olhos voltam-se para mim, gritando o meu nome antes do meu corpo tocar ao chão.

Acordo em um suspiro de aflição, erguendo o meu corpo na cama, como se realmente tivesse caído vários e vários andares.

O quarto estava escuro, o céu estava repleto de estrelas pelas enormes janelas contornadas pela mármore branca...

As réstias da lua entravam no quarto, e tudo indicava que eu estava sozinha. Mas é claro, não estava.

- ... O que você fez?

Digo já sabendo que Candy estava perto de mim, mesmo sem poder vê-lo, conseguia sentir aquele aroma doce e forte que impregnava o seu corpo em forma de bobo da corte.

- Fiquei apenas curioso com o que estava sonhando.

- Você não tem o direito de interrompê-los!

A sua voz, que antes vinha de um corpo oculto, pula sobre a cama, parecendo ter caído do teto do quarto.

- Tenho todo o direito! De agora em diante seus sonhos serão moldados por mim.

- Por que fez isso? O que você não quer que eu veja??

Porém ele ignora a minha pergunta, virando suas costas para mim, levantando da cama e ameaçando ir embora.

- Você me deve respostas! Quem eram aquelas pessoas?? Por que eles são parecidos comigo e que lugar era aquele?

- Cale a boca!! Isso não lhe diz respeito algum!

- Se estou sonhando com isso, então tem tudo relacionado a mim!

- Irá saber o que eu quero que saiba!!

Candy Pop - Além da AlmaOnde histórias criam vida. Descubra agora