CAP. 51 - Terror das Profundezas

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Minha respiração estava rarefeita pela velocidade com qual despencava dentre as nuvens...

Poderia ver as lágrimas que saiam de meus olhos dissiparem-se no ar, secando o meu rosto em segundos...

Tudo isso parecia ser um pesadelo infinito... Ou talvez os sonhos e os pesadelos estivessem tão difundidos em uma só situação que não era mais possível separá-los...

E então, as nuvens logo acabam, fazendo-me olhar para baixo em atenção, para descobrir o que estava por de baixo do santuário onde habitava...

A minha visão é tomada por uma imensidão azul... O vasto oceano, o qual era tão infinito quanto o céu onde eu estava...

Prestes a mergulhar em um mar azul escuro, e com certeza morreria com o impacto ardiloso naquelas águas profundas...

Tanto poder contido em meus ossos e não poderia usá-los... Anestesiada eu ainda estava, não saberia dizer, mas teria quase certeza de que aquele demônio injetava a sua névoa enfraquecedora enquanto eu estava dormindo...

Minha raiva não poderia salvar-me agora... Nem minhas lágrimas... E eu jamais iria gritar por seu nome em súplicas humilhantes.

Preferia morrer, talvez... Relações costumam ser tão loucas assim..? Por que estava pensando nisso como a última coisa antes de minha morte..?

O oceano aproximava-se cada vez mais rápido e já poderia sentir o seu aroma salgado... O que eu fiz para merecer isso?

Um estrondo, não saberia dizer, faz com que eu abra os olhos em medo, apreensão e susto.

Milhares de gotas voam sobre mim, enquanto a sombra consome o meu corpo, deixando tudo escuro acima de meus olhos.

Os céus ficaram escuros de repente... Uma tempestade formada em segundos enquanto meu sangue congela ao ver aquela criatura avançar contra mim.

Solto um grito tão agonizante ao observar aterrorizada sua boca dirigir-se até meu corpo no ar, implorando em orações sem sentido para não morrer desta forma tão agonizante

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Solto um grito tão agonizante ao observar aterrorizada sua boca dirigir-se até meu corpo no ar, implorando em orações sem sentido para não morrer desta forma tão agonizante.

Gradativamente a queda diminuía, aos poucos sentia minha velocidade estabilizar-se, enquanto tocava uma superfície estranha e molhada...

Estava sobre o focinho daquele Leviatã... Encaro os seus olhos e eram maiores do que a mim mesma, diabólicos.

Ele errou sua mordida ou realmente me salvou..? Sentia minhas forças indo embora e quase desmaiar sobre aquela criatura...

Seu grunhido era ensurdecedor, o que me fez encolher-me por suas escamas azuis, até perceber que estávamos indo para os céus.

Aquele Leviatã poderia voar, como uma cobra esguia entre as nuvens, rapidamente nos afastamos do oceano, fazendo o ar mudar novamente.

Poderia ver o santuário de mármore aproximar-se outra vez, fazendo-nos sobrevoar o mesmo, até o rosto da criatura encostar sobre a varanda da qual fui arremessada.

Lentamente desço de suas narinas, sendo difícil de morver-me pela dor que agora poderia sentir em minhas costas...

Aquela criatura era tão grandiosa e anormal que não poderia ser real... Os Leviatãs eram lendas... E eu estava encarando um neste exato momento.

Ele abre a sua mandíbula, pronunciando o meu nome de forma distorcida, mas ainda compreensível

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Ele abre a sua mandíbula, pronunciando o meu nome de forma distorcida, mas ainda compreensível... Seu timbre fazia as paredes do santuário tremerem.

- Eu sei que é você...

O Leviatã desce novamente para o oceano, ou simplesmente desaparece nuvens abaixo, com o pôr do sol tornando-se noite...

Eu, fraca, naquele piso de mármore branca, vendo o sangue ainda escorrendo de minhas costas... Mas as asas decepadas não estavam mais naquele chão onde foram cortadas.

Apoiava meus cotovelos contra o piso, tentando marter-me acordada... Mas para que, apenas para o pesadelo continuar?

Mãos levantam-me do chão, úmidas... Olho para trás, vendo aquele borrão azul acolher-me em seus braços.

Seus cabelos azulados e compridos estavam totalmente molhados, enquanto seu corpo pálido respingava em gotículas de água, escorrendo dentre seus músculos, completamente nús.

Se cogitasse pensar que aquela era a visão mais bela que já teria visto em minha vida, após todo o sofrimento que acabava de passar... Estava tão louca quanto ele...

- Acho que... Vou ter um ataque cardíaco...

- Agora você entende.

Olho para Candy ainda sem entender, mesmo parecendo ser tão óbvio...

- Entende porque não se deve desobedecer demônios... Ou então os seus pesadelos se tornaram realidade.

A cada passo que era dado por ele, mais meus olhos se fechavam e meu ferimento corroia-me...

Meu peito estava tão confuso e apertado... Mas talvez eu soubesse o motivo...

Quanto mais gostamos de alguém, mais difícil é quando essa pessoa nos decepciona... A dor aumenta ainda mais.

E isso fazia-me chorar, até adormecer em seus braços, com aquele cheiro doce e angelical que, de alguma forma, fez-me apagar em paz.

Candy Pop - Além da AlmaOnde histórias criam vida. Descubra agora