Estava sem reação para o que Candy havia acabado de pronunciar... Era algo que jamais esperaria que fosse dito por seus lábios.
- E então?
Seu sorriso aumenta ainda mais, convencido da resposta que eu iria lhe dar... Mas não cometeria o mesmo erro duas vezes.
- Não.
- ... O quê?
- Não quero ser a sua esposa.
- Mas não era você quem havia me pedido em casamento nos primeiros dias em que ficamos juntos?!?
- E aprendi que foi um enorme erro... Não o cometerei duas vezes.
Por um instante ele para de falar, claramente pensativo... E ao mesmo tempo prestes a ficar aborrecido.
- Quer realmente ter um laço junto a mim? Pois bem, começaremos como deveria ter começado.
- E o que quer dizer com isso?
- Agora que estou conhecendo mais você... E descobrindo que com certeza não é nada do que pensei que fosse, deveríamos iniciar como namorados.
- Namorados... Isso parece tão idiota... De qualquer jeito você será minha! Então por que não ser a minha esposa de uma vez??
- Porque... - Avanço para cochichar em seu ouvido, cheia de satisfação em minha voz. - ... Porque eu não quero.
- Desde quando aprendeu a falar de forma tão desdenhosa?
- É uma das coisas que devo agradecer por ter me ensinado.
Candy empurra o meu corpo para o lado, fazendo-me rolar na cama, parecendo estar levemente irritado.
- Não importa! Estamos juntos você querendo ou não... Se quer ser apenas a droga de uma namoradinha do demônio mais forte que já pisou nesse mundo infame, o problema é seu... Não me culpe pela sua burrice, pois irá se arrepender por isso.
- Não é porque somos "apenas" namorados que você não deverá me tratar com o mesmo respeito que iria aplicar se eu fosse sua esposa! Então veja bem como fala comigo!
Sua expressão irritada muda para uma de ignorância, sentando sobre a cama enquanto amarrava os seus longos cabelos azuis.
- Ótimo! O que a "realeza" irá querer agora?
Cruzo meus braços ao ouvir o seu tom irônico e provocativo, encarando-o em desafio por aquelas palavras.
- Iria pedir para me deixar em paz, mas pelo jeito você não consegue, não é?
Parecia que Candy iria até mesmo latir de raiva, rangendo os seus dentes... Era divertido deixá-lo assim, deveria agir mais desta forma com ele.
- Quando você parar de liberar essa merda de feromônio sexual, então deixarei você em paz!
- Há, mas veja só! Não era você quem fez essas drogas de feitiços para me dopar e suprimir os meus dons, e não pode nem sequer fazer algo que controle os meus feromônios já que te incomodam tanto?
Ele apenas solta um suspiro de discordância, parecendo não querer tocar naquele assunto, desviando seu olhar de mim... E então percebo a verdade.
- Ou talvez seja porque você gosta disso e não faz questão nenhuma em suprimir a magia pheromonial em meu corpo...
Seus olhos voltam a me encarar, enquanto os meus o provocavam, parecendo que algo surgia em meio ao seu ódio...
- Não se esqueça de que posso foder você quando eu bem entender.
- E não se esqueça que em uma relação existe consentimento pela pessoa que você ama.
- ... Você me ama?
Aquela pergunta havia sido tão espontânea igual a um corte rápido de uma lâmina afiada, deixando-me sem saber o que responder, passando mil pensamentos em minha mente.
Continuo sem respondê-lo, evitando contato visual com Candy...
- Ninguém nunca me amou antes.
Volto a olhar para ele um tanto surpresa... Eu não poderia dar essa resposta agora de maneira tão forçada, apenas para agrada-lo em sua mágoa.
Começo a colocar o peso das coisas que Candy já havia feito, pensando se ele realmente era merecedor do meu amor...
- Eu...
Nossos olhos se encontram, fazendo-me perceber que ele estava apreensivo por minha resposta.
- Você... Quem é realmente você, Candy?
Como eu poderia amar um ser que utilizava um corpo que nem sequer era seu..? Haviam duas almas ali dentro... Uma pertencente ao do real Candy, a outra de Terrores Noturnos.
Terrores Noturnos continha quase total controle sobre Candy Pop e seu corpo, mas mesmo assim era perceptível as intervenções de Candy em certos momentos...
Já deveriam estar a tanto tempo presos naquele mesmo corpo que suas almas haviam praticamente se fundido, assim como suas personalidades.
Deveria ter piedade da criatura que Candy era, aceitando-o mesmo sabendo que aquele não seria o ser que estava falando comigo?
- Quer ver como eu sou de verdade, Ravena?
Ele levanta-se da cama, parando de costas e olhando para mim através de seu ombro.
- É isso o que deseja?
Com um rápido suspiro, digo sem hesitar.
- Sim.
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Candy Pop - Além da Alma
Fanfiction๑Dark Romance๑. +18 A apreensão de uma alma corrompida, pelo desejo de ser aceita, tem os seus altos custos... Ele estava caçando por nós, derrubando todas as vidas que via, apenas por sua ignorância e ganância por poder, o amargo poder. Não saberia...