- Então realmente irá me ajudar?
- Sabe, coisinha...
Ele diz passando seus dedos em minha asa machucada, mas não estava apertando ou tocando fortemente...
- Ajudar é um termo muito forte. Digamos que você despertou a minha curiosidade.
- Pelo menos consegue me dizer que criatura eu sou?
- Hm, quando eu descobrir, será a primeira a saber. Mas por enquanto será um "passarinho".
- Ótimo... - Digo em total repugnância e indignação - O que nós iremos fazer agora?
Sua cabeça abaixa para me ver de perto, como se não tivesse entendido a minha pergunta.
- Como assim "nós"?
- Bem, eu não conheço nada daqui... Você poderia me mostrar um pouco mais desse lugar.
Mas Candy Pop começa a rir da situação, andando pelos enormes salões daquele lugar, fazendo-me arrastar-me atrás dele.
- O que acha de me deixar em paz e agradecer por estar viva e ter uma cama para dormir?
- Hm, quer que eu te deixe em paz? Está bem.
Viro minhas costas para ele, prestes a voltar para o salão onde estavam as comidas sobre a mesa, mas sou interrompida por sua voz afastada.
- Realmente irá me deixar, coisinha?
- Não entendi, não era isso o que você queria? Deve se decidir melhor!
- Ah, tanto faz! Só não quebre nada por aí e não se jogue da sacada.
- Não sou uma criança, então não se preocupe. Aliás, teria algo para machucados?
- Tenho, mas não darei a você.
- O quê? Por que não?
- Se sua asa se curar, você sairá voando por aí e pode muito bem me deixar a qualquer momento. Não quero correr esse risco.
- Já que sou tão "importante", deveria me trancar em algum lugar ao invés de deixar minha asa apodrecer.
- Não me dê ideias...
E essa foi a nossa despedida, indo cada um para um lado diferente... Não havia gostado nada em deixar minha asa desta forma, então de qualquer jeito iria limpar isso.
Havia visto ao longe, quando Candy deu aquele pulo assassino para cá, uma espécie de lago interno, porém não consegui ver muitos detalhes daquilo.
Assim que passo pela enorme mesa, pego uma maçã da cesta, comendo enquanto caminho até o jardim no centro das escadas.
Acho que deveria estar me corroendo em preocupação por tudo o que havia acontecido comigo, mas sentia a minha cabeça um tanto anestesiada de certa forma...
Uma sensação estranha... Mas eu me sentia bem, meu corpo havia se tornado calmo, relaxando os meus nervos.
Estava feliz por ainda ter uma alma, mesmo que ela estivesse em pedacinhos dentro de mim, era melhor do que nada. Acho que internamente eu havia me tornado um caos de magia negra.
Após passar dentre aquele belo jardim, percebo que as plantas não estavam bem... Acho que Candy nem sequer cuidava delas, apenas deixava-as consumirem todo aquele lugar.
Começo a tocar em algumas flores, usando o pouco poder que tinha para revivê-las... Mas logo em seguida me sinto fraca, como se algo estivesse impedindo-me de usá-los... Já saberia o que era.
Termino o meu percurso chegando ao novo salão aberto de mármore... Era muito mais lindo do que imaginava ao ter visto anteriormente com o canto dos olhos.
Começo a despir minhas roupas, retirando as faixas que me serviam de blusa, desatando a enorme calda da saia preta com um decote aberto em uma das pernas.
Entro na água em seguida e sinto o meu corpo relaxar ainda mais com aquela sensação morna afundando sobre mim.
Por mim, passaria o dia todo aqui, apenas pensando e remoendo tudo o que aconteceu, superando cada fato e o novo lugar em que me encontrava.
Minhas asas estavam totalmente mergulhadas naquela longa e enorme piscina, a qual era praticamente um lago pelo seu tamanho extenso.
O tempo passa rápido e nem sequer percebo... Às vezes a tristeza ia e voltava, minhas lágrimas misturavam-se na água por tudo o que perdi...
Não sabia as reais intenções de Candy, ele se tornava uma figura cada vez mais suspeita para mim pelo seu modo estranho de agir... Precisava conhecê-lo muito melhor para manter a minha confiança nele e neste lugar.
Mas uma sensação quebra o silêncio de minha mente, enquanto escuto as águas atrás de mim serem movidas, como se algo ou alguém estivesse em minhas costas...
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Candy Pop - Além da Alma
Fanfic๑Dark Romance๑. +18 A apreensão de uma alma corrompida, pelo desejo de ser aceita, tem os seus altos custos... Ele estava caçando por nós, derrubando todas as vidas que via, apenas por sua ignorância e ganância por poder, o amargo poder. Não saberia...