Candy Pop - Além da Alma

CAP. 4 - Supressão

Havia uma escolha apenas... A qual talvez fosse acabar com a minha real identidade, esconder os vestígios de quem eu realmente era.

Quando ainda morava em uma das árvores centrais de nosso lar, a qual era de posse de Morgana, havia entrado em um galpão abaixo das raízes...

Haviam centenas e centenas de livros antigos, espalhados por inúmeras estantes de madeira polida, todos etiquetados e organizados metodicamente.

Claramente eu não deveria estar ali... Uma criança jamais poderia pisar em tal lugar. Entretanto, a curiosidade era extremamente corrosiva, fazendo-me voar entre os livros, e explora-los enquanto estava só naquele lugar.

Todos continham páginas sobre feitiçaria de alto grau, perigosos, mal saberia ler as palavras runicas as quais estavam descritas ali.

Mas isso não me impediu de capturar um deles para mim, o qual brilhou em tom rosa, parecendo até mesmo me chamar... Escondi ele entre minhas vestes e Morgana jamais deu falta deste livro.

Até hoje eu o tenho, e jamais imaginaria que seria tão útil quanto agora.

Era um livro o qual estudei durante o tempo em que cresci aqui, tornou-se um dos meus passa tempos preferidos. Sua magia era antiga, tão antiga quanto Morgana e qualquer ser existente...

Sua base era a supressão de poderes, derrotar o seu oponente da forma mais suja, retirando o seu dom, até mesmo ensinando-o a roubar para si, destinado a selar até o feitiço ser corrompido de alguma forma.

Até mesmo pensei que iria usar este livro em algum combate por algum motivo, mas estava enganada... Pois iria utilizar em mim.

Queria retirar a magia negra de meu corpo, precisava ser purificada e provar a minha inocência, desejava ser aceita e viver livre de rejeições...

Ando até o porão, escondido abaixo da mesa da cozinha, fazendo-me empurrá-la para o lado, descobrindo-o com o tapete esverdeado.

Abro-o em seguida, jogando um pouco de brilho na escada escura, descendo rapidamente e trancando o porão em seguida. Precisava ser rápida antes do julgamento ser feito.

O livro estava no mesmo local de sempre, apoiado em uma capela no canto do apertado porão, cercado por raízes, no subsolo da árvore.

O pouco de magia que ainda conseguia utilizar, seria explanado neste momento, afim de conjurar o feitiço para supressão de magia negra.

A página já estava marcada por um longo marcador preto... E assim que toco a sua capa, ele começa a brilhar intensamente em tom rosa florescente, com os fluídos runicos saindo de si.

Estava certa do que iria fazer, e que seria o melhor para todos os habitantes daqui... Pois eu não poderia ir embora, não tinha condições de sobreviver sozinha em um mundo tão vago e perigoso como este...

Sentia-me disposta a me sacrificar pelo bem de todas as ninfas, mostrar que era realmente possível confiar em mim, e que nossas diferenças não significariam mais nada, pois a magia negra não habitará mais em mim.

E além de tudo, descobrir quem havia matado as ninfas durante a noite que havia se passado...