Eu estava exausta. Billie é uma grande babaca. Só porque ela é filha do chefe e está cuidando de tudo enquanto Patrick está no hospital, ela acha que tem o direito de tratar tudo e todos como lixo. E parece que ela tem uma implicância especial comigo! Acredito fielmente que aquela vaca me odeia.
-- Ainda não terminou de fazer o que mandei? -- Billie pergunta entrando na sala, visivelmente irritada.
-- Faz apenas cinco minutos que me pediu para revisar os textos. Com todo respeito, não sou um computador, senhora -- respondo, também irritada, sem desviar o olhar da tela do notebook.
-- Veja como fala comigo, posso te colocar na rua a qualquer momento. Termine isso logo -- ela diz ríspida. Eu dou de ombros sabendo que Patrick nunca deixaria que ela fizesse isso
Ela se afasta da minha mesa e se senta em sua cadeira, do outro lado da sala. Continuo minha leitura calmamente.
-- Pode buscar um café? -- ela pergunta.
-- Não posso, a chefe me pediu para terminar isso logo -- respondo com simplicidade, vendo a mulher de olhos azuis ficar ainda mais irritada.
-- É assim que você trata meu pai?
-- Não, seu pai é educado -- respondo, olhando brevemente para ela. -- Pode fazer silêncio? Você está me atrapalhando.
Ela bufa irritada e se levanta, saindo da sala, provavelmente para buscar seu café. Finalizo a leitura e corrijo o que é necessário, logo enviando o PDF para o computador de Billie. Ela volta alguns minutos depois com seu café em mãos, olha para a tela do seu computador e então para mim brevemente.
-- Revisou tudo? -- pergunta, e eu concordo minimamente, enquanto abro os e-mails enviados hoje.
-- Seu irmão Finneas está mandando vários e-mails -- comento.
Ela se aproxima, parando atrás de mim e olhando para a tela.
-- O que ele quer? Abra os e-mails -- ordena, e eu bufo, abrindo o primeiro e-mail que tinha um grande aviso escrito em negrito: "IMPORTANTE".
-- Acho que deve ser algo pessoal. Quer que eu me retire? -- pergunto, e ela concorda minimamente.
Eu saio da sala e vou para a cozinha da gigantesca editora. Patrick construiu essa cozinha e colocou vários tipos de guloseimas, tudo gratuito para os funcionários. Ao contrário da filha, ele é bem humano com todos. Sirvo-me de um pouco de café e pego um bolinho, sentando-me em uma das mesas do refeitório.
-- Fugiu da diaba? -- Camila pergunta, sentando-se ao meu lado.
-- Graças a Deus... Não vejo a hora de Patrick voltar -- respondo, e ela faz uma careta.
-- Acho que o velhote não volta. A mulher dele deu uma entrevista dizendo que ele provavelmente vai se aposentar. Parece que a diaba vai assumir a empresa. Finneas já está cuidando das coisas em Paris, alguém precisa ficar aqui no Canadá -- Camila diz simplesmente.
-- Eu só não me demito porque preciso terminar de pagar meu apartamento. Falta apenas um ano para ele ser oficialmente meu -- respondo, soltando um suspiro.
Alguns minutos depois, recebo uma mensagem de Billie me mandando voltar ao trabalho. Eu logo me dirijo para a sala e me sento na minha cadeira, ajustando a tela do notebook.
-- Era algo muito urgente? -- questiono, atraindo sua atenção.
-- Não é da sua conta... -- responde rispidamente.
-- Certo -- dou de ombros. -- Já acabei tudo o que me pediu para fazer. Ainda faltam duas horas para acabar meu expediente.
-- Eu fiz você chegar duas horas mais cedo hoje... Pode ir embora -- ela diz simplesmente, com uma postura tensa e irritada.
-- Certo... Você está bem? Você não é de mandar os funcionários para casa antes de terminar o expediente -- pergunto, e ela me olha claramente me fuzilando com o olhar.
-- Vai logo antes que eu mude de ideia! -- diz de forma séria.
Eu observo Billie por um instante, tentando entender o que a está deixando tão tensa. Mas, conhecendo seu temperamento, decido não insistir. Pego minhas coisas calmamente, desligo o notebook e guardo-o na bolsa. Ao me levantar, lanço um último olhar para Billie, que permanece imóvel e com a expressão rígida.
-- Tenha uma boa noite -- digo, sem esperar uma resposta.
Ela não se dá ao trabalho de responder, apenas permanece fixa em sua própria raiva e frustração. Saio da sala e, ao fechar a porta atrás de mim, sinto um misto de alívio e preocupação. Billie sempre foi difícil, mas algo nela parecia ainda mais sombrio hoje.
Caminho pelos corredores da editora, o ambiente está mais tranquilo do que de costume. Os passos ecoam no silêncio do prédio praticamente vazio. Dirijo-me para o elevador e, enquanto desço, meus pensamentos se voltam para o que Camila me disse sobre Patrick. A ideia de Billie assumindo a empresa definitivamente não é animadora.
Chego ao térreo e saio do prédio, respirando o ar fresco da rua. Caminho até meu carro e, ao entrar, decido ligar para Camila. Preciso desabafar e saber mais sobre esses rumores.
-- Oi, Camila. Pode falar? -- pergunto assim que ela atende.
-- Claro, o que houve?
-- Só queria conversar um pouco sobre o que você me disse mais cedo. Sobre Patrick se aposentar e Billie assumindo a empresa. Você ouviu mais alguma coisa?
Camila suspira do outro lado da linha.
-- Ouvi sim. Parece que a saúde dele piorou e ele realmente não tem condições de voltar. Tudo indica que Billie vai assumir mesmo, e isso tem deixado muita gente preocupada aqui dentro.
-- Isso é péssimo... -- murmuro. -- Se for verdade, não sei como vou aguentar trabalhar com ela no comando.
-- Eu te entendo. Vamos torcer para que as coisas melhorem. Enquanto isso, vamos nos apoiar -- Camila diz, tentando me animar.
-- Obrigada, Camila. Precisava conversar. Nos vemos amanhã.
-- Claro. Qualquer coisa, me liga. Boa noite.
Desligo o telefone e fico um momento em silêncio dentro do carro, refletindo sobre o futuro incerto. Respiro fundo, decido que, por hoje, vou tentar relaxar. Amanhã será outro dia e, com sorte, Patrick poderá dar alguma notícia que mude essa situação.
Dirijo para casa, tentando afastar os pensamentos sobre o trabalho e focando em relaxar. Chegando em casa, tomo um banho quente e preparo um jantar simples. Enquanto como, ligo a TV, mas a mente continua vagando para o que Camila disse. Não posso evitar sentir uma pontada de ansiedade sobre o futuro na editora.
Depois do jantar, me acomodo no sofá com um livro, tentando me perder nas páginas e esquecer, pelo menos por um momento, os problemas do trabalho. Mas a preocupação com Patrick e a possibilidade de Billie assumir definitivamente a empresa continuam a rondar minha mente.
Decido que amanhã vou conversar com alguns colegas e ver se eles sabem de mais alguma coisa. Talvez, juntos, possamos encontrar uma forma de lidar com a situação, ou pelo menos de apoiar uns aos outros enquanto as coisas se resolvem. Por agora, tudo o que posso fazer é esperar e me preparar para o que vier.
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Boss (Billie/You)Gp
Fanfiction-- Posso falar com você um minuto? -- pergunta. -- Claro -- respondo, fechando meu notebook e me virando para ela. -- você se casaria comigo?-- Fico atônita com a pergunta repentina de Billie. -- O que? Tem certeza que está bem? -- pergunto, tentand...