PERDIÇÃO-II LIVRO

Capitulo 123

DOIS MESES DEPOIS
INGRA

Levei meu caos da Yza para a terapia, eu sabia que sozinha não conseguiria. De primeira eu quis gritar na cara dela, falar como descobrir e meter a madeira na mãe dela, minha vontade era de matar ela.

Pensar que ela planejou a morte do meu pai, o homem que aceitou tudo dela, que se virava nos trinta pra bancar a casa, mesmo com vícios nunca deixou de fazer o papel de provedor da casa. Lembro que nos aniversários de todas, ele mesmo apertado sempre dava o presente que queríamos. Dez anos depois e eu ainda não superei, lembro todos os dias, visito e peço para que ele me guie.

Hoje, depois de dois meses, vim na casa dela, me resolver, contar, ver o que ela vai fazer. Ela já estava me convidado para conhecer a casa dela e eu vim.

Ingra:Oi, cheguei! Se vistam.-escutei a risada do Lc.-Ai, vou voltar, que nojo!! Yza, vem logo!

LC:Você vem na casa dos outros e ainda faz exigências.-deu língua.-Cadê a mulher? Ei, vem cá!

Ingra: Garoto, sai! Não vai pegar os meus filhos para estragar não, basta a minha irmã.

Ele pegou a Ioio e o Saulo foi com ele para fora, disseram que iam passear, meus filhos chegarem arranhados eu mato ele.

Yza: Achei que você estava enrolando para não vim na minha casa. Aconteceu alguma coisa?

Nos abraçamos apertado e antes de responder qualquer coisa, ela me para o sofá.

Ingra:Tá aulas isso aqui! Fiel, né? Cara, casona mesmo, tá tudo muito lindo.

De fato estava, casa com piscina e tudo, enorme, toda cheia de detalhes, amei. Ela merece, mesmo que seja de uma forma errada pelo LC está no crime, ele trata ela como uma princesa, faz tudo que ela quer, dá tudo que ela pede, fora que é um homem pra tudo.

Fiquei olhando pra ela sorrindo, está linda, cabelo cacheado como sempre gostou, pele perfeita, arrumada, tá linda mesmo. Lembro quando a Yza nasceu, eu era novinha, nem nascia me organizar direito mas amava cuidar dela, isso foi crescendo, tanto que eu mimei muito, fazia tudo que ela queria.

Yza:Por que você está me olhando assim? Eu fiz alguma coisa? Foi por quê eu sai da Penha?

Ingra:Não, irmã! Não tem nada a ver, não surta a toa não.- sorri amarelo.- Você está muito mais feliz aqui, do lado dele, não pilha com isso, a sua felicidade é o que importa.

Yza:Você que o diga né.-rimos.- Quem diria que ia acontecer isso tudo em tão pouco tempo.

Engoli o choro que estava já na garganta, olhei pra ela e disse que precisávamos conversar sério.

Ingra:Eu sei disso há dois meses mas não sabia como e nem o que fazer com essa informação, de verdade mesmo.- ela concordou.- Eu sempre te amei, sempre vou te amar, no seu melhor e no seu pior, pelo fato que eu sempre quis ter uma irmã mais nova pra cuidar, pra ser amiga e tudo mais. No dia do jogo do Saulo, eu fui pra casa e a Brenda me encontrou lá, isso não importa agora, mas pra Marcela, ela contou que você e ela são irmãs....

Yza: Que? Como assim? Eu e ela irmãs?

Ingra: Pelo o que a Marcela falou, a sua mãe e o pai dela sempre foram amantes, sempre tiveram o plano de matar e ficar com tudo do meu pai, eles só não contavam comigo...-enxuguei a lágrima.- Eu sei que tudo que aconteceu não foi culpa sua, não tem nada a ver com você mas eu queria que você soubesse disso, soubesse a verdade sobre você.

Yza: Me perdoa, me desculpa, por favor.-me abraçou chorando.-Não me abandona, não agora, por favor. Eu não sabia disso, não sabia que aquela cretina era alguma coisa minha, até porquê ela não é nada minha, você que é a minha irmã.

Ingra:Eu não vou te abandonar nunca, você é a minha irmã e sempre vai ser, nosso pai que nos criou juntas. Eu te amo igual ou até mais, você e eu sempre juntas.-nos abraçamos chorando.-Você foi a pessoa que aceitou morar comigo quando eu estava afundada na depressão, que aguentou todo o meu estresse no salão descontando o ódio da sua mãe em você e ficou.

Nos abraçamos chorando muito! Eu amo a minha irmã de verdade e ninguém pode separar, a Brenda não é ninguém, nunca foi.

Yza:Preciso te contar uma coisa também, tô com medo, você sabe como a minha doença é.-olhei pra ela, pensei o pior.- Eu tô grávida, 11 semanas e seis dias, te chamei porque queria te contar, tô com medo, angustiada.

Ingra:Meu Deus, simm!!-abracei ela rindo.-Vou ser tia, que sonho. Que lindo, Yza.-ela continuo no sorriso sem graça.-Ele não gostou?

Yza:Eu não contei, estou com medo dele achar que eu engravidei por causa da casa, da doença pra prender ele.

Ingra:Ele já demonstrou isso?-ela negou.-Então isso tudo é fruto da sua imaginação! Você não transmite mais, trabalha, não depende dele pra nada e ele vai achar que é por causa de quatro paredes? Ah, tá!-ri.- Conta, faz uma surpresa, vive essa fase gostosa, aproveita do lado dele. Ele te ama, te ama tanto que só aceitou vim pra cá quando você veio com ele, montou casa, te deu carro e tudo.

Yza: Irmã, tô com medo.-choramingou.-Me sinto só, tô perdida, queria me esconder por aí. Eu só peço que você não me abandone, agora eu tenho família, até os seus amigos viraram os meus amigos.

Ingra:Eu não vou, jamais. Só quero sua felicidade e pronto.-escutamos o LC chegando.-Eu tô indo embora, elabora a surpresa e grava a reação dele. Se cuida e vamos juntas no seu pré natal semana que vem.

Catei minhas coisas, arrumei meus filhos na cadeirinha e me mandei de carro, Marcela fez eu perder o medo de dirigir, me xoxou todinha no volante e eu tomei vergonha na cara. Hoje ela surta porque eu acordo na maluca e meto o pé com os filhos pra praia, shopping e ela sem saber.

Cheguei em casa com comida feita, casa arrumada e os brinquedos no lugar, essa arrumação dura dois minutos com a Iolanda se arrastando por todos os lugares, geniosa igual a mãe Marcela dela.

Hacker:Você contou pra ela?-confirmei.-Tá legal por aí?

Ingra:Tô, amor. Tô mais leve, sabe? Fui sincera com ela e a gente se acertou, eu que não perdoou a mãe dela.-ela confirmou.-Você tá dando aula na cozinha, quem diria,né?

Hacker:Meus filhos tem que comer comida de verdade, linda.-demos um selinho.-Chamei os seus avós para o churrasco aqui no domingo, quero inaugurar a área de lazer.

Ingra:Qualquer bolinho você transforma em festa, sonsinha. Por mim tudo bem, vou falar com as meninas e elas vem também.-ela confirmou.-Amor, tô pensando em votar com os cursos.

Hacker:Viajar pra longe? Nem vem, não quero não. Tem seus filhos, eu, sua casa, vai fazer o que lá?

Ingra:Rodar bolsinha.—revirei os olhos.-Trabalhar, amor. Sei lá, tô vendo também, quero voltar a dar cursos porque a Ioio já é mais independente.

Hacker:Vou fechar a loja e viver viajando com você, quero nem saber.-rimos.-Tô falando sério.

Jantamos e colocamos as crianças pra dormir, entre muitas aspas porque eu tô tentando tirar o peito da Ioio e ela parece que sente fica o tempo todo no peito, se tudo mesmo dormindo acorda. A vida de mãe é matar uma selva ingerida todos os dias, sem exceção.

Votem e comentem muito.
Beijo na boca, gostosas!