8. Virada Implacável

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- Temos um problema. – Miss Fortune disse enquanto andavam apressadas pelas ruas da cidade de volta ao cais.

- Que problema? – Perguntou Vi. – Sabemos pra onde ele tá indo, só temos que ir atrás.

- Não se ele estiver indo para as Ilhas das Sombras.

- Depois de passar pela Cidade dos Ratos, acho que estamos prontas pra qualquer coisa.

Miss Fortune suspirou.

- Você não entende mesmo, né?

- O que eu devia entender?

- Vi! – A Capitã se virou para ela. – É um território proibido, não há vida que suporte a magia sombria daquele lugar. Navegar até lá é suicídio, a não ser...

- A não ser? – Vi esperou.

O rosto de Miss Fortune se tornou sombrio.

- A não ser que você faça um acordo com algum dos espíritos que vagam por lá. Se for louco o suficiente, pode oferecer a própria alma, ou sacrificar algo muito mais valioso.

A vida que Vi levava na Subferia não lhe permitia conhecer muito sobre o mundo, e ela nunca imaginou que existisse um lugar assim. Apesar disso, ela conhecia o suficiente sobre o Cristal Hextec de Estabilidade Energética para saber que poderia servir como um objeto de troca em uma situação como aquela, embora não soubesse exatamente em que essa troca resultaria.

Se esse fosse o plano do Gangplank, não havia tempo para lidar com uma entrada proibida.

- Temos um problema. – Ela concordou por fim, e voltou a seguir Miss Fortune.

Quando finalmente chegaram ao cais e percorreram as tábuas até a ponta, a Capitã lhe estendeu a mão.

- Preciso de uma moeda.

Vi soltou um ruído reclamão e enfiou a mão no bolso da calça, entregando o objeto metálico a ela.

- Você nunca anda com dinheiro?

- Acha que vou gastar minhas moedas?

- Filha da...

- Bota na conta. – A Capitã arremessou o círculo prateado nas águas. Vi não se alegrava em ter que ver aquela coisinha horrível de novo, e quando ele surgiu à superfície com cambalhotas, ela engoliu em seco.

- Olá, Capitã Chata! – Exclamou Fizz.

- Olá, Trapaceiro.

- Dá pra parar de me chamar assim? – A criaturinha cruzou os braços. – Tá me ofendendo.

Miss Fortune não estava com paciência para discutir.

- Pra onde ele foi? – Ela quis saber de imediato.

- Tá falando daquele seu enorme peixe de madeira? – Fizz olhou ao redor, e então sussurrou: – Não vai dar pra ir atrás dele não.

- Por quê? – A Capitã perguntou, embora já soubesse a resposta.

- Ele foi pra águas onde não me arrisco entrar. – Respondeu.

- Ótimo. – Miss Fortune apertou o topo do nariz com o indicador e o polegar e fechou os olhos, como se lutasse contra uma forte dor de cabeça. Fizz continuava com um olhar amedrontado e desconfiado.

- E... – Continuou ele, olhando ao redor outra vez. – Tenho medo daquele capitão.

A Capitã voltou a encará-lo.

- Por quê? O que ele fez?

- Ah, eu não devia dizer. – Houve uma longa pausa. Miss Fortune suspirou e estendeu a mão a Vi novamente. A Defensora quis muito lhe dar um soco, mas ao invés disso, entregou outra moeda. Fizz soltou uma risadinha quando pegou o objeto novo, mas depois olhou sério para Vi. – E cadê minhas tralhas de Piltover?

Corações de SentinaOnde histórias criam vida. Descubra agora