(PARTE UM) 1. Golpe do Adeus

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Não seria uma missão fácil.

Tudo bem, talvez estivesse sendo modesta. Deveria ser a missão mais desafiadora confiada a Vi desde que fora nomeada como Defensora de Piltover, ou não teria sido convocada a uma reunião imediata pelo chefe do Conselho ainda durante a madrugada. Tinha acabado de pegar no sono após finalizar o trabalho do dia quando as batidas insistentes em sua porta a obrigaram e se arrastar para fora da cama, e o rosto urgente do Conselheiro demonstrava que a situação não lhe dava o luxo de dormir. Ele orientou que ela se vestisse apropriadamente e se dirigisse à sua sala quando estivesse pronta.

Ela tinha um bocejo entalado na garganta enquanto caminhava pelos corredores do prédio do Conselho até o escritório de Jayce, mas um frio na barriga a lembrava de que, independentemente de qual fosse a tarefa, ela cumpriria com maestria. Vi vinha se destacando em suas missões em equipe nos últimos tempos, ainda que sua impulsividade estivesse sempre presente durante seus confrontos. Ser convocada a uma operação individual definitivamente era parte de um reconhecimento que ela há muito esperava, e conter a excitação era inevitável.

Já diante da porta, Vi não viu necessidade em bater, e simplesmente entrou. O ambiente era amplo e bem iluminado, com janelas grandes que ofereciam uma vista panorâmica de uma Piltover ainda adormecida. Jayce se sentava atrás de sua mesa de trabalho, imerso em sua papelada, e a Xerife Caitlyn aguardava em pé ao seu lado.

Vi foi repreendida por ela silenciosamente com um olhar duro diante de sua atitude audaciosa. Alguns hábitos eram difíceis de abandonar, mesmo que sua nova posição lhe exigisse isso.

- Vi. – Cumprimentou Jayce, erguendo o rosto por meio segundo. Ele indicou uma cadeira posta do outro lado de sua mesa. – Por favor, sente-se.

Ela obedeceu, sentando-se de forma desleixada, as pernas bem abertas, o que logo lhe garantiu uma nova olhada da Xerife.

"Ele nem está olhando", ela se defendeu, franzindo o cenho.

"Comporte-se", Caitlyn respondeu através da expressão, arqueando uma das sobrancelhas. Vi revirou os olhos e juntou os joelhos.

Embora o romance entre as duas tivesse terminado, ainda se conheciam bem demais para evitar, de modo que a comunicação por olhares era constante.

Por fim, Jayce cruzou as mãos embaixo do queixo e a encarou com atenção.

- Bem, vou direto ao ponto. A razão de eu tê-la chamado aqui hoje, e somente você, é porque essa é uma missão de extrema importância e que exige o máximo de sigilo. – Nada que ela já não esperasse. O chefe do Conselho continuou: – Recentemente, nós perdemos uma valiosa peça de tecnologia hextec, a Cristal Hextec de Estabilidade Energética. Temos informantes em Águas de Sentina indicando atividades suspeitas relacionadas a um pirata da cidade, sugerindo que ele pode estar envolvido no roubo. Ele tem sido visto negociando com contrabandistas conhecidos por lidar com artefatos hextec roubados, o que aumenta nossas preocupações sobre o potencial uso do cristal para seus próprios fins ou para ganho pessoal no mercado negro.

Jayce buscou por algo entre seus papeis e o empurrou na mesa em direção a Vi, que se inclinou para pegar. O cartaz exibia um rosto marcado por linhas severas e um olhar cruel, um chapéu de couro encaixado à cabeça e uma barba espessa que emoldurava um sorriso sarcástico estampado na fotografia, quase como se estivesse orgulhoso por ser um criminoso procurado.

- Fofo. – Ironizou Vi. – A gente já sabe qualquer coisa sobre como esse tal Gangplank tá protegendo o cristal?

- Gangplank não é conhecido por brincar quando se trata de proteger seus interesses. – Caitlyn respondeu. – Tememos que ele possa ter contratado mercenários experientes para guardá-lo.

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