42. Resiliência Latente

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Vi acordou cedo, antes mesmo das primeiras luzes do dia atravessarem as janelas. Ela deslizou a mão pelo colchão ao seu lado e resmungou, mas nenhuma voz respondeu. Então, ela abriu os olhos e suspirou, decidindo se levantar.

Sua mente ainda estava envolta na neblina do sono, fragmentos do último sonho ainda frescos na memória. Muitos meses se passaram desde seu retorno à Piltover, e ela continuava sonhando com a Capitã todos os dias. Era uma boa maneira de se sentir próxima dela, mas acordar continuava sendo sempre a parte mais difícil.

Ela caminhou até a janela para abrir as cortinas, e contemplou o horizonte que começava a se encher de cor. De seu quarto no prédio do Conselho, Vi tinha um deslumbre da grandiosidade de Piltover, os imponentes edifícios, torres e belíssimas construções. Aquele cômodo continuava sendo uma solução temporária enquanto ela buscava por seu próprio espaço na cidade, mas aquela vista sempre lhe dava a sensação de tudo que estava exatamente no lugar.

Ela arrancou a camiseta que usara para dormir pela cabeça e se dirigiu ao banheiro, enfiando-se embaixo do jato gelado do chuveiro. Passou longos minutos ali, esperando que o banho frio a despertasse, apoiando os braços na parede enquanto a água escorria por seu corpo. Depois de se lavar, secou-se brevemente e esfregou a toalha nos cabelos curtos enquanto voltava para o quarto. Ela se aproximou da mesa ao lado da janela, onde o medalhão de prata envelhecida repousava. Ela o pegou nas mãos, observando o símbolo da serpente enrolada em uma espada e o girando lentamente entre os dedos. Finalmente fechou a mão em punho em torno dele e o colocou ao redor do pescoço. Terminou de se vestir, e decidiu sair para o novo dia.

O Dia do Progresso amanheceu com um brilho intenso em Piltover. As ruas fervilhavam de vida, repletas barracas de comida, apresentação de engenhocas inovadoras e todo tipo de coisa que os nerds da cidade amavam. Ela prometeu a Caitlyn que a acompanharia no evento, e elas andavam lado a lado enquanto a Xerife devorava uma rosquinha com glacê rosa e granulados. O sol já estava bem alto, o céu muito azul.

- Você definitivamente precisa experimentar essas rosquinhas. – Disse ela de boca cheia. Ela apontou para o doce em suas mãos. – Está vendo esses flocos brancos aqui? É sal! Dá pra acreditar? Eu jamais imaginaria que uma combinação como essa pudesse dar tão certo.

Vi sorriu, não exatamente muito animada.

- Prefiro um cupcake.

- Não me diga. – Ironizou a Xerife. Ela continuou encarando o rosto de Vi, mas como nenhum traço de humor cruzou sua expressão, Caitlyn a empurrou levemente. – Ei, anime-se! Hoje é um dia especial.

- Por quê? É só mais um Dia do Progresso, como qualquer outro. – Embora sua lembrança do último Dia do Progresso não fosse das melhores, já não machucava mais.

- Eu não contaria tanto com isso se fosse você. – Disse Caitlyn, dando mais uma mordida em sua rosquinha. – Sinto que hoje tem tudo pra ser especial.

- Certo. – Respondeu Vi. – Pelo menos uma de nós está de bom humor.

A Xerife abriu um sorriso cheio de segredos e glacê rosa, e elas continuaram caminhando pelas ruas da cidade.

Mais tarde, quando a multidão começou a se aglomerar em frente ao palco montado para o discurso de Jayce, Vi e Caitlyn encontraram um bom lugar para assistir.

O chefe do Conselho finalmente subiu ao palco, ajustou o microfone e olhou para a multidão com um olhar carregado de determinação.

- Cidadãos de Piltover! – Ele começou, sua voz ecoando pela praça. – Hoje celebramos o Dia do Progresso, um dia para refletirmos sobre nossas conquistas e olharmos para nosso futuro.

Corações de SentinaOnde histórias criam vida. Descubra agora