Vi se limitou a ficar parada ali, respirando alto e profundamente enquanto encarava a ponta da arma apontada em sua direção, e o rosto de sua irmã logo acima. Ela nem mesmo reagiu quando Jinx se agachou em cima dela e apoiou a arma no próprio joelho, as tranças longas e azuis balançando pelos ares e arrastando no chão.
- Essa é a parte em que você sai correndo e eu tento te acertar. – Jinx sussurrou, a outra mão próxima à boca, como se estivesse lhe contando um segredo. Ela pigarreou e se levantou com tudo outra vez. – Últimas palavras, maninha!
A única coisa que Vi fez foi sorrir.
- Não, tudo bem. – Murmurou ela, a voz suave. – Vá em frente.
- Ah, qual é! – Jinx reclamou. – Tá acabando com toda a diversão!
O sorriso da lutadora continuou ali. Não importavam as circunstâncias, ver sua irmã, mesmo com aquele caos em seus olhos, era como voltar para a casa depois de um longo dia de trabalho e encontrar tudo revirado para dar vida a algum tipo de brincadeira. Você se irrita com a bagunça, mas mesmo assim, continua sendo seu lar.
- Eu não vou correr, Powder.
- Argh, toda vez é a mesma coisa! – Jinx suspirou, e num gesto dolorosamente familiar, coçou a têmpora com a ponta da pistola. Ela voltou a gesticular conforme continuava falando. – Você diz isso, eu digo aquilo, e depois a gente tenta se matar, como deve ser. Ainda não decorou o roteiro?
- Sim, tem razão. É hora de acabar com isso. – A lutadora lhe deu um olhar encorajador. – Então, vá em frente.
Jinx hesitou por um momento, o brilho maluco em seus olhos piscando quase imperceptivelmente. A arma tremeu em sua mão enquanto ela apontava para a irmã outra vez.
- Eu disse... – grunhiu ela. – Últimas palavras, Vi!
A lutadora fechou os olhos.
- Bom te ver, garota.
E então, nada aconteceu.
Vi abriu os olhos outra vez.
- Odeio quando você faz isso! – Jinx se afastou de Vi, permitindo que a lutadora se sentasse. – Tanto faz, posso deixar passar dessa vez, é seu aniversário, afinal. Quantos anos está fazendo mesmo? Quarenta e três? Cinquenta e sete? Oitenta e quatro?
Vi riu levemente, balançando a cabeça.
- Vinte e nove.
Jinx cruzou os braços e se encostou a uma parede.
- As dores na coluna já estão pra começar.
- Não sou tão velha assim. – Respondeu Vi num tom divertido.
- Até parece. Vejo seus cabelos brancos daqui.
- Ah, cala a boca. – Vi suspirou enquanto se levantava, e Jinx voltou a lhe apontar a arma.
- Ei, ei, ei. Não abusa do meu bom humor. – Num gesto de afronta, a lutadora revirou os olhos, e sua irmã cruzou os braços outra vez. – O que tá fazendo aqui? Não devia estar comendo um bolo cheio de engrenagens no lado alto?
- Hoje não. – Vi bateu a poeira de suas roupas.
- Por quê? – Jinx a olhava dos pés à cabeça, como se estivesse buscando por qualquer mudança que perdera no tempo em que não se viram.
- Que é? Estamos conversando agora?
Jinx deu de ombros.
- É seu aniversário. – Ela ergueu a mão para mostrar os dedos cruzados para Vi. – Tô de figas.
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Corações de Sentina
Fiksi PenggemarVi, uma Defensora de Piltover com um passado conturbado, é enviada a Águas de Sentina em uma missão confidencial para recuperar um artefato hextec roubado pelo temido pirata Gangplank. Lá, ela se alia a Miss Fortune, uma famosa caçadora de recompens...