- Como está se sentindo agora? – Vi perguntou enquanto elas voltavam para a taverna. Ela apoiava o braço ao redor dos ombros de Sarah, a outra mão enfiada no bolso da jaqueta. Miss Fortune, por sua vez, abraçava sua cintura. Aquela proximidade era boa, fazia sentido.
- Sobre o quê? – Sarah perguntou.
- Gangplank. O que mais seria?
A Capitã sorriu.
- Sobre o sexo?
Vi arfou uma risada.
- Foi bom?
Miss Fortune fez uma pausa.
- O melhor.
- Pronto, já falamos sobre isso. – Vi pigarreou, tentando não demonstrar o quanto estava orgulhosa da resposta da Capitã. – E então?
Sarah suspirou.
- Ainda não sei. – Ela admitiu. – Estou satisfeita com a morte dele, definitivamente, mas, ao mesmo tempo, sinto que algo ainda está faltando. Eu passei tanto tempo da minha vida focada em destruí-lo, em me vingar... E agora que consegui, não sei exatamente o que fazer com isso. É estranho, eu deveria me sentir completa.
Vi chutou uma pedrinha, sentindo a familiaridade daquelas palavras no coração.
- A vingança faz isso. A gente acha que vai preencher um vazio, mas às vezes só cria outro.
- Como você preencheu o seu vazio? – Sarah questionou.
A lutadora pensou por um momento.
- Não preenchi. Não de verdade. – Disse por fim. – Mas aprendi a lidar. Trabalhar como Defensora me dava a sensação de estar protegendo outras pessoas do mesmo que aconteceu a mim e à minha irmã. Era o mínimo que eu podia fazer.
Miss Fortune ouviu as palavras de Vi em silêncio. Após um momento, ela respondeu:
- Mas e quando não estamos lutando pelos outros? Quando não temos essa missão para nos distrair? – Seu olhar encontrou o de Vi, mais vulnerável do que antes. – O que nos resta?
Vi se lembrou da Capitã determinada exibindo sua vitória no porto de Águas de Sentina, como se não temesse nada e nem ninguém. Uma máscara, uma casca.
- Acho que, no fundo, preencher o vazio tem mais a ver com encontrar um motivo pra continuar lutando. Algo ou alguém que te dê um sentido maior do que o passado. – Ela olhou para a Capitã com intensidade. – Não precisa se prender à ideia de que nada vai ser o suficiente. A verdade é que sua vida começa agora. Quem é Miss Fortune sem Gangplank?
- Quem sou sem Gangplank... – Sarah repetiu, absorvendo aquele pensamento.
- Não se apresse. Vamos ter a chance de descobrir juntas. Não é? – Vi sorriu e se inclinou para beijá-la rapidamente conforme caminhavam. Em seguida, uma nova pergunta lhe surgiu à mente. – O que foi aquilo com a sua arma? Por que se livrou dela tão friamente?
- Friamente? Acho que foi a coisa mais difícil que já fiz em toda minha vida. – Sarah respondeu um tanto amargurada. – Eu reconheço a riqueza de uma aliança entre Águas de Sentina e Piltover, e você já me disse muitas vezes sobre o que Demacia pode fazer por mim e por meu contrato, mas Thresh me deu um prazo, e eu não posso esperar até lá.
- Assim que cumprisse com sua parte, certo?
- Não só isso.
- Isso também estava no pergaminho? – Sarah a encarou no mesmo instante e Vi deu de ombros para se justificar. – Bill Barril pode ter falado algo sobre isso.
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Corações de Sentina
FanfictionVi, uma Defensora de Piltover com um passado conturbado, é enviada a Águas de Sentina em uma missão confidencial para recuperar um artefato hextec roubado pelo temido pirata Gangplank. Lá, ela se alia a Miss Fortune, uma famosa caçadora de recompens...