31. Garras do Oceano

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Flashback on.

- Por todas as tempestades, Piltover desgraçada! Quer parar de destruir nossos barris de rum? – Vi ouviu uma voz distante enquanto continuava a socar as tábuas diante dela. Um marujo desceu apressado os degraus do porão em sua direção. – Quer que a Capitã nos mate?

- Relaxa, tenho certeza de que esse aqui está vazio. – Ela limpou o suor da testa e desferiu mais um golpe. A madeira se espatifou diante dela e uma cachoeira de rum esguichou pelo chão. Ela se afastou com alguns passos. – Ou não...

- O que tá acontecendo aqui? – A voz de Miss Fortune surgiu às escadas também, um olhar avaliador correndo pelo porão.

- Capitã, eu disse a ela que treinasse seus murros em outro lugar. – Respondeu o pirata. – Já é o terceiro barril que ela destrói só na última hora.

- O terceiro barril? – Indagou a Capitã. – Tá querendo uma bala nas entranhas?

- Eu só estava... – Vi começou.

- Obrigada, Carniça. – Disse ela ao marujo, depois lançou mais um olhar afiado à lutadora. – Eu cuido disso.

Vi empurrou o interior da bochecha com a língua enquanto o homem fedorento se afastava, e colocou as mãos na cintura ao observar Miss Fortune cruzar os braços e se aproximar devagar.

- Tá se esforçando pra me tirar do sério, é?

Vi revirou os olhos.

- Bem, era isso ou seus malditos piratas. – Disse ela. – Você sabe que eu preciso me manter em forma.

Num movimento súbito, Miss Fortune a alcançou e a empurrou contra a parede, agarrando seus pulsos e erguendo suas mãos acima de sua cabeça. A lutadora a encarou, o rosto da Capitã próximo demais para que ela não se permitisse admirar seus lábios.

- Eu deveria puni-la pelo crime de ser tão gostosa assim. – Sarah sussurrou. – Você me faz perder completamente o juízo.

Vi engoliu em seco diante do desejo que a inundou.

- Quer saber? – Ela respondeu. – Não foram três barris. Foram cinco. E então? Vai me castigar ou só sabe falar?

Flashback off.


- Sarah... – A voz da Defensora não passava de um sussurro. – Eu posso explicar.

- Só... – Miss Fortune franziu o cenho e coçou a têmpora com a ponta da arma. – Só cala a boca. Cala a maldita boca.

O olhar de Vi deslizou por todos os rostos no convés, sentindo o coração ser esmagado por cada expressão de ódio e decepção que ela recebia de volta.

- Você não entende... – Ela voltou a encarar a bolsa, e imediatamente reconheceu os papeis de sua missão puxados para fora do compartimento secreto. Um calor de adrenalina começou a crescer por sua garganta.

- Eu não consigo acreditar em como tudo estava bem debaixo do meu nariz o tempo todo. – Miss Fortune riu, mas não havia nenhum humor ali. – Eu não sei, acho que eu só quis acreditar que não havia nada. Acho que eu só quis amar você.

- Eu amei você também! – A Defensora ousou gritar, e todos os piratas puxaram suas armas. Ela engoliu em seco em seguida, sentindo os olhos inundarem. – Eu amo você.

Miss Fortune atirou para cima e sua expressão se transformou em choro também ao apontar de volta para Vi.

- Nem se atreva a dizer uma coisa dessas. – Ela grunhiu. – Não agora.

Corações de SentinaOnde histórias criam vida. Descubra agora