38. Ecos da Redenção

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O vento uivando contra o casco do navio ecoava em meus ouvidos, mas ao mesmo tempo, o som parecia distante. Cada fibra do meu corpo estava em alerta, como se os socos que minha vida me ensinou a dar não fossem suficientes para o que estava por vir, como se aquela batalha fosse a minha própria.

Gangplank estava à minha frente, sua presença parecendo roubar todo meu fôlego, como se eu estivesse me afogando outra vez. Eu sentia o calor dela irradiando em minhas costas, e sabia tudo o que ela escondia. O ódio, a dor, o desejo ardente de vingança, e toda aquela possibilidade a centímetros de nós. Eu entendia tudo aquilo.

Meu olhar percorreu por todos os lados, para cada soldado pronto para o combate. Meu coração batia no ritmo daquela tensão e eu me perguntava se Sarah podia ouvir, se seu coração estava alinhado ao meu.

"Você está aqui para lutar por sua Capitã ou apenas para ver o show da primeira fila?"

Eu engoli em seco, tentando ignorar a sensação de que ele via algo em mim, algo que eu não queria mostrar. Era fácil perder o controle, fácil me perder na violência, mas havia algo mais profundo aqui, algo que não me dava o direito de tomar a frente.

"Chega de rodeios, Gangplank. Estamos aqui para levar de volta o que é nosso."

O metal do martelo de Jayce faiscou ainda mais, e Gangplank riu, mas eu mal ouvia a troca de ameaças. Meu foco estava em Miss Fortune, no quanto seu momento estava perto, e naquele momento, tudo o que eu poderia fazer era garantir que ela tivesse sua vingança. Depois de tudo, era o que ela merecia, e o que eu lhe devia.

O riso de Gangplank morreu, um silêncio frio envolveu o convés. Eu senti uma forte energia pulsar em minhas manoplas. E foi aí que tudo começou.

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Jayce foi o primeiro a avançar, seu martelo brilhando em faíscas azuis enquanto ele o erguia com um grito de guerra, indo diretamente na direção de Gangplank. O capitão desviou da arma com um movimento rápido e preciso, completamente inesperado para alguém de seu tamanho, e girou a espada em chamas em um arco largo que fez o Conselheiro recuar, perdendo o equilíbrio diante daquele poder inesperado. Graves se aproveitou da hesitação do momento para atacar em seguida, preparando sua escopeta para atirar. As balas ecoaram pelo convés, mas Gangplank deslizou para o lado e puxou uma pistola do coldre – uma das armas de Miss Fortune – o tiro ricocheteando no chão a poucos centímetros dos pés de Graves. O grandalhão de Sentina rosnou um palavrão e se preparou para um novo ataque, mas Vi já estava correndo.

Ela usou o impulso de suas pernas para se lançar sobre o capitão, as manoplas colidindo com a espada flamejante. O choque do impacto vibrou por seus braços, os músculos ardendo por baixo da jaqueta, o calor da lâmina a centímetros de seu rosto. Ela grunhiu alto enquanto sustentava o peso de todo seu corpo com os pés, arrastando-se para trás conforme Gangplank investia. Ele tinha um olhar assassino, uma fúria cruel que ela só vira nas tempestades que enfrentou em alto-mar.

A lutadora sentiu que suas forças estavam prestes a ceder quando Miss Fortune surgiu como um raio, as espadas roubadas cintilando ao refletirem o brilho das chamas de Gangplank. Ela girou as lâminas no ar, desferindo alguns cortes na lateral do corpo do capitão, obrigando-o a recuar e bloquear os golpes com a própria espada. O som metálico ecoava pelo navio conforme as espadas se chocavam, faíscas voando a cada impacto. Gangplank rosnou enfurecido, erguendo a pistola na direção de Vi, e a bala voou para seu lado quando Miss Fortune bloqueou seu movimento com a segunda espada, fazendo a pistola cair no chão.

Vi aproveitou para preparar um novo golpe, forçando Gangplank a girar a espada para desviar. Miss Fortune seguiu o movimento, as espadas cortando o ar em um ataque coordenado. Juntas, elas obrigaram Gangplank a recuar alguns passos, fazendo-o perder o equilíbrio por alguns segundos.

Corações de SentinaOnde histórias criam vida. Descubra agora