— Gahan, se puder me aguardar no corredor, estarei lá em alguns minutos, e podemos finalizar os planos.
— Sim, minha Rainha.
— Grim percebe que a reverência que ele faz a Lisa é muito mais relaxada do que aquele que lhe foi dada.
— Meu Rei. — Virando, ele sai. Lisa aguarda até a porta fechar antes de voltar para Grim.
— Eu não ficarei muito tempo. Posso dizer que você está ocupado. Apenas queria discutir com você os meus planos para os medalhões da Guarda.
— Medalhões? — Sim, para designar que são membros da Guarda de Elite. Você me disse para pensar sobre isso e o fiz.
— Tenho certeza de que o que você decidir ficará bem.
— Eu quero sua contribuição. — Ela lhe entrega os desenhos. — Eu também quero atualizar o de sua Guarda.
— Lisa... — O toque de seu comunicador faz Grim se mover para a mesa.
— Sim. — Ele exige.
— Senhor, Baccuus está ausente. — Eu quero que o encontre, Comandante. Agora!
— Sim, Senhor.
— Grim passa uma mão frustrada através de seus cabelos, virando-se para abordar Alger, ele vê Lisa ainda lá.
— Eu não tenho tempo para isso, Lisa. — Ele diz com impaciência.— Apenas mais alguns minutos, por favor, veja os desenhos. Estes dois seriam para minha Guarda e esses dois para a sua.
— Grim se obriga a olhar para os papéis enrugados que ela tira cuidadosamente de suas mãos. Parecem ser o medalhão atual com algumas mudanças insignificantes.
— Por que dois? — Ele se obriga a perguntar.
— Um para o dia-a-dia. — Ela aponta. — E um para o uniforme de corte. — Ela indica os outros. — Os medalhões, embora diferentes, indicam que ambos os Guardas são da mesma Casa, a Casa de Luanda.
— Sua Guarda não precisará de uniforme de corte. — Grim joga os papéis na mesa.
— É claro que sim, por quaisquer funções que precisaremos assistir com o Rei e Rainha de Luda.
— Você não participará de tais funções. Faça um para sua Guarda se isso lhe agrada, minha Guarda não irá querê-lo.
— Grim... — Seu comunicador toca novamente.
— Eu não tenho tempo para isso, Lisa! Faça o que você fez desde que chegou, não faz diferença para mim ou para meus guerreiros.
— Grim responde seu comunicador.
Alger observa o corpo da Rainha ficar completamente imóvel antes de se virar lentamente. Ele fica chocado com a palidez dela, seus olhos feridos, seus lábios tremendo.
Percebendo que ela viu seu olhar, Lisa fica rígida, seu rosto se tornando uma máscara sem emoção. Dando-lhe um sinal de cabeça quase discernível, ela sai da sala. Agee tem um olhar furioso enquanto a segue.
Alger olha de volta para o Rei, ainda no comunicador e se pergunta se ele percebe o mal que causou. Curioso, ele olha para os desenhos sobre os quais ouviu sussurros de toda a manhã. Sussurros sobre a grande honra que a Rainha deseja dar, não apenas à sua Guarda, mas também a Guarda do Rei.
Terminando a conversa, Grim volta, encontrando seu Capitão sozinho e franzindo a testa para os desenhos que ela deixou.
— Ainda não há sinais dos guerreiros.
— Eles serão encontrados, Senhor. — Grim não tem certeza do que vê nos olhos de seu Capitão quando finalmente o olha.
— O que é Alger? — Eu fui o Capitão de sua Guarda desde que você se tornou Rei e antes disso eu servi seu tio.
— Eu sei disso, Argel. — Grim franze o cenho para ele.
— Em todo esse tempo, tive a honra de servir uma Casa tão nobre. A força de caráter que você mostrou desde que foi ferido é algo que todo guerreiro aqui também aspira. Mas agora...
— Agora? — Grim não tenta esconder sua confusão. O que poderia fazer com que seu amigo mais confiável questionasse sua escolha de atendê-lo?
— Diga, Alger! — Ele exige. — Agora me pergunto se você realmente entende seus guerreiros.
— Por que diz isso? — Por causa disso.
— Ele segura o desenho de Lisa de seu símbolo.
— O que tem isso? — Grim pergunta. — Não é nada além de um medalhão colorido.
— É mais do que isso. — Alger o informa em tom baixo.
— Pelo menos para seus guerreiros. Você sabia que ela pediu a opinião de Agee? — Ele vê que o Rei não sabe. — Ela temia que eles ficassem envergonhados de usá-lo, usar seu símbolo, sem sequer entender o que está oferecendo.
— O que ela está oferecendo a Alger?
— Grim rosna.
— Um símbolo de seu valor, meu Rei. — Alger grunhe sem se sentir intimidado.
— Para todos verem. Já olhou para isto? — Ele balança o desenho. — Os olhos serão feitos de charoite, dois em cada medalhão! Charoite que ela está pagando.— Grim franze o cenho, pegando um desenho.
— Ela também quer colocá-los no medalhão da Guarda do Rei, então todos saberão o quanto são valorizados, que eles importam. Você de todas as pessoas deveria entender isso, meu Rei. — Ele vê que ele chocou Grim.
— Você realmente não entende o que ela significa para seu povo, o que faz por eles.
— Alger deixa a formalidade e fala com Grim como o amigo que ele é. — Você trouxe esta mulher para Luanda para manter sua posição, mas isso não foi o que aconteceu Grim. Ela o elevou e não por sua descendência de fêmeas. — Alger caminha até o Raptor.
— Olhe para isso. — Ele o olhou e viu a verdade. — Ela viu você. Viu seu valor. Você é o Raptor Grim, você protege Luda, mas ela... faz valer a pena proteger, valer a pena morrer por isso. Ela é a beleza de Luda, porque faz cada pessoa acreditar que são eles. Ela reconhece um esforço, agradece a menor ação.
Ela elevou a metade de sua casa a um nível de poder, talvez apenas como uma pessoa, mas ainda... — Alger balança a cabeça sentindo como se ele estivesse falando sobre um antigo.
— Todos sabem que ela é sua. Que ela tem sua prole. Pegou tudo o que lhe foi dado e colocou para todos verem e apreciar. Ontem, ela escolheu um fabricante de vidro comum, de origens questionáveis e fez dele o Mestre de vidro da Rainha, dando-lhe os meios para abrir sua própria loja. Ela não é Torniana, mas eu digo-lhe isso, não há um dos seus guerreiros que não morreria de bom grado para protegê-la, ela é deles, tanto quanto sua.
— Eles ouviram sobre isso? — Grim pergunta em voz baixa, olhando dos desenhos para o amigo.
— Eles querem isso? — Sim e agora sabem que não o terão.
— Sobre o que você está falando, eu disse a ela para prosseguir. — Ele exige.
— Você disse a ela para fazer o que quisesse, porque não importava. Para você ou seus guerreiros. Que não há motivo para que sua Guarda tenha um medalhão de corte, porque não era digna de atender aos deveres de uma Rainha.
Continua...
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Grim
Ficção HistóricaO livro não é meu ! Todos os direitos autorais da obra devem ser direcionados ao autor. Lembrando que PLÁGIO É CRIME.