Capítulo 40

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— Eu não disse isso. — Grim responde.

— Foi o que deu a entender com sua impaciência. Foi o que ela ouviu. O que eu ouvi. Você a fez sua Rainha, mas negou tudo o que isso implica. Você a trata como o faria com nossas mulheres e espera que ela se sinta digna? Vi a ferida que infligiu antes de partir.

Grim move-se para seguir Lisa, fazendo uma pausa quando seu comunicador soa, com os olhos ainda na porta ele atende ao seu dever.

***

Lisa está entorpecida quando sai da sala. Grim não quis dizer isso de verdade... quis? Que nada do que ela fez desde que chegou foi importante.

Todo o trabalho que ela e seus guerreiros fizeram para fazer do Castelo Luanda uma casa, um lugar para orgulhar-se, foi permitido apenas para mantê-la ocupada... para agradá-la. Que ela não importava, não para ele, não como pensava, não da maneira que queria.

Na noite anterior eles conversaram, realmente conversaram e pensou que finalmente se entendiam, se aproximavam, mas estava errada. E de repente, o cansaço com o qual acordou retorna com uma vingança. Olhando para cima, ela vê o rosto esperançoso de Gahan e força um sorriso. Ela não irá destruir esse talentoso jovem, não se importa a opinião de Grim. Ele disse a ela para fazer o que desejava e assim o faria.

— Minha Rainha? — Gahan pergunta.

— O Rei diz que você deve fazer os medalhões Gahan e eu quero eles o mais rápido possível. — Ela o informa.

— Sim, minha Rainha! — Seu sorriso é mais brilhante que o sol de Luda.

— E os desenhos? — Lisa percebe que os deixou onde Grim os jogou, ela não voltará para buscá-los.

— O Rei deseja mantê-los. — Agee mal esconde sua surpresa pela mentira da Rainha. — Você precisa deles?

— Não minha Rainha e lembro-me do que você quer.

— Bom, então pode começar hoje?

— Sim, minha Rainha.

— Agee, pode orientar Gahan?

— Ela olha para seu Capitão, ignorando sua preocupação.

— Eu estarei na ala real.

***

Nuvens de tempestade escurecem o céu da tarde, bloqueando a luz e o calor do sol de Luda, refletindo perfeitamente o humor de Lisa.

Voltando à ala real, ela ainda tem seus pensamentos tumultuados. Por que Grim falou com ela assim?

Como se ela fosse alguém irritante. Proclamou-lhe Rainha e pelos textos que ela leu, era o mesmo como na Terra, mas Grim não queria que ela atendesse seus deveres. Por quê? Porque ela não era de Tornian?

Na noite anterior, pensou que eles estivessem se aproximando. Aparentemente, Grim apenas queria agradá-la. Dizendo o que queria ouvir para mantê-la com ele.

— Mamãe! — Ouvindo a voz de Carly, ela se vira para ver sua filha carregando uma forma com o que parece com biscoitos.

— Ei bebês, o que vocês têm? — Ela afasta seus pensamentos sombrios.

— Cookies mamãe! — Miki diz com entusiasmo enquanto ela corre com sua irmã.

— Eles são tão bons.

— E quantos você já comeu, garota? — Lisa não pode deixar de sorrir.

— Somente algumas mamães. — Cook não nos deixou comer muitos, algo sobre não comer o jantar.

— Cook está certo. Agora, deixe-me experimentar.

— Enquanto as meninas riam, Lisa mordeu um e seus olhos se enchem de lágrimas.

— Mamãe? — Carly olha para ela e o tremor em sua pequena voz aperta seu coração.

— Está tudo bem, bebê. — Lisa finalmente diz, depois de engolir. Ficando de joelhos, ela as aproxima.

— Estes são tão bons que me fizeram pensar em casa.

— Eu sinto falta de casa às vezes também, mamãe. — Carly sussurra e um som atrás deles faz Lisa se virar para ver Kirk parado na entrada.

— Obrigado por trazer as garotas de volta Kirk, ficarei com elas agora. — Ela sorri para ele, mas não alcança seus olhos, não o tranquiliza, ele ouviu o que ela disse. Ela não considerava ali sua casa.

— Sim, minha Rainha. — Afastando-se, franze a testa. Ele era um dos primeiros Guardiões a servir uma Rainha em quase quinhentos anos. Ela encheu Luanda com luz, orgulho e com as risadas de sua prole. Tratava todos os machos como se fossem especiais, algo que nenhum deles já experimentou antes, ao mesmo tempo em que deixa todos saberem que Grim é o único macho que ela quer.
Ela era sua Rainha e ele não apenas queria que ela ficasse, ele a queria feliz. Precisa conversar com Agee.

***

— Eu sinto falta de casa, às vezes, também, bebê, mas tudo o que é importante está aqui em Luda, não é?

— Lisa volta sua atenção para suas garotas. — Vocês duas estão aqui e isso é importante para mim.

— E Grim, mamãe. — Miki a lembra. — Você não pode esquecer Grim.

— E Grim. — Lisa força, as garotas não percebem a tensão em sua voz.

— Então, por que você está chorando mamãe? — Miki pergunta.

— Eu não estou chorando bebê, acho que estou muito cansada. Ficamos realmente ocupadas ultimamente, verdade?

— Tivemos muitas mudanças, mamãe. — Carly concorda.

— Vamos, vamos sentar. Movendo-se para o sofá, elas se aconchegam.

— Eu sei que as coisas começaram um pouco difíceis, mas estamos transformando o lugar em uma casa, não estamos? Basta olhar para este quarto.

— Elas observam a sala que ajudaram a criar.

— Nós fizemos um bom trabalho, mamãe. — Carly informa. — É maior que o nosso antigo quarto.

— Miki concorda com a cabeça. — E o pátio é maior também, mas não há mais ninguém com quem brincar.

— Acho que tem razão. — Lisa franze o cenho imaginando como ela pode lidar com isso.

— Vou falar com Montfort e ver se não podemos arrumar um momento para vocês brincarem com os filhos dos outros, tudo bem?

— E de repente, uma explosão alta agita as janelas, seguido de um brilhante flash de luz, fazendo com que todos pulassem. As garotas gritam e antes que Lisa possa acalmá-las, os guardas entram na sala com armas levantadas.

— Minha Rainha! — Dyer dirige-se a ela, seus olhos percorrem o lugar procurando a ameaça.

— O que foi esse barulho, Dyer?

— Barulho, minha Rainha? E de repente, ele entende e relaxa levemente.

— É apenas uma tempestade minha Rainha, ruim, mas nada a temer, não dentro de Luanda. — Ele espera para ver se ela entende.

— Tempestade... uma tempestade. — Lisa ergue-se para olhar pela janela. Ao ver a chuva cair e os relâmpagos, ela volta para as meninas.

— É apenas uma tempestade garotas. — Ela olha de volta para os guardas, vendo que ainda têm suas armas levantadas.

— Estamos bem, não há ameaça. Simplesmente nos surpreendeu. Obrigada por responder tão rapidamente.

— Com um aceno de cabeça, os guardas saem e ela volta para as meninas.

— O que dizem de pegarmos um monte de travesseiros, jogarmos no chão, comermos biscoitos e observamos a tempestade?

— Sim! — Elas concordam prontamente, apressando-se para pegar o que precisam.

Continua...

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