Capítulo seis. (23)

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A manhã encontra o Rei e a Rainha deitados em sua cama, observando o nascer do sol. Afastando o olhar de sua beleza, Lisa ergue-se no cotovelo para olhá-lo.

— Qual é a sua pergunta, minha Lisa?

— Por que todos ficaram tão chocados quando disse que eu sou sua Rainha?
Você é o rei Grim, por que eu não seria sua Rainha?

— Os olhos de Grim estão cheios de indecisão.

— Grim? — Ele sente que ela começa a ficar tensa. — O que eu não sei? — Com um profundo suspiro, ele se senta mantendo-a perto, suas mãos acariciando-a.

— Nos tempos antigos, quando o Rei escolhia se unir a uma fêmea, ela sempre se tornava sua Rainha.

— Não diz mais nada, ela espera.

— Uma vez que uma fêmea aceita o título, ela fica par sempre ligada a este macho, incapaz de se unir a outros. Quando as fêmeas diminuíram, foi decidido que o título não poderia mais ser forçado a uma fêmea. Ela deveria aceitá-lo de bom grado. Faz mais de cem anos que não existe uma Rainha em Luda. Somente ao se unir ao Imperador é o título ainda obrigatório.

— Ele podia ver a mente de Lisa trabalhando, classificando o que ele disse.

— Por que não dar o título? Não seria seguro seu lugar na sociedade? Ser Rainha? — Seus dedos se moviam distraidamente em seu peito.

— Talvez, mas isso acabaria com a chance de se tornar Imperatriz e esse é o objetivo de todas as fêmeas.

— Pensei que suas fêmeas escolhessem a quem se unir e não o macho.

— Um macho pode recusar. É simplesmente raro, exceto para o Imperador.

— Porque há tão poucas mulheres?

— Sim. Um macho pode recusar o pedido de união de uma fêmea, mas as chances do macho de se unir a alguém são escassas.

— Exceto para o Imperador, ele pode recusar.

— Sim e Wray o fez depois da morte de sua primeira Imperatriz. Ele tinha dois descendentes masculinos e decidiu que outros deveriam ter a chance de participar.

— Sua primeira Imperatriz morreu? O que aconteceu? — Ela estava em uma excursão e de alguma forma comeu uma baga de skua.

Ninguém sabe como. Havia outros arbustos na área, mas não se aproximaram deles. Alguns acham que um pássaro a jogou em seu prato. Havia uma no prato de Risa também, mas ela não a comeu.

— Risa? Sua Risa? — Lisa endurece.

— Ela nunca foi minha. — Grim nega.

— Não discuta semântica comigo, Grim. E se você não fosse emboscado, ela seria.

— Você está irritada. — Ele olha confuso. — Por que ela estava lá?

— Não. — No entanto, Lisa percebe que está irritada. Está com ciúmes de Grim saber onde a mulher que o rejeitou estava. Que ele a acompanhava.

— Minha Lisa. — Ele vira seu rosto para o dele com um dedo firme.

— Conte-me. — Você ainda cuida dela.

— Quem? Risa? — Você acompanha de onde ela está. — Ela descobre que não pode encontrar seus olhos. Não tem o direito. Quando ele estava sozinho, ela teve Mark. Deus, ela não é melhor do que uma fêmea Torniana.

— Olhe para mim, minha Lisa. — Ele ordena. — Por que você está irritada?

— Porque eu sou uma cadela. — Ela diz-lhe com impaciência. — Estou com ciúmes por você ter acompanhado uma mulher que o magoou tanto e não tenho o direito.

— Quando ela mostra seu lado feio, Grim sorri lentamente. — Pare com isso! — Ela exige. — Você não deveria sorrir. Deveria gritar comigo por ser tão egoísta.

— Acha que eu me importo com ela? — Seu sorriso se amplia. — Você está com ciúmes de alguém que não vejo desde que ela era criança.

— Eu pensei que tivesse dito que não a conheceu. — Ela contesta.

— Nunca o fiz, eu disse que a vi. O pai de Risa era o capitão da Guarda de Elite do meu pai. Ela cresceu no Palácio.

— Mas você nunca a conheceu? — Ela não consegue manter a confusão fora de sua voz.

— Não era permitido. Não até que ela estivesse disposta a se unir.

— Quantos anos ela tinha quando entrou em contato com você.

— Dezessete. — Pensei que dezoito anos fosse a idade que uma fêmea pudesse se unir.

— Sim, mas quando fui proclamado Rei, Risa solicitou a Wray que pudesse se unir a mim. Seu pai morreu na mesma batalha que o rei Rask, o irmão do meu pai, o ex-rei de Luda. Ela temia ser forçada a se unir devido a sua morte e como Wray já estava unido, ela me escolheu.

— Espere... espere... deixe-me ver se entendi. Risa cresceu na mesma casa que você.

— Tornian é a casa do universo civilizado sim.

— Calma. Mas você nunca a conheceu, apenas a viu e quando seu pai foi morto, ela quis garantir sua posição, então o escolheu, porque você foi nomeado Rei.

— Sim, mas se Wray morresse sem um herdeiro, eu o substituiria para que ela ainda pudesse se tornar Imperatriz.

— Devolvê-la a Tornian.

— Sim.

Lisa balança a cabeça. — Suas fêmeas são um grupo malvado, Grim.

— Elas são, mas são essenciais para a nossa sobrevivência.

— Então voltando à questão original. Seu povo acredita que prefiro ter a chance de ser Imperatriz do que ser sua Rainha... e estar com você.

— Sim. — Adivinha, apenas precisamos mostrar a eles, hein. — Lisa sorri com ele.

— Não. Você apenas mostra coisas para mim. — Seu sorriso sexy fez seu sangue correr mais rápido, lembrando-lhe de como ela mostrou que suas cicatrizes não eram importantes.

— Eu posso viver com isso. — Ela sussurra, se esticando sedutoramente para beijá-lo. Grim toca seus lábios prontos para toma-la quando risadas o fazem congelar. Afastando os lábios, ele olha para os pés da cama, para encontrar duas garotas olhando para eles. Com os olhos em pânico ele se volta para Lisa, que deixa a cabeça cair sobre seu peito.

— Bom dia, meninas. — Ela diz, virando a cabeça para olhá-las.

— Bom dia mamãe... Grim. — Elas respondem divertidas.

— Bom dia, pequenas. — Grim se move rigidamente sob ela.

— Meninas, por que não vão se vestir na sala de limpeza enquanto pedimos o café da manhã?

— Ok, mamãe. — Ainda rindo, elas pegam suas mochilas.

— Bem-vindo ao mundo da paternidade. — Lisa sorri para ele.

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