27_ O que tá fazendo aqui?

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| Aspen, ColoradoÀs 08h00 - Noite

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| Aspen, Colorado
Às 08h00 - Noite.
Sábado.

Antes de namorar o Frederick, admito que já havia beijado garotos que conheci durante a adolescência. Depois que completei 19 anos e comecei a ingressar na faculdade, conheci pessoas incríveis e na minha cabeça era uma boa ter experiência. Uma experiência boa caso eu me envolvesse seriamente com alguém.

Claro que não passava de beijos vazios, sem qualquer sentido, então no final não valia de nada pois no final da noite eu sempre me sentia a pior pessoa do mundo. Quando eu conheci o Frederick, os beijos dele eram bons, mas não era nada comparado ao que eu estava sentindo com o beijo do Travis.

Não havia motivo algum para que eu me arrepiasse daquele jeito, mas sua mão na minha cintura causava uma corrente elétrica pelo meu corpo inteiro. Os lábios do Travis eram doces e, ao mesmo tempo, brutos que pareciam querer usar aquela brutalidade para me derreter. E, sinceramente, eu me derretia por completo.

Minha mão percorria seus fios castanhos, puxando eles com delicadeza, ao mesmo tempo que a outra segurava fortemente o braço musculoso do Travis. Aquele braço tatuado que eu queria que percorresse meu corpo inteiro em um carinho delicado e sexy.

Quando seus lábios se afastaram dos meus, eu abri meus olhos lentamente, encontrando as suas pupilas dilatadas.

Eu não escutava mais nada ao nosso redor, nem os sons do desenhos, apenas o ritmo do meu coração que já batia na minha cabeça e o sangue latejava.

Mavis...

Soltei uma risada baixa quando meu apelido escapou de um jeito sexy do lábios dele, com meu coração acelerando ainda mais pelo efeito que a voz dele causava em mim.

ㅡ Oi, Travis.

Um sorriso malicioso curvou-se nos lábios, feliz porque usei o mesmo tom que ele. Travis encostou sua testa na minha, apoiando sua mão ao meu lado, tentando fazer com que o seu peso não fosse demais para mim. Estávamos no sofá, comigo completamente deitada embaixo dele, com ele por cima de mim.

Seu suspiro tocou minha pele, me arrepiando de novo.

ㅡ Não vai dizer que esse beijo foi um erro?

Juntei minhas sobrancelhas com seu questionamento, tentando entender onde ele queria chegar com aquilo.

ㅡ Por quê eu diria isso? ㅡ Indaguei, soltando o ar com força, tentando regular minha respiração. Aquele beijo estava na minha cabeça ainda, me levando a desejá-lo de novo.

ㅡ É o que a maioria diz depois de um momento desse. Não lê romances?

Aleatoriamente, começamos a rir juntos exageradamente pelo deboche nítido na voz do Travis. Não era o que eu esperava, porém, só serviu para aliviar o clima da tensão pós beijo que tivemos por segundos.

ㅡ Não tem porque eu dizer que foi o erro. ㅡ Admiti, por fim, quando paramos de rir. ㅡ Ambos queríamos, certo?

Travis abriu um sorriso imenso assim que o encarei, parecendo satisfeito com minha resposta.

ㅡ Já disse que queria você desde o dia daquela festa. ㅡ Reafirmou, erguendo seu tronco. Ele tocou na minha mão, me puxando em sua direção, fazendo com que eu ficasse próxima dele. ㅡ Aliás, por que fugiu aquele dia?

ㅡ Minha querida amiga Sophie gosta de se envolver na minha vida amorosa ㅡ Arrumei minha postura, passando a mão pelos meus cabelos. ㅡ Parece que ela prefere da opinião na minha, não na dela. Então ela inventa certos "encontros" por coincidência, ou até mesmo convence a um homem a fingir que não me conhece. Ela tem dessas coisas.

Travis começou a rir.

ㅡ A Sophie é bem louca.

ㅡ Eu concordo. ㅡ Concordei, balançando minha cabeça enquanto ria. ㅡ Entao, achei que você era pura armação dela, então desculpa por ache vexame.

ㅡ Ei... ㅡ Travis tocou na minha bochecha, me fazendo olhá-lo nos olhos pela primeira vez naquele momento depois do beijo. ㅡ Não precisa se desculpar, porque eu acabei te encontrando de novo e virei seu colega de quarto.

ㅡ Um colega de quarto super gostoso.

Me assustei com meu próprio comentário, arregalando meus olhos na direção do Travis quando disse isso. E, ao contrário da reação que eu esperava dele, o mesmo riu, se enclinando para me beijar de novo.

E, como eu já sabia, não consegui recuar e só retribui.

| Aspen, Colorado
Às 10h22 - Manhã.
Domingo.

Tencionei meus músculos enquanto eu observava a fachada horrorosa do sobrado em minha frente, me questionando se era realmente uma boa ideia visitar aquela casa que eu sofri tanto. Meu peito doía sempre em chegava em frente à ela, com um nó se formando na minha garganta automaticamente ao chegar ali.

Aquela era a mesma tensão desde o dia que decidi visitar minha mãe depois que fui embora. Sabia que ela abriria a porta, esperando ser seu marido arrependido a querendo de volta, mas sempre uma extensão de decepção tomava seu rosto ao ver que era só eu.

Á única pessoa da família dela que resta na cidade, se importando com ela.

Apertei as inúmeras sacolas em minhas mãos, tomando coragem para bater na porta, me preparando para os seguintes momentos de humilhação e decepção pela minha presença.

Foi então que ela abriu a porta, com um grande sorriso no rosto, mas logo comprimiu os lábios ao me ver. Nada fora da realidade.

ㅡ Mavie. ㅡ Ela torceu os lábios ao pronunciar meu nome, me observando de cima a baixo. ㅡ O que tá fazendo aqui?

Estalei à língua no céu da boca, enclinando meu rosto para frente.

ㅡ Eu vim visitá-la, mãe. ㅡ Dei com os ombros, como se fosse óbvio. Até porque era, eu sempre venho visitá-la pelo menos três vezes no mês. ㅡ Não vai me convidar pra entrar?

•••

Corações Atrevidos | Vol.2Onde histórias criam vida. Descubra agora