Narrador:
Horas depois, Lilith foi resgatada. A polícia encontrou a mulher em estado de choque ainda segurando uma arma diante do corpo mórbido de Hudson.
No entanto, parecia uma espécie de choque diferente do que se costuma ver nesses casos. Lilith parecia apenas séria demais como se estivesse acompanhando um filme com uma cena intrigante que lhe exigisse concentração. Após alguns procedimentos médicos, a mulher parecia despertar de um transe e passou a dar gritos histéricos ao ter um choque de realidade. Depois de ser contida, só se acalmou quando soube que Eddie e Edgard estavam fora de perigo. No entanto, ficou arrasada ao saber do falecimento de Márija:
- Aquele desgraçado acabou com a vida da minha tia! Minha tia Márija que tanto me ajudou! Por quê? Ela não fez mal a ninguém! - pranteava enquanto era consolada por Eddie e o filho.
- Mãe!! Eu tive tanto medo de perder você! Me desculpa, mãe! Me desculpa por não ter acreditado em você! Eu sei que causei tudo isso!
- Meu filho, está tudo bem! A culpa não foi sua!
Edgard está emocionado e chora muito. Após abraçar a mãe, se dirige a Eddie:
- Me desculpa, pai! Me desculpa! Eu pensei mal de você e não quis te ouvir ou te dar uma chance de se explicar. Eu sei que magoei você e se tivesse obedecido minha mãe tudo isso teria sido evitado. A tia Márija estaria viva...
Eddie não podia deixar de se emocionar ao ver que naturalmente Edgard o chamava de pai.
- Hey, hey...não! Nada disso! - Eddie o puxa e segura em seus ombros. - Você não tem culpa de absolutamente nada, Edgard! Você apenas lutou pelo que acreditou! Nem sempre vamos acertar nas nossas escolhas. Isso faz parte da vida! Eu também fiz uma escolha errada anos atrás e não tive a oportunidade de ver você crescer. Mas, agora estou tendo uma nova chance de estar perto de você, não estou? Você também terá a sua! Todos nós teremos!
O garoto estava bastante perturbado e encontrava o consolo e amparo dos pais que estavam mais estruturados do que ele, apesar de terem passado horas de terror.
Antes de que Edgard e Eddie fossem a delegacia depor, Lilith também depôs e pôde ver pai e filho se abraçando consternados por todos os acontecimentos.
Eddie e Edgard deixaram o hospital e prestaram depoimentos por longas horas depois que também foram atendidos por uma equipe médica. O garoto ainda se encontrava aos prantos pelo falecimento do avô:
- Quando ele me viu no porta malas do carro, logo me ajudou a sair e, eu percebi que ele passou a entender os próximos passos de Dave. Ele me disse claramente que o objetivo daquele monstro era ficar sozinho com a minha mãe. Disse que ele sempre foi obcecado por ela.
- Em algum momento, ele te disse que teria um plano de vingança ou que pretendia tirar a vida do sobrinho? - o delegado o questiona
- Ele me falou que pela primeira vez na vida faria algo justo. - Edgard contava os últimos momentos com o avô. - Eu vi quando ele colocou algumas substâncias estranhas dentro de algumas garrafas de cerveja. Ele disse que não estava mais aguentando aquele inferno de vida e que ia provar que tinha estima por mim. Só que eu não entendi bem que isso significaria que ele ia se envenenar e matar o Dave.... Ele me ajudou! Ele foi bom comigo! Ele tentou de me defender! Mas, ele não precisava ter feito isso... Não tinha que ser assim! - pranteava.
- Delegado, por favor, meu filho já disse tudo que tinha a dizer. Deixe eu levá-lo pra casa! - Eddie temia pelo estado emocional do filho.
Apesar de Lilith ter escondido a verdade sobre Dave e Hudson durante toda sua vida, o menino a descobriu da pior maneira: ouvindo uma conversa sórdida entre tio e sobrinho em um momento que acreditava na boa índole de Dave e o tinha como seu pai.
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DEEP - O melhor inimigo
FanfictionExistem amigos e inimigos. E o que acontece quando não se consegue distinguir quem é quem? Eddie Vedder e Dave Abbruzzese fizeram amizade de cara quando o baterista entrou para a banda em meados de 1991. Tal amizade foi abalada quando ambos conhecer...