Chapter Forty-Three

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Notas do Autor:

Oioi, lobinhos! Como se sentem hoje?

Os ânimos ficaram elevados no capítulo anterior, queria que soubessem que o planejamento da história foi concluído há tempos, estamos caminhando para o final, nada é resolvido em questão de um segundo, mas também não esperem um desenvolvimento que leve a outra a errar por birra.

Achei esse capítulo divertido. Boa leitura! Não esqueçam de votar e comentar.

Wednesday Addams - Point Of View

Deixando a área externa de Nevermore Academy, caminhei apressadamente, me limitando a conter os soluços insistentes que acompanhavam meu choro incontrolável.

Amaldiçoei minha audição lupina por trazer falas desconexas e risadas soltas, pertencentes às conversas paralelas dos estudantes que testemunharam minha humilhação pública.

Meus passos eram inabaláveis o bastante para dar a sensação de que o material amadeirado das escadas, que me levariam aos dormitórios, fosse ceder.

- Wandinha! Me espera.

Encarei Eugene, que dobrou os joelhos, fazendo um esforço tremendo para normalizar sua respiração.

- Eu quero ajudar... Por favor!

Continuei meu percurso. Seu implorar continuava alcançando meus ouvidos, mesmo que relevantes metros nos afastassem, um auxílio extra para me enlouquecer.

Adentrei o dormitório e empurrei a porta sem delicadeza. Um estrondo ensurdecedor preencheu os corredores, que ignorei instantaneamente, trancando o cômodo.

Meus olhos passearam involuntariamente pelo perímetro, como se torcessem silenciosamente para solucionar os problemas milagrosamente.

Arregalei os olhos levemente, encarando o lado de Enid Sinclair. Lençóis estavam perfeitamente alinhados sobre a cama e ursinhos enfileirados harmoniosamente nas prateleiras. Lustres permaneciam acesos, mesmo que os raios solares iluminassem com vigor, uma lembrança de sua desatenção.

Minha visão embaçou no mesmo instante em que uma ventania mexeu com as cortinas, fazendo o cheiro de frutas vermelhas que Enid exalava entorpecer minhas narinas.

Assumi meu fracasso no exato momento que minhas costas deslizaram, apoiadas no material amadeirado que compunha a porta.

Meus ossos imploraram por misericórdia, como se a junção que formava meu esqueleto pudesse se desfazer a qualquer instante, cada átomo queimava como um inferno.

Meu coração parecia comprimir mais a cada segundo, palpitações doloridas e frequentes, suficiente para atrapalhar minha audição.

Minhas mãos buscavam por um apoio inexistente, acabando por arranhar o piso amadeirado, deixando marcações singulares, instruídas pela minha ansiedade descomunal.

Mesmo com o esforço para focar em pensamentos racionais, tudo que me rodeavam eram afirmações insistentes, momentos em que me dispus a acertar e colecionei erros.

Anteriormente, os sinais que Enid Sinclair me direcionava fizeram parecer que meus sentimentos eram recíprocos, e mesmo com o conselho repetitivo de que as coisas deveriam caminhar lentamente, soou como uma ideia boa afirmar que ela deveria recusar o convite de Benjamin por estar apaixonada por mim. Um arriscar tolo e infantil, que apenas me rendeu minutos humilhantes, ela não me pertencia. Mesmo literalmente tendo dito que sim no banheiro de Wheathervane.

Era cansativo encarar o quebra-cabeça insistentemente, faltando poucas peças para finalizar e apreciar cada detalhe da obra, mas no final, perceber que poderiam haver outros pontos de vistas para enxergar, talvez minha montagem não tivesse sido certeira.

Tempestades & Arco-íris (Wenclair)Onde histórias criam vida. Descubra agora