Capítulo 26: Queimando por Dentro

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O clima entre Buck e Eddie estava pesado

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O clima entre Buck e Eddie estava pesado. A tensão entre eles havia se tornado palpável desde a última discussão sobre TK. Palavras não ditas pairavam no ar, e cada olhar trocado trazia uma carga emocional que parecia prestes a explodir. No entanto, o dever chamava, e na estação 118, o trabalho tinha que continuar.

O alarme soou, e a equipe foi chamada para um incêndio em um armazém industrial. Bobby deu as instruções: Chimney e Hen cuidariam dos feridos, enquanto Buck, Eddie e Bobby enfrentariam as chamas dentro do prédio. Mesmo em meio ao caos de uma emergência, a distância emocional entre Buck e Eddie era evidente. As palavras não ditas, o ressentimento e as inseguranças pairavam sobre eles como uma nuvem pesada, mas ambos focavam no trabalho.

Dentro do armazém em chamas, Buck e Eddie trabalhavam lado a lado, como sempre. O fogo rugia ao redor deles, e a estrutura do prédio estava instável, prestes a desabar. Mesmo assim, a comunicação entre eles era mínima, quase inexistente. Moviam-se como uma dupla sincronizada pela experiência, mas o coração de ambos estava distante. O silêncio entre eles era tão ensurdecedor quanto o crepitar das chamas.

De repente, uma explosão sacudiu o prédio. Parte do teto desabou, e Buck, agindo por instinto, empurrou Eddie para fora do caminho dos escombros. Quando Eddie se levantou, seu olhar não era de alívio, mas de frustração contida.

Eles continuaram a avançar, apesar da tensão evidente, até que Bobby ordenou a retirada. O prédio estava prestes a ceder por completo. Eddie começou a sair, mas então percebeu que Buck tinha parado de segui-lo. Olhando para trás, viu Buck correndo em direção às chamas. No fundo do armazém, uma criança estava presa entre os escombros.

"Buck, sai daí agora!" Eddie gritou pelo rádio, mas Buck ignorou o chamado. Em questão de segundos, ele alcançou a criança e, sem hesitar, a pegou nos braços e correu de volta para a saída. A estrutura do armazém desmoronou logo atrás deles, em uma explosão de fogo e destroços.

Quando chegaram ao lado de fora, Buck entregou a criança aos paramédicos, e Eddie olhou para ele com uma expressão indecifrável, reprimindo qualquer explosão emocional que poderia surgir ali. O foco tinha que ser no trabalho, e era isso que ele fez. Apenas cumpriu sua função, sem dizer uma palavra, enquanto sua mente fervilhava.

O caminho de volta ao quartel foi silencioso, tenso. O olhar de Eddie fixo na estrada, seus dedos apertando o volante. Ele mal trocou palavras com Buck, segurando a fúria que borbulhava dentro de si.

Assim que chegaram ao quartel, a bomba estourou. Assim que cruzaram a porta da sala de descanso, Eddie girou sobre os calcanhares e se aproximou de Buck, olhos brilhando de raiva.

"Você é maluco, Buck!" Eddie disparou, finalmente liberando o que estava guardando desde o incêndio. "Você quase se matou lá dentro!"

Buck, surpreso pela explosão de Eddie, franziu o cenho, defensivo. "Eu fiz o meu trabalho, Eddie. É o que a gente faz."

"Não, não é só o trabalho!" Eddie avançou, a voz cheia de frustração e dor. "Você age como se a sua vida não importasse! Como se o que eu sinto por você não importasse!"

"Eddie, eu salvei uma criança! Você teria feito o mesmo no meu lugar."

"Isso não é sobre a criança, Buck!" Eddie gritou, as palavras finalmente explodindo. "É sobre você! Sobre como você se joga no perigo como se não tivesse ninguém que se importa com você! Como se eu não estivesse ali, assistindo você quase se matar!"

Buck ficou em silêncio por um momento, sentindo o peso das palavras de Eddie. Ele sabia que Eddie tinha razão, mas a raiva dele também estava à flor da pele.

"Você acha que eu não sei disso?" Buck respondeu, a voz baixa, mas carregada de emoção. "Eu sei o que eu fiz, Eddie. Eu sei que eu coloco minha vida em risco, mas você acha que é fácil? Você acha que eu não penso nisso o tempo todo? Eu não sei como ser diferente!"

"Eu perdi a Shannon, Buck!" Eddie gritou, sua voz tremendo. "Eu perdi a pessoa que eu amava, e você acha que eu posso lidar com a ideia de perder você também? Você não tem ideia do que isso faz comigo."

O silêncio entre eles se estendeu por alguns segundos. Buck, respirando fundo, tentou se acalmar, mas as palavras de Eddie atingiam profundamente. A raiva dele era um reflexo do medo que ele carregava.

"E tem mais uma coisa, Buck..." Eddie continuou, agora com um tom mais frio. "Você quer que eu confie em você, mas como eu faço isso quando tudo que vejo é você fugindo? Indo pro Texas, ficando com o TK... e agora isso. Eu estou tentando, mas você está me dando motivos pra duvidar."

As palavras de Eddie cortaram fundo. Buck estava pálido, o arrependimento pesando sobre ele. "Eddie, eu... eu sei que cometi erros, mas não estou fugindo de você."

"Parece que está," Eddie respondeu, amargo. "Parece que você não valoriza o que temos. E eu... eu não posso continuar assim, com esse medo constante de te perder."

Antes que Buck pudesse responder, o alarme da estação soou novamente, anunciando outra emergência. A discussão foi bruscamente interrompida, mas o ar ainda estava pesado de tensão. Ambos seguiram para a missão, mas nada havia sido resolvido.

Enquanto colocavam seus capacetes e se preparavam para sair, um olhar rápido entre eles revelou que o abismo emocional estava crescendo. O que aconteceria a seguir? Nenhum dos dois sabia, mas o caminho à frente estava cada vez mais incerto.

Entre Chamas e Emoções (BUDDIE 9-1-1)Onde histórias criam vida. Descubra agora