Buck e Eddie, dois bombeiros da Estação 118, sempre tiveram uma conexão forte, mas uma missão de resgate quase desastrosa muda a dinâmica entre eles. Em meio à rotina intensa de salvamentos, incêndios e situações de risco, eles precisam lidar com o...
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Buck estava deitado no sofá da sala de Eddie, as luzes suavemente acesas enquanto Christopher dormia no quarto ao lado. O silêncio confortável da casa não combinava com o turbilhão de pensamentos que dominava a mente de Buck. Ele se revirava, inquieto, sabendo que não poderia mais evitar a conversa que precisava ter com Eddie.
Havia algo que ele estava guardando há dias, e aquilo estava começando a pesar. Uma oferta inesperada tinha aparecido na mesa dele, algo que ele não esperava, e, embora estivesse tentado, a ideia de contar a Eddie o enchia de ansiedade. Como ele poderia trazer isso à tona sem destruir tudo o que haviam construído?
"Você vai continuar se mexendo assim ou vai me contar o que está te incomodando?" A voz de Eddie quebrou o silêncio, fazendo Buck pular ligeiramente no sofá. Eddie se apoiou no balcão, com os braços cruzados e uma expressão de quem já sabia a resposta, só não gostava dela.
Buck suspirou, sentando-se, sentindo a pressão aumentar. "Eu... preciso te contar uma coisa, Eddie."
Eddie limpou as mãos no pano de prato, movendo-se para a poltrona em frente a Buck. Seu olhar sério e direto deixou claro que ele estava preparado para o pior.
"Recebi uma proposta de trabalho," Buck começou, a voz tensa, escolhendo as palavras com cuidado. "Da equipe da 126, no Texas. Eles querem que eu me junte a eles. Pode ser temporário no começo, mas se eu quiser, pode se tornar permanente."
O rosto de Eddie endureceu no mesmo instante. A menção do Texas trouxe imediatamente um nome à mente dele: TK. Ele sabia que Buck e TK tinham uma história – e isso só tornava tudo mais difícil de engolir.
"Texas?" Eddie repetiu, a voz um pouco mais afiada do que pretendia. "Então você quer ir para o Texas? Para trabalhar com a 126... e o TK?"
Buck piscou, surpreso pela reação direta, mas não exatamente chocado. Ele sabia que o ciúme de Eddie em relação a TK estava latente desde o último incidente entre ele e o paramédico.
"Não é sobre o TK, Eddie," Buck disse defensivamente. "É uma oportunidade incrível. Trabalhar com eles seria um desafio, uma chance de crescer. Mas, eu não aceitei nada. Queria falar com você antes de tomar qualquer decisão."
Eddie se levantou abruptamente, incapaz de se conter. "Mas você estava considerando, Buck! E não me disse nada até agora? Você acha que eu vou simplesmente ficar sentado, tranquilo, sabendo que você poderia ir embora e, pior, trabalhar ao lado do cara que deu em cima de você?"
"Eu não aceitei nada!" Buck retrucou, levantando-se também, frustrado. "Eu só... estava tentando entender como te dizer isso. Não quero te magoar, Eddie. E definitivamente não tem nada a ver com TK! Isso é sobre mim, sobre o trabalho."
Eddie riu, um som amargo que ecoou pela sala. "Ah, claro, porque ir para o Texas, onde TK está, não tem absolutamente nada a ver com ele, não é? Buck, você mal voltou daquela viagem, e agora eles querem que você vá de novo? O que você acha que isso parece?"
Buck abriu a boca para responder, mas Eddie continuou, a voz ficando mais dura e carregada de emoção. "Eu confiei em você. Mesmo depois de tudo com o TK, eu acreditei que estávamos bem. E agora você me diz que estava pensando em ir para lá, sem nem me contar?"
"Eu nunca escondi isso de propósito!" Buck exclamou, desesperado para ser compreendido. "Eu só... eu estava com medo de como você ia reagir. Eu amo você, Eddie. Isso não é sobre te deixar para trás."
"Mas é isso o que parece!" Eddie retrucou, o tom revelando uma pontada de mágoa. "Você pensou em tudo isso e não disse uma palavra. E agora, você está me pedindo para confiar em você? Para confiar que isso não tem nada a ver com TK, quando eu sei que ele ainda está no Texas?"
O coração de Buck doía ao ver a dor e o ciúme no rosto de Eddie. Ele sabia que a questão de TK ainda era uma ferida aberta, mas ele precisava que Eddie entendesse que aquilo não tinha nada a ver com o paramédico.
"Eu não estou indo para ficar com o TK," Buck disse, a voz mais suave agora, tentando acalmar Eddie. "Eu estou com você. Sempre estive. E, sim, eles me ofereceram a oportunidade de ir para lá, mas eu não aceitei. Eu queria conversar com você primeiro, porque eu te amo. E você sabe disso."
Eddie esfregou o rosto com as mãos, tentando processar tudo. O ciúme ainda fervia dentro dele, misturado com a preocupação de perder Buck. Ele odiava admitir, mas a ideia de Buck perto de TK o incomodava muito mais do que ele gostaria de confessar.
"Então, o que você quer, Buck?" Eddie perguntou, cansado. "Quer que eu fique aqui esperando você ir para o Texas e trabalhar com alguém que já tentou te seduzir? Eu não sei se consigo lidar com isso de novo."
Antes que Buck pudesse responder, o som da porta do quarto se abriu, e Christopher apareceu, esfregando os olhos sonolentos.
"Pai? Buck? Vocês estão brigando?" O menino perguntou, sua voz frágil cortando a tensão no ar.
Ambos se viraram, imediatamente tentando disfarçar o clima. Eddie se abaixou ao lado do filho, forçando um sorriso.
"Não, mijito," Eddie disse, com a voz suave. "A gente só está... conversando. Nada de mais. Vamos voltar para a cama, tá bom?"
Christopher olhou de Buck para Eddie, percebendo que algo estava errado, mas não insistiu. "Tá bom," ele disse, bocejando e voltando para o quarto.
Quando a porta do quarto de Christopher se fechou, Eddie se virou para Buck, ainda visivelmente agitado.
"Isso não acabou," Eddie disse, sério. "Mas agora, você precisa ir descansar."
Buck ficou ali, olhando para Eddie com o coração apertado. Ele sabia que aquela conversa estava longe de ser resolvida. O peso das palavras não ditas e os sentimentos mal resolvidos continuavam pairando sobre eles, especialmente com TK ainda presente na mente de Eddie.
Enquanto Eddie voltava para o quarto de Christopher, Buck ficou sozinho na sala, tentando se preparar para a tempestade que ainda estava por vir. Sabia que precisaria de muito mais do que palavras para consertar o que estava quebrado naquela noite.
Mas a pergunta que mais o assombrava era: será que ele conseguiria fazer Eddie acreditar nele? E, mais importante, será que eles conseguiriam sobreviver a isso juntos?
