Dando Uma Iniciativa

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Peter Pov's

Pisquei os olhos duas vezes, eu estava com a camisa aberta aparecendo parte do meu peitoral, Lia ainda estava tomando banho sozinha. Foi aí que percebi que tudo aquilo, foi só coisa da minha cabeça...

Nada foi real...

Abri a porta do banheiro e saí sem fazer barulho, ainda estando dentro da casa, fechei minha camisa e coloquei o cinto.

Minha mente tava uma loucura.

Por que eu pensei naquilo? Eu tô tão encantado pela Lia que penso até em coisas impróprias?

Essa garota vai me enlouquecer...

***

No outro dia, Lia ficou novamente sem falar comigo. Na verdade, ela nem apareceu no acampamento. Esse afastamento dela tava me matando. Não me matando de verdade, já que sou imortal, mas tava me deixando agoniado.

À noite, Lia resolveu aparecer finalmente, me deixando soltar um sorriso aliviado ao vê-la. A mesma sentou-se em um tronco bem afastado dos outros e do acampamento, quase entrando na floresta.

Os meninos estavam brincando e se divertindo em volta da fogueira, todos estavam dançando, menos eu e Félix, que estava sentado no tronco ao meu lado.

— Por que você não vai lá e pergunta se ela tá bem? – ouvi a voz de Félix e me virei pra ele.

— Porque eu não sei se ela quer falar comigo. E como sabe que eu tava pensando nela? – ele soltou uma risada nasal.

— Seu olhar entregou tudo. Tava com carinha de cachorro perdido olhando pra ela.

— Cala essa boca! – dei um soco, não tão forte, no braço dele, fazendo o mesmo rir – E acha mesmo que eu devo falar com ela?

— Acho que sim, talvez ela se abra com você já que não consegue ler os pensamentos dela – deu uns tapinhas no meu ombro e saiu de perto.

Após ele sair, voltei a encarar a loira ainda sentada no tronco. Ela estava me olhando, mas ao perceber meu olhar sobre ela, desviou o olhar em direção a floresta.

Ela parecia bem tristinha...

Ver ela assim partiu meu coração. Lia sempre foi uma menina alegre, divertida... Ver ela triste me quebrava por inteiro.

Perdendo já minha paciência, levantei do tronco e andei até ela. A loira me olhou e eu dei um sorriso simpático.

— Oi. Posso me sentar aqui?

— Você pode fazer o que você quiser... – respondeu virando o rosto pro lado. Sentei de frente pra ela naquele mesmo tronco.

— Como você tá?

— Bem... Hoje eu fui visitar o meu pai. A gente ficou conversando um pouco, foi legal... – disse ainda sem me olhar.

Um silêncio desconfortável surgiu entre nós, o único barulho ouvido era dos meninos se divertindo. Lia ainda permaneceu sem me encarar, eu a olhava com tristeza, querendo tentar bater um papo, mas não saía nada.

You Belong To MeOnde histórias criam vida. Descubra agora