Observando

83 12 6
                                    

Lia Pov's

O dia amanheceu rápido, Félix deixou novamente meu café da manhã na casa e foi embora. Ele disse que Pan havia deixado eu ir ver meu pai hoje, então assim que terminei de me vestir, saí da casa e fui até o local onde meu pai estava preso.

Ainda não me conformo com meu pai estar sendo preso, mas pelo menos o Peter tá sendo gentil em me deixar ver ele.

— Fico muito feliz que Pan tenha deixado você vir me ver – alegou meu pai.

— Eu também. Ultimamente ele tem sido muito carinhoso comigo. Ontem mesmo, ele se despediu de mim de um jeito super fofo, acho que ele acordou de bom humor.

— Não confie no Pan, ele provavelmente está querendo alguma coisa de você.

— Só tá dizendo isso porque não gosta dele, né?

— Também. Mas de qualquer jeito, o Pan é muito esperto, ele pode estar planejando alguma coisa sendo tão carinhoso.

— Ele não pode ser mais perverso do que aquele outro...

— Lia, você precisa parar de pensar nisso. O Tiago não pode te fazer mal, não faz bem pra você ficar relembrando daquela história.

— Eu sei, mas é que eu não consigo esquecer. Eu ainda sinto as marcas que ele me causou, o medo dele voltar e me fazer mal... Eu não tô pronta pra um novo relacionamento – abaixei a cabeça tristemente. Meus olhos estavam marejados, o medo era possível ver no meu rosto. Eu era tão fraca quando se tratava dele.

Meu pai segurou minhas mãos, fazendo eu olhar pra ele já com as lágrimas descendo dos meus olhos.

— Querida... Eu sou seu pai, ninguém vai voltar a fazer mal pra você enquanto eu viver – sorriu compreensível.

Retribui o sorriso ainda chorando, levantei da pedra que estava sentada e sentei na pedra dele, e o abracei forte. Era como se aquele abraço fosse mesmo me proteger de tudo.

Meu pai me apoiou no momento que mais precisei em relação a aquele garoto, não me deixou sozinha em nenhum momento. Até faltou no trabalho algumas vezes pra ficar comigo quando eu sentia medo.

Eu amo muito meu paizinho.

Félix chegou no local e disse que estava na hora de eu me despedir do meu pai. Quando saímos, senti uma sensação estranha, como se eu estivesse sendo observada. Olhei pra trás, mas não vi ninguém.

— Tá tudo bem, Lia? – perguntou Félix.

— Tá sim. Eu só acho que tô sendo observada.

— Por que acha isso?

— Deixa pra lá. Deve ser coisa da minha cabeça – voltei a olhar pra frente e continuei andando.

Talvez eu esteja ficando paranóica depois de tantas emoções que tive nesses dias.

Peter Pov's

Vejo Félix voltando pro acampamento logo depois de ter saído pra entregar o café da manhã de Lia.

— Entregou a ela? – perguntei ao loiro.

— Sim, ela já tava acordada, que bom que não precisei chamá-la.

You Belong To MeOnde histórias criam vida. Descubra agora