43 - Prazer

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                          Melissa

                           Prazer

Do latim placere.

Significado:

Sensação agradável de contentamento, de alegria, normalmente relacionada à satisfação de um desejo, vontade ou necessidade.

Demonstração de afabilidade, cortesia.
Sensação de satisfação sexual.
Ação de se divertir, em que há divertimento.

Provocar ou sentir uma sensação agradável.

Nos dias posteriores ao dia das bruxas, ruminei minha decepção, e de tanto ruminá-la, ela passara. E eu que pensara que meu passeio fora um fracasso e que não falaria mais com Chase, recebi sua mensagem me convidando para sair.
Chase garantiu que teríamos um encontro de verdade, portanto, aceitei o convite com prazer.

O Olhos de Lobo passou no fastfood, nos comprou um lanche e nos levou até a Bridge of Love. Ele parou o carro a alguns metros de distância, o motor morreu, os faróis também, e a escuridão nos encobriu.

— Você tem medo do escuro? — Chase indagou, em seguida, pigarreou, como se oscilasse sobre o que dizer.

— Temos a lua a nos iluminar... — Naquele dia, a lua refletia um brilho prateado que nos permitia ver a silhueta um do outro, e ao que parecia o Olhos de Lobo estava tenso. — Estamos protegidos no carro, tenho sua companhia, então não, não tenho medo do escuro — esclareci. — Mas, após sua pergunta, meu sistema nervoso liberou acetilcolina...

— Acetilcolina? Hoje em dia os jovens conversam sobre acetilcolina num encontro? — indagou espantado.

— Eu não sei, é minha primeira vez também... quer dizer, é meu primeiro encontro. — Expeli o ar dos pulmões assim como fiz com a informação, e o alívio foi imediato.

— Então você também não sabe o que fazer, mas, com certeza falar sobre acetilcolina não é normal — articulou.
— Para nerds talvez seja — contradisse eu, e redargui: — E você sabe que o tema central da conversa não foi o neurotransmissor.

— Depois você diz que não é uma nerd — implicou. Seu timbre trocista atiçou meu lado beligerante.

— Não sou nerd, apenas aprendo com as aulas de anatomia. Toda garota deveria saber sobre neurotransmissores, são eles que nos livram de situações ruins e nos proporcionam momentos prazerosos...
— Você se assegura nos seus neurotransmissores. — Acendeu a luz cortesia. Automaticamente cerrei as pestanas para proteger meus olhos da luz repentina. — E eu tenho certeza que a dopamina foi liberada nas minhas terminações nervosas. A dopamina provoca satisfação, você sabe, o prazer que sinto em te ouvir, é efeito dela. — Seu timbre aveludado mostrou a intenção de Chase ao entoá-lo: me seduzir.

E ele conseguiu.

Céus! Como não me derreter com seus cílios longos e olhar expressivo? Olhar que pousou nos meus cabelos, viajou até meus olhos e minha boca, desceu até meus seios e não desgrudou deles. Seu pomo de Adão subiu, desceu, e sensualmente, ele umedeceu o lábio inferior e deslizou os dentes nele.

— Não faça isso...

Pedi, encontrando um súbito interesse na minha pulseira de couro. Eu mexi no objeto buscando disfarçar o quão receptivo meu corpo se tornou mediante seu escrutínio.

— Não fazer o quê? — resfolegou.
Colocáramo-nos de lado, o cinto de segurança ainda limitava nossos movimentos, e Chase calmamente soltou o dele, depois o meu.

— Em encontros, geralmente conversamos sobre filmes, séries e livros que mais gostamos, os beijos ficam para o final — expliquei o que deduzira dos filmes que vira.

 No Próximo Verão Onde histórias criam vida. Descubra agora