37 - Clichê

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                            Melissa

                            Clichê

Do Francês cliché.

Significado:

Frase repetitiva e sem originalidade; chavão, lugar comum.

Banalidade repetida com frequência.
Expressão que se torna enfadonha pela repetição, pelo lugar-comum.

Ideia repetida e repleta de estereótipos.
Corresponde cada uma das tiragens suplementares que podem ser impressas numa mesma edição de jornal.

Placa confeccionada em metal; chapa metálica que traz gravada em relevo a reprodução de uma composição tipográfica ou de uma imagem a ser impressa por uma prensa.

Aquilo que foi impresso através desse processo.

Imagem negativa de uma fotografia, negativo fotográfico.
Espantei a palavra evidência e tudo que ela implicava do meu cérebro, substituindo-a por algo menos prejudicial para minhas emoções e psicológico.

A palavra substituta foi clichê. E eu fiz uma boa substituição, já que o termo tem vários significados, e meu intuito era apenas passar o tempo, me alegrar, mudar o clima pesado após os pensamentos intrusivos comerem meu cérebro e o silêncio entre mim e Ayo se tornar insuportável.

Realmente eu vivia um drama adolescentes!

— Você tem um pai maravilhoso, admiro a relação dos dois. — Chase é um clichê delicioso. Enterrei as unhas na palma da mão. — Ele é um fofo — elogiei sem encarar o nigeriano por medo dele descobrir o que eu pensara.

— Meu pai não é fofo, ele é um homem. — Devido à sua austeridade, o olhei boquiaberta. — E Hannah Banana sabe exatamente o que ele é, e quero que pense do mesmo modo. Não que eu as esteja comparando, a garota devora bananas! E você sabe de quais bananas falo — acentuou estreitando os olhos.
Hannah participava de algumas aulas conosco, ela era uma nerd que no final do primeiro ano simplesmente resolvera comer “bananas”, e a garota não fizera questão de esconder seu gosto pela fruta.

— Se fosse Hannah a fazer esse trabalho comigo, não perderia a oportunidade de entrar no chuveiro com meu pai — fez uma pausa conectando seus olhos de café aos meus, e levantou as sobrancelhas.

Apertei as pestanas com força para espantar a imagem de Hannah no chuveiro com Chase.

— Nem sei porque falei isso; aliás, sei sim, é porque não quero que se esconda, ou permita que te escondam, como se fosse um segredinho sujo. Não que Chase queira te esconder, essa não é a índole dele. — Minha atenção voltou-se para o nigeriano novamente. Era nele que eu devia focar. — Foi o que aconteceu comigo. Entrei num relacionamento com um homem que vive uma vida dupla. E o pior de tudo, é o recheio sabor traição que há entre nós. Eu minto o tempo todo, omito, traio quem amo, até meus princípios eu traí.

Verdadeiramente eu e o nigeriano vivíamos um clichê. Ele, o relacionamento tóxico, e eu, o Age Gap. Que complicação!

— Sinto muito, Ayo. Sinto por tudo que está passando. Se eu puder te ajudar, conte comigo. E me perdoe, não foi minha intenção ofender seu pai. Sendo fofo ou não, eu respeitaria a casa da sua avó, e nunca tomaria banho com ele.

— Você não ofendeu ninguém. Também não é igual a Hannah Banana, pois tem princípios. Ter princípios e honrá-los é divino. Mas, você é mulher, e é por isso que desejo que seja sincera comigo, assim como a partir de hoje serei contigo. Você não pensa em Chase como um cara fofo, não é? E se pensa, te mostrarei o Chase fofo, e o homem que quero que veja.

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