No Próximo Verão

07- Vitória

                         
                          Melissa

                           Vitória

Do Latim victoria.ae.

Significado:

A ação ou efeito de vencer, de derrotar o inimigo, de sair triunfante numa briga ou numa competição.
Qualquer sucesso, êxito ou vantagem alcançada; o triunfo, a conquista do indivíduo, ou indivíduos.

Carruagem para duas pessoas, com quatro rodas.

A vitória nunca chega sozinha na nossa vida, ela traz consigo a alegria e o festejo. E foi assim que acontecera, eu festejara o êxito de Dale. Ele ganhara a medalha de ouro na competição organizada pela nossa escola e a vizinha, e para sua sorte, os Olheiros do Clube de Natação Sea of Sharks assistiram ao evento. Na verdade, Dale obtevera dupla vitória, pois além de ganhar a medalha, um dos representantes convocara-o para uma reunião.

Ganhar uma bolsa para faculdade seria o máximo para Dale, e sendo o clube mais importante do estado, o Sea of Sharks concedia bolsas de estudos para os melhores nadadores.
Pensar na sorte do meu amigo agigantava minha euforia, eu olhava o relógio a cada cinco segundos e pedia a uma força maior que concedesse o desejo dele, também rogava para os Olheiros finalizarem a reunião para eu parabenizá-lo.

Viorica e eu nos encontrávamos na arquibancada esperando Dale ser liberado. Eu batia o pé insistentemente no chão, mas ao receber um olhar repreensor da latina, me ocupei em analisar as paredes e a área das arquibancadas pintadas de branco e azul.

O tom celeste combinava com a cor da piscina, dando ao lugar uma sensação de paz, e as raias coloridas remetiam à seriedade do que víamos: aquele era um lugar para se competir. E eu adorava ver a alegria das pessoas ao assistirem uma competição. As bandeirinhas balançando, o jeito que comiam amendoim para disfarçar o nervosismo, e por fim, a quietude após a competição. Logicamente ainda havia pessoas no local, eu era uma delas, pois curtia o lugar que meu amigo mais gostava de estar.

— E então, finalmente você criará coragem e irá à festa que a equipe organiza após a disputa, ou irá para casa como sempre faz? — Viorica perguntou subitamente.

Voltei-me para olhá-la, e no meio da ação, avistei Théos escorado na grade que separava as arquibancadas da piscina. Ele achava-se bem próximo a Dale e aos representantes do clube.

Arrepiei-me ao detectar uma dureza atípica no semblante do nadador, fora seu olhar que continha um quê de raiva, desdém, talvez um pouco de inveja.

Por qual motivo?

Théos dissera que não tivera um bom desempenho nos treinos, sendo assim, ele e o treinador decidiram deixá-lo de fora das competições até que melhorasse.

Na minha opinião, seu problema não era com Dale, visto que de vez em quando ele nos olhava de modo estranho também. Eu precisava responder à questão de Viorica, mas meus pensamentos escaparam:

— Preciso conversar com Théos sobre seu comportamento. O que ele faz aqui?

Eu não esperava resposta, até porque não dirigi a pergunta à Viorica.

— Ele faz parte da equipe, Melzinha, é natural que esteja aqui — retrucou a morena colocando seus cabelos castanhos e ondulados atrás da orelha.

— Sim, mas ontem ele não estava bem, parecia doente — argumentei.

— Não é sempre que estamos bem, querida. Você saberia disso se não fosse perfeita — a latina usou seu costumeiro tom sardônico para me alfinetar. Eu a encarei. — O que foi? É mentira que todo santo dia seu semblante é o mesmo? — Ela riu atraindo a atenção de Théos, mas o olhar do rapaz não se abrandou ao nos mirar.