55 - Memorável

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Melissa


Memorável


Do Latim memorabilis


Significado:


Inesquecível; que merece ser conservado na memória; digno de ser lembrado; que vale a pena relembrar.


Notável; que possui destaque, relevância.


Lavei o rosto, o pescoço e os antebraços, me livrando dos respingos de Eggnog. E enquanto enxugava minha pele com a toalha social, imaginei que o tecido atoalhado fossem os lábios de Chase. Olhando-me no espelho, e vendo o brilho incomum dos meus olhos, corei. Meu coração palpitou, e concluí que os momentos que vivia com os Olhos de Lobo eram únicos.


Eu me perdi em devaneios, e somente voltei a realidade ao ouvir alguém bater à porta. Assimilei que reparei nas minhas expressões por muito tempo, então saí do lavabo. Deparei-me com Chase sustentando uma bandeja com dois pratos cobertos por cloches de aço inox, nos dedos da mão esquerda, ele trazia uma garrafa de champanhe, nos dedos da mão direita, duas taças, sendo assim, deduzi que ele batera na porta com o pé.


- Deixe-me ajudá-lo - sugeri me aproximando.


O correto mais cômodo seria pegar a bandeja, mas não, preferi pegar as taças e a garrafa de champanhe, resultado: me atrapalhei toda. E atrapalhei-me ainda mais ao resvalar meus dedos nos dele.


Cristo, basta tocá-lo minimamente para eu tremer como uma vara verde.


- Pegue a bandeja, Amor, ela não está pesada - recomendou.


- Eu não quis pegar as taças e o champanhe por julgar que a bandeja estivesse pesada - justifiquei sem realmente justificar.


- E, porque quis? - indagou interessado.


- Não sei... - Chacoalhei os ombros sentindo a ardência nas minhas bochechas. - Mostre-me o caminho - pedi retrocedendo alguns passos após finalmente pegar a bandeja.


- Siga-me. - Ele tomou a dianteira.


A garrafa e as taças iam e vinham conforme seus braços se movimentavam.


Eu suspirei.


- Algum problema?


- Não - neguei num cicio, e a verdade foi que esquadrinhei sua bunda.


Segundo os especialistas, o preto emagrece e torneia a silhueta, no entanto, as calças negras do Olhos de Lobo, moldavam e avolumavam suas nádegas.


Chase parou na porta de um cômodo e me flagrou no ato.


- É sério? - Arqueou as sobrancelhas, mas fez questão de manter o humor na voz.


Em contrapartida, também levantei minhas sobrancelhas, dei de ombros e entrei no ambiente.


Eu realmente tinha uma tara nas nalgas, um termo gostosinho pra definir a bunda de um homem. A de Chase era perfeita, e quantas vezes tivesse a oportunidade de admirá-la, eu o faria, mas jamais admitiria admirar essa parte da anatomia masculina.


- Aceitei seu convite para te fazer companhia, mas se quiser, te deixarei sozinha... - sugeriu inseguro, e eu estranhei sua insegurança.


- Você não tem problemas em conviver socialmente, e seus amigos estão lá na sala, se quiser ficar com eles... - Mantive meu semblante calmo, mas fervia por dentro, eu não queria romper o ano sozinha, queria sua companhia.


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