22 - Pânico

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                              Melissa

                               Pânico

Do Grego Panikon.

Significado:

Que causa terror e medo; que assusta ou amedronta sem razões aparentes.

Que provoca susto, medo e sai do controle da razão.

Medo desesperado que causa uma reação descontrolada.

Pavor repentino; medo súbito sem razões aparentes que causam reações desequilibradas.

Em todas as vertentes a definição de pânico leva ao descontrole. E foi o pânico que tomou meu corpo, minha razão, me desesperou e desequilibrou após ouvir aquela voz — a voz de Natalya Sempsen.

E eu teria fugido do restaurante sem o controle da razão se Chase não tivesse mantido sua mão na minha; num aperto um tanto forte, mas necessário para manter meu raciocínio.

Classifiquei a interrupção como desnecessária e exagerada, — o exagero de alguém que queria ser notado, e Natalya quis ser notada. Em se tratando dos Sempsem, eles podiam tudo, eles eram a elite da cidade, precisavam certificar sua presença e ser adorados. O irônico era que eu estava junto dos Larkins, que eram igualmente importantes. Eu não sabia o que resultaria daquele almoço, mas em breve descobriria.

— Chase, meu anjo, que surpresa encontrá-lo! Ainda ontem falei com a vovó que lhe devíamos uma visita. — Chase afrouxou o aperto na minha mão, ele não me largou, tampouco cumprimentou a garota, somente lhe presenteou com um sorriso arrazoado entre o simpático e o amarelo.

A interrupção de Natalya, a neta de Isobel Sempsen, não agradou Chase. A garota não percebeu o clima constrangedor que sua aparição causou, se percebeu, pouco se importou, pois, exclamou em seguida:

— Oh! Vejo que ainda não fizeram os pedidos, isso é destino confabulando para almoçarmos juntos. Espere um minuto que chamarei vovó para nos juntarmos a você. — A garota que não cumprimentou nem eu, nem Ayo, e decidiu se juntar a nós sem perguntar se esse era nosso desejo, saiu do mesmo jeito que chegou, intempestivamente.

— Espero que a presença de Natalya não seja um problema para você... — Chase comentou, mas não discerni o sentido que deu a frase.

— Não se preocupe comigo, elas são suas amigas, eu cheguei agora — refutei.

— Que amigas? Elas estão mais para cobras peçonhentas — Ayo bufou após lançar o comentário ferino.

— Você chegou agora, mas valorizamos sua presença e sua amizade, não a delas — Chase emendou.

— Com certeza — revalidou Ayo.

Eu queria acreditar nas palavras do Olhos de Lobo e na confirmação de Ayo. Infelizmente eles não sabiam que eu morria de medo de cruzar com Isobel Sempsen na mesma calçada, que dirá estar à mesa com ela.

Diariamente tia Margot apregoava: com o medo vem a cautela, e a cautela te leva a pensar em soluções para o problema, no entanto, o pânico traz consigo reações desequilibradas.

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