No Próximo Verão

24 - Convite

                             Melissa

                              Convite

Do Latim convitare.

Significado:

Solicitação de presença ou convocação que se faz a alguém para que essa pessoa compareça, esteja presente ou participe de alguma coisa.

Modo usado para fazer uma solicitação.

Licitação através da qual alguém faz a convocação direta dos concorrentes, para a aquisição de um bem ou serviço. Enfim, é a ação ou efeito de convidar, de pedir o comparecimento de alguém.

Bilhete com o qual se consegue entrar gratuitamente num evento ou espetáculo. Aquilo que incentiva alguém a fazer algo: convite à caridade.

Nota dada em mãos ou enviada pelo correio, uma mensagem eletrônica, ou a fala direta com o convidado.

No caso de Estrelícia, ela fora formalmente convidada a jantar com um belíssimo cavaleiro. No meu caso, desde que Ayo me convidara para almoçar, fazia vinte dias que estagnara minha vida, não aceitando convites para almoços, lanches, nem nada do gênero — eu me dedicara a ler.

— Adoraria jantar com meu rei — Estrelícia ronronou aceitando o convite.

Que se divirtam, pensei acomodada na poltrona, sem despregar os olhos do livro que eu trouxera para ler quando eles me convidaram para assistir televisão.

— E minha rainha se importa se levarmos uma princesinha conosco? — confabulou James.

Eca, flerte entre gente velha é bizarro.

Graças a Deus o livro que eu trouxera serviu para escudar meu rosto, e nenhum dos três adultos presentes na sala de estar; viram a careta que fiz, no entanto, não ver minhas caras e bocas não impediu Estrelícia de se empolgar.

— Essa princesinha é meu maior tesouro, é claro que não me importo — Estrelícia disse orgulhosa.

James era o Rei, minha mãe a Rainha, e eu a Princesinha?

Que breguice!

— E então, você aceita nosso convite, Melissa. — Ainda bem que James me chamou pelo nome, eu me constrangeria se ele se dirigisse a mim como princesinha.

— Acredito que não serei uma boa companhia, hã... também não quero arruinar o encontro de vocês — apresentei a desculpa crendo que James me convidara por educação.

— Se seu problema for atrapalhar um encontro; problema resolvido! Margot também jantará conosco. — James tirou a atenção de mim e a direcionou a minha tia.

Margot, que se achava de pernas cruzadas com um bloco de papel canson no joelho, olhou por sobre os óculos.

Minha tia gostava de criar algumas de suas roupas — ela era uma excelente desenhista. E da união de uma saia e uma blusa, nascia um belo vestido, mas, para que as peças saíssem perfeitas, sempre trabalhava com croquis.

— Obrigada por me convidar, James, mas, estou no meio de um trabalho importante, me desculpe — a recusa educada de Margot saiu um tanto aborrecida no final.

Minha tia não era muito paciente com James, ele se hospedara em nossa casa há um tempo, e não dava mostra de que iria embora tão cedo. James e Benjamin se davam bem, até eu, arredia com estranhos, me conectara a ele. Margot não o suportava, no entanto. A razão? Ela não esclarecera totalmente, já que ser rico e bonito não eram defeitos, nem motivos propriamente.