34 - Ímpeto

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                               Melissa

                                Ímpeto

Do Latim impetus.

Significado:

Movimentação momentânea e inesperada; impulso.

Força que surge intensa e inesperadamente; violência.

Entusiasmo apresentado no desenvolvimento de alguma coisa; ardor.

A intensidade das sensações dos sentimentos, etc; êxtase.

Excesso de vigor, vitalidade.

Valente?

Arrojada?

Atrevida?

Não.

Eu era mais de recuar e pensar antes de agir, mas futuramente aprenderia a me expressar claramente, futuramente teria a dosagem de valentia e o ímpeto na medida certa para lidar com Chase.

— Você está de bota hoje — comentei buscando desviar seu foco, e ele entendeu a deixa.

— É mais cômodo usar botas quando pilotamos uma moto.

— A sua moto é aquela no estacionamento dos fundos? — indaguei com o coração aos pulos.

— Sim. Kent é o administrador da casa noturna, e ocasionalmente ele precisa de supervisão. Como sou o do... Por que você quer saber sobre a moto?

— É que seu carro...

Sua valentia não aparecerá agora, uma placa em neon apareceu na minha mente me avisando que eu estava sem saída. Pensando ser mais fácil contar o que acontecera com seu carro caso não o olhasse, corri para me esconder na cabine. Chase me seguiu e nos trancou no local. No mesmo instante, alguém entrou no banheiro. Ele me silenciou com o indicador, fechou o trinco da porta, abaixou a tampa do sanitário e sentou-se.
— Amiga, quero te contar uma coisa... — cantou dengosamente uma mulher.

— Não quero ouvir nada do que você tem a falar, Esther — uma segunda voz reverberou pelo local.

Concentrei-me supondo haver mais alguém no ambiente, mas nada soou além das vozes das duas mulheres.

Eu odiava mexericos e bisbilhotar a vida de outrem, porém, pela segunda vez naquele dia, me enxeri na conversa alheia. No entanto, Chase me salvou de ser a fofoqueira da vez ao atrair minha atenção. Ele bateu na própria coxa sem emitir som, indicando que eu sentasse no seu colo. Eu neguei.

— Confia em mim. — Li em seus lábios.

Eu não confiava nas pessoas só por dizerem serem dignas de confiança, mas algo me impulsionava a confiar em Chase.

Sua luz.

Sua escuridão.

Seu afeto.

Atração física.

Admiração.

Desejo.

Eu não sabia, mas confiei nele, e num ímpeto, sentei em suas coxas. Imediatamente ele levantou as pernas e gesticulou para eu erguer as minhas. Fiz como ordenado, e entendi o porquê dele não querer que as duas soubessem da nossa presença.

— Você viu o Chefinho hoje? As calças apertadas na bunda, o peitoral musculoso, e as coxas... as coxas são um convite a serem beijadas, e eu as beijaria, subiria até suas bolas e chuparia seu...

— Pare de falar merda, Esther, você não sabe se tem gente no banheiro!

— Não tem ninguém aqui, mas olharei assim mesmo. — A tal Esther se movimentou, e eu vi sua sombra na frente da cabine em que estávamos. — Viu? Estamos sozinhas — garantiu.

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