57 - Comunhão

1 1 0
                                    


                    Melissa

Comunhão

Do Latim communio -inos.

Significado:

Realização de algo em conjunto; participação coletiva; comunidade.

Sacramento de Eucaristia; durante a missa, momento em que os católicos recebem a Eucaristia ou hóstia sagrada.

Harmonia no modo de sentir, pensar, agir, identificação.

Ação, efeito de comungar, de desenvolver algo em conjunto; comunidade.

Qualidade do que expressa união ou ligação.

Compartilhamento ou posse entre duas, ou mais pessoas de uma só coisa; comunhão de propriedades.

Acordo de sociedade que, estabelecido através do casamento, firma um contrato com os cônjuges.

Durante o tempo em que eu pensava que namoros a distância não funcionavam — eu e Chase éramos a prova viva disso — as rodas do carro, envoltas em correntes, esmagavam os flocos de neve acumulados na estrada ao qual passávamos.

Em menos de quinze dias nos distanciáramos mais que muitas pessoas não se distanciam em anos, mesmo morando em bairros ou cidades diferentes.

No dia em que viajáramos Chase não fora ao aeroporto se despedir, somente enviara uma mensagem de texto, um abraço por Ayo e estimas de boa viagem. Ao chegarmos ao nosso destino, ele conferira se estávamos bem, nós conversáramos um pouco, apenas trivialidades, e ao passar dos dias, as mensagens minguaram.

Apostando que ele se ocupara com o trabalho, não me preocupara com a escassez das mensagens, eu curti o passeio com meus amigos. Mas, na quinta noite da nossa estadia na cidade sede do jogo, eu e Ayo nos juntamos para vermos Tik Tok, e foi nesse momento que o nigeriano abrira um vídeo no Snapchat que recebera de um amigo. No vídeo, Chase se achava sentado numa poltrona numa das salas VIP da Casa de Gaia, cercado de homens e mulheres vestidos de couro. O vídeo não mostrara nada além de casais dançando, no entanto, o semblante das pessoas corroborara com o que acontecia nos bastidores.

Chase não estava na Casa de Gaia, estava no Submundo!

O toque repentino no vidro do carro soou como uma campainha e me trouxe a realidade novamente.

— Não quero congelar aqui fora! Mova seu traseiro desse carro, garota! — tio Benjamin reclamou, sua voz saiu abafada devido ao frio e a barreira de ferro e vidro que nos separavam.

Forcei-me a abrir a porta e saltei do carro sem ajuda do meu tio — Ben era sutil como um elefante, e cavalheiro como um neandertal.

— Uau! — foi o que exalei ao olhar diretamente a casa de James.

Deparei-me com um quintal coberto de neve, tendo apenas uma trilha de pedras que nos levaria ao chalé.

Chalé ao qual as janelas de vidro, revelavam alguns dos convidados do anfitrião num cômodo do segundo piso, bebericando drinks e desfrutando do calor da lareira que soprava a fumaça pela chaminé. Um chalé que eu não reparara na ocasião em que a visitara pela primeira vez, ser uma bela mansão de alto nível às margens do lago.

Da primeira vez que você esteve aqui, seu foco estava em Chase, hoje você se agarra a qualquer coisa que te faça esquecer as imagens daquele vídeo.

— Nós entraremos ou congelaremos aqui fora? — Ben pressionou a base da minha coluna para estimular minhas pernas a se moverem.

— Estou nervosa. Não me dou bem com a família de James, você sabe. — Saí pela tangente.

 No Próximo Verão Onde histórias criam vida. Descubra agora