A janela

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Mais tarde Penélope chegou em casa e Violet correu para abraça-la

Penélope permaneceu rígida nos braços de Violet, sentindo um misto de desconforto e surpresa. Ela não estava acostumada com demonstrações tão calorosas de afeto, especialmente maternas, e isso a fazia hesitar.

Violet, percebendo a tensão de Penélope, suavizou o abraço e a olhou nos olhos com um sorriso gentil.

— Penélope, querida, sei que isso pode parecer um pouco... diferente, — Violet começou, escolhendo as palavras com cuidado. — Mas quero que saiba que você é parte da nossa família agora, e não há nada que você precise fazer para ganhar nosso carinho e respeito.

Penélope assentiu, sentindo um nó na garganta enquanto tentava processar o gesto acolhedor de Violet. Ela sempre havia se sentido sozinha em muitas batalhas e, mesmo agora, carregando sua própria família nas costas, estava desacostumada a confiar plenamente em alguém.

— Obrigada, Violet. — Penélope disse, sua voz quase um sussurro. — Eu… realmente não sei como é ser recebida assim. É algo novo.

Violet acariciou levemente o ombro dela, compreendendo o quanto aquele momento significava.

— Você passou por muita coisa, minha querida. E agora terá a chance de dar à sua filha uma nova história, uma história de amor, proteção e apoio.

Penélope sorriu timidamente, sentindo o peso de suas escolhas e o amor silencioso da família que construía com Colin.

— Eu só quero dar a ela tudo o que eu nunca tive. — confessou, com um tom vulnerável.

— E você conseguirá. — Violet garantiu, apertando a mão dela. — E, sempre que precisar, estarei aqui. Não só para você, mas para nossa netinha também. Afinal, já temos até um nome, não é? Agatha… É um nome forte e gracioso, como a mãe dela.

Penélope riu, sentindo um calor reconfortante no peito.

— Colin escolheu bem, não é? Acho que ele já está completamente apaixonado por essa pequena.

— Ele está. — Violet respondeu com ternura, o olhar cheio de orgulho. — E você é a razão de toda essa felicidade dele.

Penélope apenas sorriu, absorvendo o carinho de Violet e sentindo pela primeira vez em muito tempo o calor de uma verdadeira família.

Penélope se acomodou ao lado de Violet, interessada em ouvir mais sobre o passado de Colin. Era raro que ele compartilhasse essas histórias, e ouvir Violet falar sobre ele a fazia ver um lado mais leve e descontraído do marido.

— Colin sempre teve esse coração mole — Violet disse, com um sorriso nostálgico. — Quando era pequeno, ele era um poço de emoções, chorava por qualquer coisa e sempre se preocupava com os outros. Claro, ele tentava esconder, mas era impossível.

Penélope riu, tentando imaginar Colin, o temido chefe da máfia, como uma criança sensível e emotiva.

— E a comida… Ah, a comida! — Violet continuou, balançando a cabeça com uma risada. — De todos os oito, ele era o que mais comia. Sempre tinha que estar com alguma coisa nas mãos. Brigava com a Daphne, coitada, os dois quase se pegavam por um pedaço de bolo, porque tinham idades próximas e ambos eram teimosos.

Penélope riu mais, sentindo um calor no coração ao imaginar essa cena de Colin e Daphne discutindo por comida como dois irmãos travessos.

— É difícil imaginar isso agora — Penélope comentou. — Ele sempre parece tão focado e controlado.

— Sim, ele construiu essa armadura ao longo dos anos. — Violet suspirou, o olhar suave. — Mas você o ajudou a se encontrar novamente. Eu vejo que ele se transformou com você, Penélope. Ele voltou a ser mais humano, mais ele mesmo. Você trouxe uma felicidade genuína para a vida dele, e ele sabe disso.

Between Blood and Desire. (Polin ' máfia)Onde histórias criam vida. Descubra agora