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Pablo Gavi

Ela acordou, Emma acordou.

Assim que Hansi me deu essa notícia eu não pude ficar mais feliz. Ela finalmente acordou! Eu corro pelos corredores do hospital, ignorando os olhares confusos de médicos e enfermeiros. Meu coração está acelerado, uma mistura de alívio, alegria e nervosismo. Não consigo acreditar que, depois de semanas esperando, orando, ela finalmente acordou. Emma está bem. Ela está viva.

Ao me aproximar do quarto dela, desacelero e tento recuperar o fôlego. A última coisa que quero é aparecer parecendo desesperado ou assustá-la, mas, sinceramente, é impossível conter a emoção.

A porta está entreaberta, e vejo Ester e Alice saindo, ambas com olhos marejados, mas sorrindo. Eles trocam um olhar comigo, cheio de gratidão e alívio.

Respiro fundo e empurro a porta, entrando no quarto. E lá está ela, sentada na cama, os olhos um pouco cansados, mas vivos, brilhando de uma forma que eu temia nunca mais ver.

- Emma... - sussurro, sem conseguir segurar o sorriso.

Ela se vira para mim, e eu percebo a surpresa em seu rosto. Me aproximo devagar, como se estivesse com medo de que tudo fosse um sonho e ela desaparecesse.

- Pablo? - ela murmura, a voz suave, e um pequeno sorriso surge em seus lábios.

Sinto um nó na garganta, e cada palavra que tentei preparar parece fugir da minha mente. Mas não preciso de palavras. Em vez disso, simplesmente me aproximo e seguro a mão dela com cuidado, sentindo o calor de sua pele, o que é suficiente para me fazer acreditar que ela realmente voltou.

- Você não tem ideia do quanto esperei por esse momento. - digo, com a voz embargada.

Emma olha para nossas mãos entrelaçadas e depois para mim, seus olhos brilhando de uma maneira especial. Aquele silêncio entre nós fala mais do que qualquer palavra poderia expressar.

Ela sorri levemente, apertando minha mão de volta.

- Eu estou aqui, Pablo. Estou de volta. Graças à Deus.

Dou uma risada leve, quase sem acreditar. Depois de todo o medo, de todas as vezes que perdi o sono esperando por um sinal de melhora, vê-la bem é como um milagre. Tento manter a calma, mas, no fundo, quero contar o quanto me importo, o quanto ela fez falta, o quanto não saber o que aconteceria com ela me dilacerou.

- Não sabe o susto que você nos deu, Emma. - digo, ainda sem soltar sua mão. - Eu... todos nós... passamos cada dia esperando por você, orando por esse momento.

Ela suspira, com um olhar que parece perdido em lembranças.

- Sinto que foi como acordar de um sonho estranho e, ao mesmo tempo, sentir uma paz que nunca havia sentido antes. - Emma murmura, seu olhar se suavizando ao me fitar. - Deus me deu uma segunda chance, Pablo.

Sorrio, entendendo o peso de suas palavras, sentindo a gratidão transbordar no meu coração. Ela voltou, e isso era tudo o que eu precisava.

- Não vou deixar que você se vá de novo, Emma. - digo, com um tom mais firme, segurando sua mão como se isso pudesse protegê-la de tudo. - Agora que você voltou, vou fazer de tudo para estar ao seu lado.

Milagres do Futebol // Pablo GaviOnde histórias criam vida. Descubra agora