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Boa leitura. ❣

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Pablo Gavi

— O Pequeno príncipe está realmente de volta, e como capitão! — Pedri e Fermín entram no meu quarto enquanto eu estou jogado na cama. Volto a me jogar no colchão, suspirando profundamente. — Sério, estamos felizes que você finalmente voltou depois da lesão. — Pedri acrescenta com um sorriso animado, sentando-se na poltrona ao lado.

— Sim, foi um inferno ficar tanto tempo fora — respondo, fechando os olhos, ainda sentindo o peso do último treino. — Mas vocês não precisavam vir aqui só para me encher com esse apelido ridículo.

Estar de volta é uma grande vitória, não aguentava mais tanto tempo fora dos campos.

— Nós vamos à um bar, quer ir? Comemorar a vitória da seleção juntamente do seu retorno. — meu amigo fermin convida.

Faço uma careta de desgosto, a última coisa que quero fazer é ir para um bar enquanto posso ficar na cama, descansando.

— Ah, qual é cara, toda galera vai! Até Ester e sua irmã, Emma não vai por conta desse negócio aí de ser da igreja e não se sente bem nesses lugares.

Eu respiro fundo. Eu e a loirinha nunca nos resolvemos, talvez por eu nunca ter tomado uma iniciativa de pedir desculpas. Mas ela mal olha na minha cara.

— Eu dispenso, realmente prefiro e preciso descansar depois da partida de hoje.

— Você que sabe, pequeno príncipe. — Pedri provoca, levantando-se da poltrona. — Mas não vai ficar se remoendo muito por aí, hein?

Reviro os olhos e viro de lado na cama, claramente desinteressado em continuar a conversa.

— Certo, a gente te deixa em paz — Fermín ri, dando um tapa de leve no meu ombro antes de sair. — Mas não se esqueça, Gavi, às vezes é bom sair da sua própria cabeça.

Eu apenas aceno com a mão, dispensando o comentário. Ouço a porta se fechar e o silêncio toma conta do quarto novamente. Estar de volta é uma sensação estranha. Por um lado, estou aliviado por finalmente jogar, sentir o calor da torcida e o peso da braçadeira de capitão. Por outro, a distância que criei com certas pessoas parece maior do que nunca, especialmente com Emma.

Penso na última vez que realmente tentei falar com ela. A maneira como ela desviou o olhar, como se eu fosse invisível. Sei que é culpa minha. Nunca tentei consertar as coisas, nunca fui atrás. E agora, parece que as desculpas estão cada vez mais difíceis de serem ditas.

Me viro na cama, inquieto. Emma... talvez eu devesse tentar de novo. Explicar. Pedir desculpas.

Mas, como sempre, algo me segura. O orgulho, talvez. Ou o medo de que seja tarde demais.

Fecho os olhos, tentando afastar os pensamentos, mas sei que, eventualmente, terei que encará-la de novo.

Depois de uns minutos de silêncio, escuto baterem na porta novamente e eu solto um grunhido de desgosto. Qual é! Tento fingir que não tem ninguém ou que estou dormindo, mas logo escuto a voz da cabeçuda da minha irmã.

Milagres do Futebol // Pablo GaviOnde histórias criam vida. Descubra agora