𝟓𝟓 - 𝙞𝙢𝙖𝙜𝙞𝙣𝙚𝙨

Dieciocho

Tema: Ele marcando território.

⭐️

O paddock estava lotado naquele domingo ensolarado, com jornalistas, membros das equipes e fãs lotando cada canto. Mais uma corrida havia terminado, e Carlos Sainz tinha conseguido um bom resultado, mas não o pódio que desejava. O espanhol, no entanto, estava satisfeito por ter feito o máximo que podia, e o foco agora era em algumas reuniões e entrevistas antes de encerrar o dia.

Você estava trabalhando como sempre, ocupada em organizar os horários dele, conversar com os engenheiros e garantir que tudo estivesse nos conformes. Como assistente pessoal de Carlos, sua rotina era frenética, mas você gostava do que fazia – mesmo que, às vezes, fosse difícil esconder os sentimentos que ainda tinha por ele.

Vocês já tinham tido momentos juntos no passado. Algumas noites marcadas por olhares intensos e beijos que pareciam incendiar tudo ao redor. Mas Carlos, com seu foco inabalável na carreira e no desejo de não se envolver em um relacionamento sério, deixou claro que aquilo não passaria disso. Você aceitou, ou pelo menos tentou. Continuaram trabalhando juntos, e você se esforçou para manter as coisas profissionais, mesmo quando ele cruzava seu caminho com aquele sorriso irresistível e aquele charme que fazia seu coração disparar.

Antes da corrida...

Antes da largada, você e Carlos haviam trocado algumas palavras rápidas no motorhome. Ele estava concentrado como sempre, mas ainda encontrou um momento para brincar com você.

— Tem certeza de que organizou tudo direitinho? — ele perguntou com um sorriso provocador, enquanto ajustava o zíper do macacão.

— Sempre organizo, Carlos. Se algo der errado, a culpa é sua. — você respondeu com um sorriso no canto dos lábios.

Ele riu, balançando a cabeça.
— Você sempre tem uma resposta na ponta da língua.

Você deu de ombros, mas antes de sair do motorhome, sentiu o olhar dele em você, mais longo do que o habitual. Por um momento, pareceu que o ar ficou pesado, mas você o ignorou e voltou ao trabalho. Não podia se dar ao luxo de pensar demais em coisas que não aconteceriam.

Depois da corrida...

O dia já estava quase no fim, e você estava organizando os papéis de Carlos na sala da Ferrari, enquanto ele fazia suas últimas entrevistas com a imprensa. Quando tudo parecia tranquilo, você decidiu aproveitar para sair um pouco e respirar. O paddock ainda estava movimentado, e, ao caminhar por ali, acabou esbarrando em Lewis Hamilton.

— Ei! Quase derrubou meu café, [Seu Nome]! — Lewis brincou, segurando o copo e sorrindo.

Você riu, pedindo desculpas.
— Foi mal, acho que estou tão distraída quanto você nas largadas ultimamente.

Lewis arqueou as sobrancelhas, fingindo estar ofendido, mas logo caiu na gargalhada. Vocês começaram a conversar, e o clima ficou descontraído. Ele contou uma história engraçada sobre algo que aconteceu com ele durante a corrida, e você não conseguiu segurar as risadas.

O que você não sabia era que Carlos havia acabado de sair de sua entrevista e estava andando pelo paddock, procurando por você. Ao longe, ele viu a cena: você e Lewis, juntos, rindo, parecendo extremamente confortáveis um com o outro. O sorriso no rosto dele desapareceu imediatamente, substituído por uma expressão tensa.

Ele não conseguia tirar os olhos de vocês. O jeito como Lewis tocava seu braço casualmente enquanto contava alguma piada, o som da sua risada, o fato de que você parecia tão à vontade... algo dentro dele ferveu. Ele sentiu o coração acelerar, mas dessa vez não era por causa de um carro ou de adrenalina. Era ciúme. Puro e inegável ciúme.

Sem pensar duas vezes, Carlos começou a caminhar na direção de vocês, os passos firmes, o olhar intenso. Algumas pessoas no paddock notaram a expressão dele, e o clima pareceu mudar. Quando ele finalmente chegou, você mal teve tempo de perceber sua presença antes de ouvir sua voz.

— Lewis, parece que você está se divertindo bastante.

Você e Lewis se viraram ao mesmo tempo. O tom de Carlos era calmo, mas havia uma tensão inconfundível. Lewis, no entanto, não parecia intimidado. Ele apenas sorriu.
— Ah, Carlos! Estava contando para a [Seu Nome] sobre aquele incidente no pit lane. Sabe como é, só uma boa conversa.

Carlos sorriu, mas era aquele tipo de sorriso que não chegava aos olhos. Ele colocou uma mão em sua cintura de um jeito casual, mas que claramente enviava uma mensagem.

— Engraçado, [Seu Nome] nunca me contou que tinha tanto tempo livre para ouvir histórias. Achei que estivesse ocupada cuidando da minha agenda.

Você piscou, surpresa com o comentário. Carlos raramente era tão direto, e isso te pegou desprevenida.
— Eu estava só... — você começou, mas ele interrompeu.

— Não se preocupe, cariño. Tenho certeza de que Lewis entende que você tem outras prioridades.

O clima ficou estranho. Lewis levantou as mãos em sinal de rendição, ainda sorrindo, mas claramente percebendo que algo mais estava acontecendo.
— Tudo bem, não vou atrapalhar. Foi bom falar com você, [Seu Nome]. Carlos, vejo você por aí.

Assim que Lewis saiu, você virou para Carlos, claramente irritada.
— O que foi isso, Carlos?

Ele não respondeu imediatamente. Olhou para você, os olhos escuros e cheios de emoção. Finalmente, ele falou:
— Você é minha assistente. Não precisa ficar rindo com todo mundo no paddock como se estivesse em um parque de diversões.

Você cruzou os braços, sentindo a raiva crescer.
— É isso que você acha? Que eu não posso conversar com ninguém porque sou sua assistente? Ou isso é outra coisa, Carlos?

Ele deu um passo mais perto, a proximidade deixando claro que aquilo não era apenas sobre trabalho.
— É sobre o fato de que eu não gosto de ver você com ele. Não gosto de ver você com ninguém.

Você piscou, surpresa com a confissão.
— Isso é ridículo, Carlos. Nós não estamos juntos. Você deixou isso claro. Então, por que isso importa?

Ele respirou fundo, passando a mão pelos cabelos, visivelmente frustrado.
— Porque importa para mim.

O silêncio caiu entre vocês. As palavras dele pairaram no ar, e você não sabia como reagir. No fundo, sempre quis ouvir algo assim, mas a forma como ele estava lidando com aquilo te deixava confusa.

Finalmente, ele quebrou o silêncio.
— Só... não faça isso de novo, [Seu Nome].

E com isso, ele se virou e foi embora, deixando você ali, sozinha, no meio do paddock, tentando entender o que aquilo realmente significava.