Acordei cedo e sai pra uma corrida.
— Vai cansar.
Olhei para o lado e vi Justin, correndo no mesmo ritmo. Ignorei.
— Aposto que você não chega nem naquela coluna ali — ele apontou para uma coluna vermelha que estava um pouco mais de 1km.
Comecei a correr mais rápido e ele me acompanhou.Já estava morta e não estava nem na metade do caminho até a coluna. Parei apoiando-se no meu joelho.
— Falei — ele debochou. — Vou pegar a moto.
Bufei e o encarei.
— Não vou subir na sua moto.
— Então vai a pé. — ele se virou e andou na direção contrária.
Bufei o mais alto que pude.
— Não, eu vou.
Ele continuou andando, me ignorando do mesmo jeito que eu faço.
— Justin! — gritei. Ele virou, rindo.
— Gosto de te ver implorar.
— Você está flertando comigo?
— Você disse que conhece caras como eu, então me diz você. - ele sorriu e continuou andando.
Bufei como uma criança e o segui. Como ele consegue?A moto de Justin estava parada um pouco antes do começo do parque, subi logo depois dele e segurei na traseira. Mia ia ficar orgulhosa, odeio motos. MIA! Meu Deus ela deve está preocupada. Peguei meu celular e mandei uma mensagem.
— Posso ir agora? — percebi que Justin me encarou o tempo todo esperando eu largar o celular para ele andar.
Balancei a cabeça concordando. Ele acelerou e eu levei um susto, agarrando-se em sua cintura, ele riu.
Passamos pela coluna e eu fiz careta.
Estávamos chegando perto da rua da minha casa mas ele não estava diminuindo a velocidade, acabou virando para o lado oposto. Merda.
— Para! — gritei e ele balançou a cabeça negando. — Porra!
Ele ria e acelerava e eu gritava, tentando bater em suas costas mas com medo de cair. Finalmente ele parou a moto na frente de um prédio abandonado e eu pulei pra fora.
— Você é louco. Sabia que eu posso te processar por sequestro? — gritava com toda a força.
Ele riu.
— Eu quero te mostrar uma coisa.
— Eu não vou a lugar algum com você. — cruzei os braços.
— Você vai gostar. — ele estendeu a mão, a expressão séria.
— Primeiro, você não me conhece. Segundo, você não me conhece.
Ele não se mexeu, bufei e virei, andando em direção a entrada do prédio, senti seu sorriso e seus passos atrás de mim.
O prédio possuía um lustre enorme na entrada, apesar de ser abandonado era um prédio bonito. Andei em direção as escadas, ouvi Justin balançar a cabeça em negação.
— O que foi? — me virei para ele, ainda com os braços cruzados.
— Vamos de elevador. — ele sorriu, andando em direção a um elevador velho demais, cercado por grades. Franzi a testa encarando-o.
— Hm hm — balancei a cabeça negando. — Não vou entrar nisso.
— Você vai gostar, eu prometo. — ele abriu a porta de grade e apontou para dentro.
— Não vou confiar em você. Você praticamente acabou de me sequestrar.
— Anda, Camryn.
Virei de costas.
— Vou de escadas. — subi os três primeiros degraus e parei.
— Você não vai chegar nem noe segundo andar.
Sua voz era séria, mas sabia que estava se divertindo. Ele entrou no elevador e fechou a porta, quando começou a subir. Subi as escadas bufando, era muita escada. Parei no primeiro andar e chamei o elevador, a porta abriu e ele sorriu debochado.
— Você é completamente louco.— encostei na parede, sem olha-lo.
Ele me encarou sorrindo.
— Ei. — ele apontou com a cabeça para trás do elevador. Era um elevador panorâmico, via quase a cidade inteira, era lindo. Me aproximei mais do vidro, fiquei fascinada, era uma das coisas que eu mais amava; ver a cidade do alto.
– É lindo — falei quase em um suspiro.
Justin ainda estava me encarando, sério. Estava perdida com a vista quando ouvi o alto barulho do elevador parando. Levei um susto e virei. Justin estava abrindo a porta.
Sorri de leve, ainda não gostava dele. Havia uma escada no canto da parede, ele subiu e eu o segui, depois de uns 6 degraus havia uma porta, ele a abriu.
— Meu Deus — exclamei quando percebi que estávamos em cima do prédio que tinha mais ou menos uns 22 andares.
A cidade todo era nossa. Los Angeles inteira só nossa. Ainda era cedo, não tinha toda aquela agitação tudo parecia quieto e calmo.
Havia um pequeno telhado no meio, Justin subiu e sentou lá.
— Aqui é mais bonito.
Subi e sentei ao seu lado. Realmente era uma vista escandalosamente linda.
— Como você tinha tanta certeza que eu ia gostar daqui? — apoiei minhas mãos em meus joelhos e o encarei, pela primeira vez desde que chegamos.
— Palpite — ele deu um sorriso fraco mas não me encarou, continuava olhando para o horizonte.
Não acreditei. Ver a cidade de cima era a coisa que eu mais gostava em toda minha vida. Mia provavelmente deve ter falado alguma coisa. Continuamos em silêncio por um longo tempo.
— Você gosta mui o de moto, huh? — quebrei o silêncio agora olhando para o horizonte.
— Não tenho muita opção. —sua voz mudou.
— Claro que tem. — dei uma pausa. — Você não fala muito.
— Pensei que não gostava de mim.
— Você é o único que eu tenho pra falar aqui. — ele abaixou a cabeça rindo de leve.
— Me fala sobre seus ex's.
— Eu não tenho.
— Por que? — ele me encarou.
— Eu não sei. Nunca pensei nisso. — o encarei — E você?
— Só tive uma.
— Você está brincando. — debochei.
— Não to. — dld olhou para frente, sério. — Ela sofreu um acidente de carro, perdeu a memória.
— Me desculpa — me senti culpada.
— Tá tudo bem. — ele deu um sorriso tranquilizador.
Continuei olhando a vista.
— Sem mais perguntas? — sorri.
— Já sei muito sobre você, Camryn Davis.
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The Second Chance
Teen FictionO que você faria se descobrisse que um ano da sua vida foi apagado? O que faria se reencontrasse o amor da sua vida mas não lembrasse? O que faria se a vida te desse uma segunda chance? A aceitaria? Ou a desprezaria? E se tivesse outra chance para...