24 | It's all about friends

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     — Cam? Eii — Maia passou a mão na frente dos meus olhos, a encarei — Eu disse alguma coisa errada?  Oh — ela exclamou como se estivesse acabado de  se lembrar de algo — Você não sabia?
       Neguei com a cabeça e a encarei. Ela estava com os olhos entreabertos por conta do sol que batia em seu rosto.
       — Agora você sabe.
       — Eles não se parecem. — foi tudo o que disse.
       — Porque Justin é loiro e Ian moreno, talvez.
       — Não é só por isso.
      — Personalidade? — Maia voltou a me encarar, concordei com a cabeça. Ela deu de ombros. — Os dois são gostosos.
      Concordei com a cabeça, brincando.
     — Sabe, Cam — ela continuou e encarou Justin e Ian — preciso saber qual dos dois você quer.
     — Precisa? — repeti brincando. Ela concordou com a cabeça.
     — Duas de nós, dois deles — ela deu uma pausa — Garotos Bieber pra gente sair não faltam. E além do mais, seu tempo com o Justin ja acabou. Você e o Ian pareciam ótimos juntos. Sem falar que a gente poderia trocar de vez em quando, todo mundo sai ganhando.
    Ri e a encarei.
    — Eu e o Ian? — ela me encarou surpresa mas ignorou.
    — Vou ver se Mia precisa de alguma coisa. — ela levantou e saiu.
     Depois de um tempo, ignorei totalmente. Passei o resto da tarde sentada na mesa, olhando o lago mudar de cor enquanto o sol se punha.
      — Pensando em que? — era Justin.
     — Nada, na verdade. E você? — levantei a cabeça para encara-lo. Seus olhos lutando para ficarem abertos enquanto o sol batia em seu rosto.
     Ela deu de ombros e sentou. Voltei a encarar o lago, depois de um tempo o encarei.
      — É verdade? — ele virou a cabeça pra me encarar.
      — O que?
      — Sobre você e o Ian. — seu rosto de fechou, ele desviou o olhar para o lago.
      — Desculpa. — continuei  — Esse é o motivo de vocês serem assim?
     — Parte dele. — desviei o olhar para o lago. Estava meio avermelhado e o sol já havia sumido. — Você é o outro.
     Voltei a encara-lo.
     — O que você disse?
     — Você ouviu, Cam.
     — Você é o outro — repeti — O que quer dizer?
     — Nada.
     — Justin...
     — Eu disse nada. — suspirei e bati de leve na mesa.
     — Por que você faz isso? — dei uma pausa, meu tom aumentou —  Fala o que quer, me deixa confusa e simplesmente responde com um "nada". Se é assim que você que acha que vai conseguir alguma coisa, tá completamente errado.
    — Você não disse isso quando me beijou.
    — Eu beijei você? — franzi a testa e o encarei. Ri de leve e levantei. — Não significou nada.
    — Não?
    — Claro que significou! — sai pisando forte, não percebi que estava gritando.
     Ignorei os olhares enquanto andava, minha cabeça começou a latejar, senti uma leve tontura e fui até o quarto. Sentei na cama e suspirei fundo. Meus olhos começaram a arder.
     — Cam... — Maia ficou séria quando me encarou — Ei o que tá acontecendo?
      Limpei o olho rápido e sorri.
     — Nada.
     — Você pode contar comigo. — ela sorriu sem mostrar os dentes, sua covinha era provavelmente a maior que já tinha visto. Maia sentou ao meu lado. — Vem aqui.
      Suspirei e coloquei a cabeça em seu ombro. Ficamos assim por cerca de uns cinco minutos, sem falar uma palavra.
     — Por mais que eu não me importe em te confortar — Maia quebrou o silêncio — acho que a gente ia se sair muito ajeitando as coisas da última festa antes da gente voltar.
      Demorei até perceber o que ela quis dizer, já havíamos passado quase duas semanas na casa do lago, era hora de voltar.
      —  Bom — levantei a cabeça e sorri — o que temos que fazer?
      — That's my girl! — Maia deu um gritinho empolgado e levantou.
     — Você acabou de citar JLS? — a encarei sorrindo.
     — Sim — ela sorriu e franziu a testa— seja lá o que isso for.
     Ri e levantei. Fomos até a cozinha e começamos a fazer uma pirâmide de sanduíches.

     — Não tá tão ruim. — Maia exclamou, a encarei e depois encarei a pirâmide de sanduíches que parecia que estava prestes a derreter.
     —  Claro — franzi a testa — tá péssimo.
     — Wow — Justin parou e encarou a pirâmide — Por acaso — ele deu de ombros — só por acaso, vocês colocaram na geladeira?
     — Eu disse! — Maia me encarou.
     — Vocês por acaso jogaram ácido ou água sanitária? Devo ficar preocupado? — Dylan apareceu ao lado de Justin.
     — Engraçadinho. — o encarei.
     — Acho que vocês dois fariam um trabalho melhor, já que só reclamam. — Maia sorriu e tirou o avental, jogando em cima de Justin, fiz o mesmo com Dylan —  É tudo seu, garotos.
      Ri de leve e sai, Maia atrás de mim. Fomos até o quarto. Tomei um banho rápido enquanto Maia se maquiava no espelho.
      — Cam — a encarei enquanto secava o cabelo — Posso te fazer uma pergunta?
     — Claro.
     — Tudo bem pra você se eu "investir" no Justin?
     — Por que você ta me perguntando isso? Quero dizer, a gente não é nada, então — sorri — ele é todo seu.
     — É bom ouvir isso. — ela retribuiu o sorriso —  Pensei que você tivesse sentimentos por ele.
Eu também.
    — Não. — sorri.
    Penteei o cabelo e coloquei o primeiro shorts que vi com uma blusa do NOFX.
    — Pronta? — Maia estendeu a mão, concordei com a cabeça e segurei sua mão.

    — Cam! — Mia se aproximou — Meu Deus, desculpa por ter te deixado sozinha esses dias. Eu sei que eu não deveria me preocupar tanto com esse negócio das festas, mas eu...
    — Ei — a interrompi e segurei seus ombros antes que ela tivesse um ataque — Tudo bem, Mia.
    — Sério? — sorri e concordei com a cabeça, ela me abraçou — Amo você.
    — Também te amo.
    Senti uma pitada de culpa por não ter sentido tanto a falta de Mia como deveria mas ignorei.
    — Quer ouvir uma coisa legal? — Maia apareceu mais empolgada que o normal.
    — Talvez. — a encarei e sorri.
    — O barman deu meu nome a uma das bebidas. — ela deu um gritinho.
   — Ok — dei uma pausa e ri de leve — você não tem idade o suficiente para beber e ainda tem uma bebida alcoólica com o seu nome. Quantos crimes isso viola mesmo?
    — O suficiente para deixar eu e você felizes. — ela sorriu — Sabe o que eu quero dizer.
     Maia piscou e me puxou até o bar. Pediu dois "Maia Gatina", era uma bebida super vermelha. Bebi e senti meu estômago queimar. Fiz careta.
     — O que tem aqui? — Maia virou sua dose.
     — A mais forte com a mais doce.
     — Totalmente a sua bebida, vadia. — era Mia. Maia riu.
      Qualquer um acharia isso um insulto, mas quando se tratava de Maia e Mia, era um elogio.
    — Me vê uma.
    — Três. — Maia corrigiu. O garçom colocou mais três doses na mesa.
    Bebemos ao mesmo tempo, tanto eu quanto Mia quanto Maia fizemos careta. Não acho possível não fazer com uma bebida dessa.
    —  Você é Maia, certo? — o barman virou para encara-la. Mia concordou com a cabeça — A que se acha famosa?
    — Ok. Isso foi aleatório. Quem é você mesmo? — o encarei. Maia riu e fez o mesmo.
    — Sem me gabar, mas eu dormi com quase todos dessa festa, então acho que isso me torna um pouco famosa.
    — Todos na festa estão bebendo meus drinks, então acho que estamos no mesmo nível.
    — Ouch. — Mia riu.
    Ele sorriu e virou para atender o outro lado do bar.
    — Isso foi um flerte? — encarei Maia rindo.
   — Se foi — ela deu uma pausa — Eu amo ser uma vadia. — Maia exclamou, tanto eu quanto Mia rimos alto.
    — Ele é gostoso. — Mia se apoiou no bar.
   — Pode ficar. — Maia encarou a multidão — Já tenho planos.
   — Não acho que ele queira a vadia 2 aqui.
   — Estamos numerando as vadias agora? — ri.
   — Não acho que seja tão difícil achar a original. — Mia exclamou. — Oh, olha lá, o farol da Maia acabou de piscar.
   — Vaca. — Maia sorriu sem mostrar os dentes, como sempre, e depois riu, Mia fez o mesmo.
      Passamos o resto da noite assim, flertando e brincando com o barman, fazendo piadas, dando nome à drinks. Era como se existisse apenas nós. B.P. escreveu uma vez "Não importa como foi o seu dia, bom ou ruim.. Se no final  você estiver cercada de pessoas que te amam e se importam com você, pra que se preocupar?"

The Second ChanceOnde histórias criam vida. Descubra agora