Acordo cedo no dia seguinte, com uma dor de cabeça horrível. São seis horas em ponto, o Sol acabou de nascer. Olho pela janela e vejo Camryn sentada na mesa de madeira perto do lago, vou até ela.
— Bom dia. — sussurro tentando não assusta-la, o que não funciona. — Desculpa.
— Bom dia. — ela abre um sorriso.
Estou pensando seriamente no que farei nos próximos dez minutos. Respiro fundo.
— Vou andar. Você quer ir? — cruzo os dedos mentalmente esperando que ela diga sim.
— Sim. — ela levanta e me acompanha.
Há um silêncio perturbador até sairmos da casa e entrarmos em uma trilha.
— Por que acordou cedo? — ela me encara. Seus olhos estão verdes agora, completamente diferente do azul que estavam noite passada. Isso é fantástico. Ela é incrível.
— Tenho acordado cedo esses últimos dias e saído para correr. — ela responde e volta a olhar para frente. — E você?
— Não sei, apenas acordei. Acho que o Sol não gosta muito de mim.
Ela ri.
— Onde estamos indo? — ela pergunta depois de um tempo.
Não respondo, apenas lanço um olhar, ela fica louca mas não fala nada. Subimos um pouco mais e chegamos no fim da trilha, a casa parece minúscula daqui de cima. Sento em um tronco de madeira e Camryn faz o mesmo.
— Eu lembro daqui. — ela exclama. — Você me beijou logo ali. — ela aponta para a árvore perto de uma pedra gigante.
Sorrio.
— Na verdade, você me beijou.
Ela ri e da um soco de leve no meu ombro. Fico a observando enquanto o vento bate nos seus cabelos e ela tira algumas mechas do rosto. Ela me encara.
— O que? — pergunta quando percebe que a estou encarando.
— O que pretende fazer no futuro?
Ela me encara, confusa com a pergunta.
— Eu não sei. Que tipo de pergunta é essa?
— Apenas descrava o futuro em uma palavra.
Ela franze a testa, pensativa.
— Amor. — fala meio incerta.
Coloco a mão no seu rosto e a beijo rápido. Ela me encara, confusa.
— Camryn Davis — começo, abrindo os braços e a encarando — você gostaria de ser o meu futuro?
Ainda com a expressão surpresa ela abre um sorriso, sem falar nada.
— Sim. — ela responde.
Dou um sorriso e sento no tronco, puxando seu corpo perto do meu e juntando seus lábios com os meus suavemente.
— Isso foi provavelmente o pedido mais estranho que eu já vi na vida. — ela exclama com um sorriso mo rosto. — Literalmente.
Rio.
— Eu amo você. — exclamo e seu sorriso fica maior, ela é linda. Muito linda. Poderia congelar esse momento pra sempre.
Ela me puxa pela camisa e me beija novamente.Camryn
Isso me pegou de surpresa. Tudo bem que já tivemos nossos momentos íntimos e praticamente já estávamos juntos mas agora é oficial e isso de algum modo me conforta.
Abro os olhos e deito no seu ombro, não falamos mais nada. Observo a casa do lago lá em baixo, tão pequena, parece que estamos no topo do mundo e realmente estamos. Finalmente. Juntos.
Fico deitada no seu ombro um bom tempo até que levanto a cabeça para encara-lo.
— Por que esperou?
— Pelo que?
— Para me perguntar, quero dizer, já ficamos juntos antes. Por que agora?
Ele da de ombros.
— Não sei. E se você falasse não?
O encaro e ele ri.
— Estou brincando. Só queria esperar esse momento, não queria pedir perto de ninguém. Queria algo nosso. E na sua casa tínhamos isso, mas não do jeito que imaginei que teríamos aqui. — ele da uma pausa — Estou feliz que tenha lembrado do beijo que me deu aqui, ficaria mais difícil se não lembrasse.
Rio.
— Não pediria se eu não lembrasse? — brinco.
— Claro que pediria. — ele franze a testa. — Mas seria mais complicado ter que explicar...
— Muito romântico. — sorrio.
— Podemos fazer amor agora? — ele me encara serio e depois ri. Bato nele de novo.
Meu celular treme e olho achando que é Maia. Mas não é. Minha expressão muda quando vejo que é Elliot, o caro do estágio.
— Tudo bem? — Justin pergunta.
— Sim — sorrio — Maia está nos esperando. Melhor irmos.
Ele concorda com a cabeça e voltamos. Nunca pensei que ficaria em dúvida entre um estágio e um garoto, essas coisas tendem a acontecer em filmes. Como vou contar isso a ele? Suspiro fundo.
— Ei pombinhos, onde estavam? — graças a Deus, Maia está acordada.
— Andando...
— ...nas ruas do paraíso. — ela responde e sorri. Incrível como ela leva tudo para o lado maldoso.
Justin entra e eu fico sozinha com Maia.
— Que cara é essa?
Respiro fundo.
— Aquele cara daquele negócio — sussurro, por sorte ela entende — me mandou outro e-mail e Justin me pediu em namoro, como vou falar isso pra ele?
— Justin te pediu em namoro? — ela grita e da pulinhos alegres.
— Maia! Você só ouviu isso?
Ela fica séria.
— Ok, desculpa. Vai falar pra ele.
— Não!
— Sim! Quer que ele descubra por outra pessoa?
— Você não teria coragem.
— Sim, eu teria. Não é justo com ele ou você. Vai.
— Vou matar você.
Ela sorri e eu vou até a sala. Esbarro em Dylan.
— Ouch. — ele exclama — Tudo bem?
Não respondo. Vou para o quarto e fecho a porta. Aqui vamos nós. Respiro fundo e abro a porta. Vou até a varanda e vejo Justin e Dylan encostados na mesa de madeira conversando. Suspiro fundo pela milésima vez e vou até eles. Por sorte, Dylan sai antes mesmo de eu chegar.
Sento na mesa e Justin me encara.
— Fui aceita em um estágio. — exclamo sem encara-lo.
Ele da a volta e senta na minha frente.
— Isso é ótimo.
— Em Detroit. — ele me encara — É longe. Muito.
Estou falando como Maia.
— Acho que você deveria ir. — isso me surpreende.
Franzo a testa.
— Você e Maia por acaso escutam o que eu falo?
Ele estica os braços, pegando minhas duas mãos.
— Olha — ele começa — eu sei que as coisas estão acontecendo de uma maneira rápida e bem estranha, mas estou feliz que estejam acontecendo. Esse negócio, seja lá o que for, é importante, eu sei e não quero ficar no seu pé de novo. Acho que já atrasei demais sua vida. — vou falar mas ele me interrompe— Eu vou visitá-la. Claro que vou. Não vou ficar longe dr você.
Sorrio e aperto sua mão.
— Que bom. — é tudo que falo.O namorado de Dylan chega no final da tarde e vamos para a cidade. É estranho andar com Justin com o braço ao meu redor às vezes, mas é um sentimento bom.
— Eu preciso de bebidas— Maia vira e nos encara — E um namorado.
Rio e vou até ela.
— Deixa eu ser seu par nessa busca. — brinco e estico o braço. Ela vira para Justin e faz careta, logo depois saímos andando.
— Seu par vai terminar na minha cama. — Justin brinca chutando Maia de leve.
Viro e o encaro.
— Quem disse que vou dormir com você? — brinco. Maia vira com tudo grita apontando para Justin
— TROUXA!
Ele faz cara de bravo e Maia mostra a língua. Vejo Dylan e o garoto ao seu lado rindo. Mudamos muito em uma semana, e isso não me assusta tanto quanto deveria. A não ser pelo estágio, claro. Justin me fez prometer que não falaria mais nisso enquanto estivermos aqui e eu prometi. Mas não significa que não esteja pensando nele, ainda mais porque não respondi o e-mail ainda.
Paramos em um terreno baldio cheio de barracas de bebidas, jogos, comidas e uma roda gigante logo no fundo do terreno.
— Estou sentindo que vou achar alguém aqui. — Maia me encara depois e cara Dylan — Vou pegar uns drinks e deixar os pombinhos a sós.
Dylan e o garoto somem no meio da multidão e Maia vai quase pulando até uma barraca de bebidas. Viro para Justin e ele da de ombros.
— Hey! — abro a boca e vou até ele.
— Não vou falar com você se você não for dormir comigo. — por um momento acho que ele falou sério, até que ele vira e ri.
— Eu odeio você! — exclamo. Ele se inclina para me beijar e eu viro o rosto. — Beijos ou uma noite, você escolhe.
Falo séria e ele acredita. Não consigo segurar o riso.
— Também sei como jogar. — exclamo e o puxo pela mão, o beijando. Ele sorri e me encara, coloco os braços em torno do seu pescoço e franzo a testa. — O que escolheria?
— Uma noite, claro. — ele da um sorriso malicioso — Beijos não seria a única coisa que eu conseguiria.
Bato no seu peito e rio. Em seguida andamos até a roda gigante.Justin fica nervoso quando sentamos e a roda gigante comer a se mexer. Começou a rir.
— Não acredito que você dirige uma moto naquela velocidade, e tem medo de altura.
Ele vira para me encarar e ri
— Você matou meu disfarce. Estava teta di fazer aquelas cenas que a garota fica com medo e o garoto segura sua mão, sabia que você não ia se fazer de garota medrosa então peguei o papel.
Franzo a testa e por algum movimento não consigo parar de rir. Não foi engraçado. Rio tão alto que Justin vira e vê o casal de cima me encarando. Paro de rir e ele me encara.
— Desculpa. — exclamo e ele finge revirar os olhos e puxa para perto. Procuro Maia e a vejo conversando com uma cara com a blusa de uma universidade que eu não consigo ler, mas consigo ver o símbolo.
Sorrio e alinho meu corpo com o de Justin, querendo congelar esse momento para sempre.————————————————————————
Não esqueçam de dar um olhada no novo livro, Duplicidade. A escrita e a história são ambas mais maduras! (;
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The Second Chance
JugendliteraturO que você faria se descobrisse que um ano da sua vida foi apagado? O que faria se reencontrasse o amor da sua vida mas não lembrasse? O que faria se a vida te desse uma segunda chance? A aceitaria? Ou a desprezaria? E se tivesse outra chance para...