— Bom dia, filha. — minha mãe entrou no quarto com uma bandeja.
— Nossa o que eu fiz pra merecer tudo isso?
— Nada, senti sua falta. — ela sorriu.
Na bandeja tinha granola e um suco de laranja. Peguei o suco e tomei em um gole.
Passei a manhã toda sentada ali, conversando com a minha mãe e contando tudo que aconteceu na viagem. Contei sobre Dylan mas não entrei em detalhes sobre o drama todo.
— Vou fazer umas compras, quer ir? — minha mãe perguntou.
— Claro. — sorri empolgada e levantei beijando sua bochecha.
Tomei um banho rápido e me troquei. Desci e minha mãe já estava me esperando, entramos no carro e saímos.
Passamos o dia fora, compramos mais roupas que Mia compraria em uma semana.
— Esse shorts é a sua cara. — era um shorts jeans destroyer.
— É maravilhoso, vou levar.
O carro ficou lotado de sacolas, eram roupas, sapatos e óculos para todo o lado.
— Ta com fome?
— Faminta. — sorri.
Passamos no Craig's e depois saímos para a praia. Chegamos em casa perto das 23.
— Boa noite, pai.
— Boa noite. - ele nos encarou — Quantas sacolas.
— Obrigada pelo cartão. — sorri e subi para o quarto.
Meu celular vibrou. Era Mia.
— Oi.
— Onde você foi hoje?
— Passei o dia com a minha mãe.
— Vai fazer alguma coisa amanhã?
- Não que eu saiba. A gente tem planos?
— Sim. Às 11.
— Ok, te vejo amanhã.
Arrumei as coisas e liguei a TV. Passei quase a noite toda assistindo filme até que capotei.Acordei ás 9 e desci. Era sábado.
– Bom dia família.
— Bom dia. - meu pai respondeu — Vai sair hoje?
— Vou sair com a Mia.
— Pra onde?
- Não sei ainda.
Coloquei minha granola no pote e peguei um pouco da vitamina que meu pai tinha feito, comi e sai. Peguei o carro da minha mãe.
— Cam — a voz da minha mãe vinha de dentro da casa, ela saiu na garagem. — Seu carro ta pronto, vou com você buscar ele.
FINALMENTE.
— Pensei que nunca mais ia ouvir isso.
O caminho até a oficina durava cerca de 10 minutos, quando chegamos pulei para fora.
— Bom dia, Nick. — minha mãe cumprimentou o mecânico enquanto eu corria até meu carro.
Eles conversaram por um tempo, provavelmente discutindo quanto ficou. Minha mãe entrou no meu carro.
— Meu bebê — eu passava a mão pelo volante, animada demais. Minha mãe riu.
— Parece até novo.
— Ta demais. — sorri.
— Já vou indo, se cuida. Amo você. — ela me deu um beijo na bochecha e saiu.
— Também te amo. — sorri.
Acelerei e fui até a casa de Mia, quando cheguei ela saiu correndo pra fora de casa.
— Pensei que já tinham vendido ele no mercado negro. — ri.
— 8 semanas e meia, mas quem tá contando? — Mia riu.
— Vamos sair nele pra compensar o tempo perdido.
— Pra onde a gente vai?
— Praia.
Andei até a beira, tinha esquecido totalmente que hoje ia ter um DJ lá. Descemos e fomos até uma das várias barracas espalhadas e compramos 2 refrigerantes.
— Oi garotas — me virei e vi Ian sorrindo. Mia o abraçou.
— Oi. — sorri e cumprimentei-o.
Passamos o dia e metade da noite na praia, perto das 21 saímos para comer no In N' Out.
— Você come muito devagar, Cam. — Mia já havia acabado e eu ainda estava na metade.
— Gosto de saborear. — pisquei e ela ficou boquiaberta, sua boca formando um "vadia".
Ian riu.
— Aposta quanto que eu consigo um milk-shake de graça? —l
– 10! — Mia bateu na mesa.
— Cam? —ele me encarou.
— O mesmo.
Ele levantou e foi até o caixa. Uma mulher loira com os olhos claros o atendeu.
— Ele vai usar o charme.
— Ele não vai conseguir. — o encarei.
Um tempo depois ele virou com dois milk-shakes na mão. Mia o encarou.
— Filho da mãe.
— Servidas? — ele riu.
Pegamos os milk-shakes e fizemos mais apostas. Eu e Ian apostamos 15 dólares cada um que Mia não ia conseguir enganar um motoqueiro 4 mesas à frente.
Ficamos observando, ela voltou um tempo depois com 10 na mão.
— Parece que ele acreditou na minha gravidez adolescente.
Ri.
— Sua vez, Cam.
Olhei para fora e vi um carro.
— Vou subir naquele caro e dançar, e aquele cara — apontei para uma mesa que tinha um cara e duas mulheres — vai deixar as duas sozinhas na mesa.
— Aposto 20. — Ian sorriu.
— Aposto o mesmo. — Mia bateu na mesa — Vai, vadia. — ri.
Sai e liguei o rádio do carro, e ao som de Hands Down subi no carro e comecei a dançar. Não deu nem 5 minutos e o cara deixou a mesa.
— Meu carro! — uma das mulheres correu para fora.
Mia e Ian correram atrás. Desci e entramos correndo no carro.
— Vamos ser banidos. — Mia olhou para trás, ainda rindo.
— Vira a esquerda.
— Ok. - virei a esquerda e depois a direita de acordo com o que Ian dizia.
Paramos na frente do Skybar.
— A gente não vai conseguir entrar aqui.
— Vamos sim. — Ian sorriu e pediu para mim estacionar, estacionei e saímos.
— Qual o plano espertão? — Mia o encarou enquanto andávamos.
— Sem planos. — ele passou a língua no lábio inferior.
Andamos até uma porta preta ao lado de uma fila enorme, havia dois seguranças. Ian parou e os cumprimentou, eles abriram a porta e entramos.
— Como você fez isso? — eu e Mia o encaramos.
— Ele é uma vadia. — Mia sorriu.
— Vamos dizer que eu sou conhecido aqui. — ele piscou. — Peçam o que quiser é por minha conta.
— Isso é totalmente ilegal.
Fomos até o bar enquanto Ian falava com umas mulheres. Ambas pedimos uma rodada. Duas. Três. Quatro. Cinco. E na sexta Ian apareceu. Bebemos mais oito.
Estávamos praticamente loucas, dançamos e curtimos a noite toda. Até que meu celular vibrou perto das 5.
— Ooi.
— Camryn, você tá bêbada? — não sabia quem era.
— Não — ri.
— Onde você ta? Eu vou te buscar.
— Não interessa. Tchau. — desliguei.
Saímos e fomos para o carro, Ian não estava tão bêbado porque provavelmente já estava acostumado, ele dirigiu. Fechei os olhos e capotei.
— Acordem preguiçosas. — a voz de Ian ecoava na minha cabeça.
— Meu Deus eu vou morrer. — Mia tentou levantar mas se jogou na cama, Ian riu.
— Tomem. — ele segurava dois copos e dois comprimidos. Tomamos.
— Eu vou explodir. — murmurei. O gosto era horrível, foz careta.— O que é isso?
— É bom pra ressaca. — ele sorriu.
Ele pegou duas garrafas de água e deixou do lado.
— Bebam bastante.
— Preciso ir pra casa. — levantei mas quase caí. Ian me segurou.
— Vai com calma. Eu te levo.
Mia deitou com a cara no travesseiro.
— Vou morrer um pouco. Tchau Cam.
Ri e entrei no carro, Ian dirigiu. Botei meu óculos de Sol.
— Minha mãe vai me matar.
— Não deixa ela perceber, bebe bastante água que melhora. — ele sorriu e me olhou de relance me dando uma garrafa de água gelada. Bebi direto.
Cheguei em casa mas não tirei os óculos, provavelmente estava com olheiras.
— Bom dia, mãe. Dormi na casa da Mia.
— Bom dia, Cam.
Subi rápido o mais rápido que pude.
— Cam? — a voz da minha mãe me acordou. - Tudo bem?
— Tomei um porre. — sorri de leve.
— Cam... - ela me encarou.
— To bem mãe. — sorri para tranquiliza-la e bebi um gole da água que estava do meu lado.
Ela suspirou e beijou minha testa.
— Me chama se precisar de alguma coisa.
— Pode deixar.
Meu celular vibrou.
— Oi sua bêbada.
— Sua voz tá horrível. - ri.
— Você também. — ela riu. — Como você ta.
— Tonta.
— Não é a única.
— Vai fazer alguma coisa hoje a noite?
— Morrer.
— Vamos morrer na praia, é menos depressivo. — eo.
— Te encontro às 17.
— Até. Beijos.
Desliguei e afundei meu rosto no travesseiro. Um tempo depois levantei e fui me trocar, queria chegar cedo na praia para poder me hidratar um pouco. Tomei um banho e fui me vestir.
— MÃE — gritei pela escada.
Ela veio correndo.
— Você tá bem?
— To. Você sabe onde tá aquele shorts que a gente comprou anteontem?
— Ta na segunda gaveta. Vai sair?
— Vou para a praia com a Mia e um amigo dela, relaxar um pouco.
— Nada de bebidas.
— Pode deixar. — dei um sorriso fraco.
Voltei para o quarto ainda enrolada na toalha e corri a porta do guarda-roupa. Abri a segunda gaveta mas não achei, fiz o mesmo com as outras e nada. Bufei. Abri a última e achei. Vesti ele com uma blusa cinza lisa e larga, que ficou apertada. Tirei e voltei para a gaveta, a revirei mas não encontrei uma blusa decente. Suspirei fundo. Vi um pedaço de papel no canto, peguei.
Era uma foto com um grupo de pessoas. Eu, Mia, Justin, Ian, Ryan e uma outra menina. Cerrei os olhos e sentei na cama, observei por um longo tempo.
— Isso só pode ser brincadeira. — exclamei.
Olhei os detalhes, meu carro estava localizado no final da foto, e atrás dele, havia um lago. A casa de praia.
Foi ai que tudo ficou claro. A namorada. O acidente. A perda da memória. O medo de Justin por carros. A vista do prédio. O energético. O nervosismo de Mia no carro. A raiva dela na casa de praia. Ian. "Não gosto muito de carros." "O carro da sua mãe" "Sim. Engasguei." "Acho que você não lembra de mim." "Já sei muito sobre você." Eu era ela.
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The Second Chance
Ficção AdolescenteO que você faria se descobrisse que um ano da sua vida foi apagado? O que faria se reencontrasse o amor da sua vida mas não lembrasse? O que faria se a vida te desse uma segunda chance? A aceitaria? Ou a desprezaria? E se tivesse outra chance para...