— Tem certeza que não quer desistir? — Maia olha de relance para mim e depois volta o olhar para a estrada.
— É a quinta vez que você pergunta. — meneio a cabeça — Não, não quero.
— Sinto muito pelo...
— Tudo bem. — não a deixo terminar. Dou um sorriso em seguida, a tranquilizando — Não precisa de se preocupar.
Ela para no estacionamento e abre a porta do porta-malas, saio e pego as duas malas que trouxe. Ela traz um carrinho e as coloco em cima, não falamos nada até o salão principal do aeroporto.
— Vamos tomar um café. — Maia exclama quando saímos da fila do check-in. A sigo até a cafeteira do andar de cima e sentamos perto da janela. Peço um cappuccino simples e Maia pede um frapucchino de morango.
— Olha, eu sei que você não quer falar sobre isso. Eu entendo. Mas sou sua amiga, Cam. Você vai precisar falar sobre isso um momento ou vai morrer por dentro. E talvez se demorar, eu não vou estar ao seu lado.
Tomo um gole do capuchinho e o coloco sobre a mesa.
— Eu estou bem, Maia. Eu prometo. Não é como se eu precisasse dele pra respirar, não preciso.
— Eu sei, eu sei. Mas as coisas terminaram bem de repente... rápido. E não quero dizer em questão do tempo que passaram juntos, e sim o tempo que ele entrou na sua casa hoje e o jeito que vocês dois se trataram. Não acredito que ele teria coragem de fazer algo assim.
— Mas ele fez, certo? — falo com grosseria e logo em seguida me sinto mal. Ela só está tentando ajudar. Mas esse é problema, não quero que as pessoas me ajudem. Sei como cuidar de mim mesma. — Sinto muito.
Ela dá um sorriso leve e levanta os ombros. Ouço chamarem meu voo e levanto, ela faz o mesmo. Vamos até a fila do escaneamento e viro para Maia. Ela me abraça.
— Vou sentir muita sua fala. — exclamo.
— Eu também. — ela sussurra.
— Você está chorando?
— Não. — ela mente. Sei que está.
— Ah meu Deus, Maia Gatina! Eu não acredito que te fiz chorar. — ela ri e eu saio dos seus braços. — Eu te amo.
— Também te amo.
Dou um sorriso e ela retribui o mesmo, seus olhos brilhando por conta das lágrimas. Dou outro abraço forte nela e a beijo na bochecha, entrando na fila logo em seguida.
Não demora muito até eu chegar na sala de espera e entrar no avião. Uma senhora senta ao meu lado mas por sorte, descobre que sentou no lugar errado e muda de cadeira. O avião parte sem ninguém ao meu lado e eu suspiro, sem perceber que estava prendendo o ar.
É quando percebo que estou sozinha. Completamente. A única pessoa que me restou foi Maia, e ela não vai estar tão perto quanto eu queria, e talvez nossa amizade mude. Balanço a cabeça. Espero que não.
Pego o celular e começo a apagar umas fotos desnecessárias, até que vejo uma de Justin. Sorrio. Foi uma semana depois de começarmos a namorar, ele está sentando em uma pedra e consigo ver, ao longe, a casa do lago. Está vestindo uma calça de moletom e uma camiseta preta, um dos seus olhos estão fechados por conta do sol e ele está sorrindo.
— Deixe-me tirar uma foto sua. — exclamo enquanto tiro a cabeça do seu ombro. — Por favor?
— Não gosto de fotos. — ele resmunga.
— Não estou perguntando se você gosta, estou perguntando se posso tirar uma sua. Na verdade, não estou perguntando mais. Estou afirmando. Vou tirar uma foto sua.
Levanto e vou a uma distância certa.
— Pare de se mexer! — grito.
Ele coloca a mão no bolso e pega o celular, em seguida ouço o barulho da foto.
— Se você for tiver uma foto minha, vou tirar sua. — ele sorri.
— Você não me deixou fazer pose! — brinco e ele ri. Tiro a foto.
— Senhora? Gostaria de algo do cardápio?
Olho para cima e vejo a aeromoça sorrindo.
— Não, obrigada. — respondo sem pensar, ainda imersa nos pensamentos. — Apenas um copo d'água, por favor.
— Gelo?
— Sim.
Ela me entrega e antes que eu fale obrigada, empurra o carrinho para frente. Bebo um longo gole e fecho os olhos.
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The Second Chance
Teen FictionO que você faria se descobrisse que um ano da sua vida foi apagado? O que faria se reencontrasse o amor da sua vida mas não lembrasse? O que faria se a vida te desse uma segunda chance? A aceitaria? Ou a desprezaria? E se tivesse outra chance para...