6 | Night out

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        Meu celular vibrou, era Mia.
            — Oi.
            — Cam! Tenho um almoço e não sei o que vestir, preciso de você agora aqui em casa.
           — Ok já to indo, beijos. — desliguei.
            Mandei uma mensagem para Justin.
            "Seja lá o que iríamos fazer, vai ter que deixar para outro dia. Estou com problemas." 
           Ele respondeu minutos depois.  
            "Você está bem?"
            "Sim, apenas tenho que socorrer Mia. SOS amiga você sabe como é."
              Ele não respondeu mais.

          Cheguei na casa de Mia 10 minutos depois, bati na porta ela abriu e pulou em meus braços.
          — Graças a Deus você veio.
          — Você tá nervosa — brinquei — vai almoçar com o presidente?
          — Quase — respondeu ela com um tom sarcástico.
         — A gente não vai entrar?— perguntei.
         — Não, vamos à compras.
         — Hm ok M. Sawyer.
         Ela riu.

   

     — Vamos parar nessa.
        — Meu Deus Mia, outra. — já havíamos parado em umas oito.
        — É a última, prometo.
        — Você falou isso nas últimas quatro.
         Ela me ignorou e entrou. Mia já tinha comprado umas 12 peças e eu, quatro; duas blusas, uma com uma abertura nas costas e a outra, uma regata com abertura dos lados e dois shorts jeans.
        Mia comprou mais quatro peças e fomos embora. Era quase 14 horas e o almoço de Mia era às 14:40.
        — Já sabe qual das 100 você vai usar? — brinquei.
       - Engraçadinha - ela fez careta — sei muito bem.
       — Então pode me despachar.
       — Só porque estou ultra atrasada, se não iria te prender mais um pouco.
        Fiz sinal com as duas mãos agradecendo a Deus, Mia brincou ficando boquiaberta, chocada. Ambas rimos.
        Cheguei na casa de Mia 14:10 para pegar meu carro, aproveitei para correr um pouco. Deixei o carro em um estacionamento na praia e corri por 40 minutos depois fui beber uma água de coco.
        Gostava de passar um tempo sozinha, gostava de pensar e relaxar. Fiquei um longo tempo na cadeira de praia lendo meu livro e perto das 17 fui para casa. 
         — Chegou cedo. — minha mãe estava sentada na sala assistindo um de seus programas de culinária. 
        — Pois é, fui pra praia correr um pouco.
        — O dia está maravilhoso hoje.
         Sorri e subi para o quarto, coloquei um biquíni e desci.
         — Vai nadar?
         Concordei com a cabeça e fui para piscina.
         A área da piscina era meu lugar favorito, adorava nadar e eu era praticamente a única que vinha para cá, minha mãe passava o dia aprendendo como cozinhar coisas novas, e meu pai, quando vinha era só no finalzinho da noite quando eu já estava no meu quarto ou provavelmente em algum lugar com Mia.
          Fiquei das 18 às 20 na área da piscina e subi para tomar banho. Quando desci meu pai já havia chegado.
           - Boa noite, pai.
            Ele balançou a cabeça.
          A noite passou rápido, jantei e fiquei um tempo conversando com os meus pais. Subi perto das 12.
          Meu celular vibrou. Era Justin.
          "Me encontra na frente da escola."
          "Agora???? É meia-noite"
          "Desde quando você se importa?"
          "Desde quando minha companhia é você"
          Aposto que ele riu.
           "Você vai gostar."
           "Por que a escola?"
           "Venha e descubra."
          Estava exausta mas mesmo assim me arrumei, coloquei o mesmo shorts e uma blusa de manga. 
           "Mãe dei uma saída, vou com o seu carro. Beijos. Cam"
           Deixei um recado e sai.

       Quando cheguei, a moto de Justin  não estava lá. Esperei 10, 20, 25 minutos e nada. Mandei mensagem e ele não respondeu. Bufei. Fui para onde ele costumava ficar, uma oficina perto da primeira corrida que Mia me levou.
       — Resolvi não aparecer. — ele estava mexendo em alguma coisa da sua moto, não conseguia ver parte de seu rosto.
       — Percebi. — sai em direção ao carro mas voltei - Mereço pelo menos um pedido de desculpas ou você não é capaz nem disso?
      Ele bufou e ignorou. Sai mas voltei de novo.
       — Você devia ter me avisado pelo menos.
       — Meu celular descarregou.
       — Poderia ter ido na escola, eu estava lá. — falei num tom sarcástico.
      Sai e voltei, quase esbarrei nele. Seu olho estava inchado, roxo.
       — Por isso não queria sair em público.
       — Então, leve-me à um lugar privado.
       Ele sorriu.

       Andamos até um farol e subimos, sentamos lá em cima.
       — É aqui que você se esconde?
       Ele riu.
      — O que aconteceu? —me virei para encará-lo.
      — Bati em uma árvore.
      — Você é um péssimo mentiroso. - ele riu.
      Olhei para o céu.
     — Há civilizações inteiras que acreditavam que podiam ver seu destino nas estrelas. - sorri.
     — Destino é o nome que os sortudos dão a sorte.
     — Você provavelmente não acredita porque algo ruim aconteceu e você culpa o destino.
     Ele ficou sério.
     — Por quê saiu da escola? — mudei de assunto.
     — Meu pai precisava de ajuda em casa.
     —  Nunca pensou em voltar?
     — Não.
     — Mentiroso. — ele riu.
     — Você vai ser uma ótima advogada.
     — Se todos os meus clientes forem igual a você — brinquei.
     Bocejei, já estava exausta antes de vir para cá agora estava morta. Olhei as estrelas, fechei os olhos e não sei o que aconteceu depois.

The Second ChanceOnde histórias criam vida. Descubra agora