Minha deusa interior deu um salto. Faça seu jogo, Camryn.
- O quê você quer dizer com isso? - falei como se tivesse uma bola na garganta.
- Eu quero que você seja minha, Cam. - levei um soco no estômago. Não sabia o quê responder. Não sabia se seguia minha consciência ou minha deusa interior.
Inclinei sobre a mesa, sorri e beijei seus lábios. Parece que a minha deusa interior tem vida própria.
- O quê foi isso? - ele sorriu, surpreso.
- Um sim. - sorri. Merda, Camryn.
Ele sorriu e retribuiu o beijo.
- Mas agora eu preciso ir pra casa porque vou me encontrar com Mia. - menti.
- Ok, eu te levo. - ele não tirava o sorriso do rosto.
Sorri. Andamos até o caixa e depois voltamos andando, de mãos dadas.- Entregue. - ele sorriu enquanto me deixava na porta de casa.
- Obrigada. - retribui o sorriso.
Ele se inclinou e me beijou, retribui e depois entrei. Quando fechei a porta, a ficha caiu. Fechei os olhos e as lágrimas se recusaram a cair. Liguei para Mia.
- Lembrou que tem melhor amiga?
- Muito engraçadinha. Preciso falar com você. Senti sua falta.
- Eu também, você não sabe o quaaanto.
Sorri.
- Você tá sozinha?
- To.
- Daqui 20 minutos to ai.
- Mal posso esperar. - senti seu entusiasmo por trás do telefone. Desligamos.
Subi e suspirei fundo, mentiras atrás de mentiras, precisava aguentar isso. Coloquei um shorts mais confortável e peguei uma roupa, provavelmente ia dormir lá. Desci e fui de carro, não era tão longe a pé mas não queria pensar sobre tudo o que está acontecendo. Liguei o rádio e fui cantando para distrair.
Estacionei na frente da garagem da casa de Mia e bati na porta. Ela abriu e pulou em mim.
- Nunca mais faça isso, por favor. Senti muita sua falta.
- Nunca mais. - repeti e sorri.
Entramos e eu sentei no sofá.
- Mia. - encarei-a, tentando parecer alegre, e torcendo para ela acreditar. Era impossível enganar ela. - Eu e Dylan estamos namorando.
Ela soltou o controle que estava em suas mãos, parecia chocada, me encarou. Ela riu nervosa.
- Você tá brincando, Cam.
- Não to, Mia. Eu gosto dele. - engasguei, espero que ela não tenha percebido.
Ela sentou ao meu lado, ainda chocada.
- Não, Camryn, você não gosta. Não acredito que você ta fazendo isso por algum motivo que não quer me contar.
- Você ainda ta nessa, Mia? Já disse que não to escondendo nada. - falei com firmeza agora. Minha deusa interior ficou orgulhosa com certeza.
- Você decidiu gostar dele em três semanas, Camryn? Que tipo de amor é esse? - ela me encarou.
- Você entenderia se tivesse passado essas três semanas com ele. Ele é um ótimo cara, Mia.
Ela riu.
- Até quando você falou que odiava o Justin, foi mais real que isso.
Levantei do sofá, agora nervosa.
- Vocês tem que parar de querer me jogar pra cima dele. - meu tom aumentou, estava de costas para Mia, meus olhos cheios de lagrimas que eu recusava deixar cair.
- Camryn - a voz de Mia estava calma - você vai continuar mentindo pra todo mundo, mas não vai conseguir mentir para si mesma. Uma hora isso vai acabar te destruindo e eu vou estar aqui esperando.
Peguei minha bolsa e sai, não ia aguentar mais falar disso nem por mais um segundo. Entrei no carro e dirigi até a praia. Tomei uma água de coco e tentei relaxar por um momento. Meu celular vibrou.
- Alô?
- Cam - era a voz de Dylan.
- Oii - falei com entusiasmo.
- Vai ter um lual hoje na praia, aniversário do Nick, um cara da nossa ex sala de inglês, queria que você fosse comigo.
- Adoraria. - sorri.
- Você é maravilhosa. - senti sua animação - Onde você ta?
- Na praia, parei pra tomar alguma coisa. Acabei de sair da casa de Mia.
- Eai? - sabia ao que ele estava se referindo, mas fingi que não tinha a menor ideia.
- Foi ótimo. Estava com saudades das nossas conversas de mulher.
Ele riu. Por sorte não tocou no assunto.
- Te busco às 20, ok?
- Às 20. - repeti - Ok. Beijos. - desliguei.
Realmente esperava que o tempo que eu passasse com ele fosse suficiente para me fazer sentir algo além da amizade. Dylan era um ótimo cara, mas não fazia o meu tipo. Mas se é assim que vai ser, vou me virar para fazê-lo ser o meu tipo.
Acabei dormindo na cadeira da praia e quando acordei já estava perto das 18, levantei e fui para casa.
- Boa noite, filha. - a voz da minha mãe vinha da cozinha. Fui até lá.
- Boa. - beijei sua bochecha e me apoiei no balcão. - To namorando mãe.
Ela virou para me encarar. Surpresa.
- Que notícia boa, filha, com quem? - estava nervosa demais.
- Não é com ele, mãe. Fica tranquila. - sorri para tranquiliza-la.
Ela sorriu e deu um leve suspiro de alívio.
- É o Dylan. - ela virou para a pia de novo, parecia surpresa.
- O Dylan, filha?
- Aham - encarei-a mesmo ela não podendo me ver - Algum problema?
- Não. - senti seu sorriso, ela virou para me encarar. - Só não sabia que você gostava dele. To feliz por vocês.
Até você mãe.
- Que bom, mãe. - sorri e beijei sua bochecha de novo. - Vou sair com ele hoje, não sei que horas vou chegar. Talvez durma na casa dele.
- Se cuida, filha. - sei muito bem o que ela quis dizer.
- Mãe.. - exclamei.
Subi e tomei um banho, coloquei um shorts social branco e uma regata branca. A maioria dos luais na California eram totalmente brancos, então não quis arriscar.
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The Second Chance
Ficção AdolescenteO que você faria se descobrisse que um ano da sua vida foi apagado? O que faria se reencontrasse o amor da sua vida mas não lembrasse? O que faria se a vida te desse uma segunda chance? A aceitaria? Ou a desprezaria? E se tivesse outra chance para...