45 | Friends

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         — O que você está fazendo? — Maia corre até o garoto que veio com Dylan, que descobri que chama Rob. — Deixa que eu faço!
        Ela pega a massa da sua mão e começa a amassar, algo me diz que ela não gostou muito do garoto, já que está gritando com ele desde que chegou, mas essa é Maia. Levanto do sofá e vou até Rob.  
        — Tudo bem, eu ajudo ela. — dou um sorriso amigável e ele retribui com o mesmo, saindo da cozinha.
       Pego o tomate e começo a cortar ao lado de Maia.
        — O que está acontecendo? — sussurro olhando para trás para ter certeza que Rob não esteja ouvindo.
       — Tudo que peço pra ele fazer, ele faz errado. — ela responde sem ter o mesmo cuidado que eu — Sem contar que é um preguiçoso.
       — Talvez ele esteja envergonhado. — dou uma pause e coloco os pedaços de tomate na vasilha — Dylan falou que ele era seu primeiro namorado gay e que também era a primeira experiência gay de Rob, talvez seja isso.
       Maia dá de ombros e coloca a massa na forno. Depois vira para mim.
       — Talvez eu esteja envergonhada. — exclama me encarando — Quero dizer, o garoto que achei que amava, na verdade amava a minha melhor amiga e agora está com você. E não estou julgando, quem dera eu tivesse um relacionamento como o de vocês, amo vê-los juntos. Mas — ela me encara e pressiona os lábios — eu nunca vou ter isso.
        — O que? Não fala isso. — vou até ela e a abraço — Você é garota mais maravilhosa que eu já conheci, qualquer um teria sorte de ter você. Você vai arranjar alguém que te ame, até melhor que eu e Justin.
       Ela dá um sorriso fraco e na mesma hora Dylan entra na cozinha e vai até a geladeira, pegando uma garrafa de água.
       — Dylan. — Maia exclama antes dele sair, ele vira e a encara — Fala ao Rob que disse desculpa.
       Pela cara de Dylan, ele não entende muito bem mas parece entender o recado, meneia a cabeça e desaparece pela porta. Maia suspira fundo e pega 12 laranjas.
      — Não fica triste, ok? Estou aqui com você. — ela me encara e sorri — Agora, em vez de usar o espremedor elétrico, vamos espremer todas as laranjas.
      Ela faz careta mas aceita, dou um sorriso e começamos a espremer as laranjas. 
     

      Por volta das duas a lasanha, o suco e a salada estão prontos e colocados em cima da mesa. Saio do chuveiro e penteio o cabelo ainda molhado, em seguida saio do quarto e vou para a mesa no jardim.  
      Maia está arrumando os guardanapos na mesa e Justin, Dylan e Rob já estavam se servindo. Sentei ao lado de Maia e na frente de Justin, servindo-me de um pedaço pequeno de lasanha — comparado ao prato de Justin e Dylan. Maia fez o mesmo, provavelmente reparando a diferença.
       Apesar de o clima não parecer bem quando sentei, alguma coisa parece mudar. Dylan lança uma piada sem graça mas todos riem, em seguida, Maia faz perguntas pra Rob e me inclui, todos começam a conversar, até Justin. Ele está sentado ao lado de Dylan e estão conversando alguma coisa sobre carros e motos.
        Descobri que Rob é filho único e mora a um quarteirão de mim, seus pais apoiam sua sexualidade mais do que ele pensava que iriam.
         — Bem, a louça é por conta de vocês rapazes. — Maia exclama enquanto puxa uma uva do cacho. — Quero dizer, Justin e Dylan, eu e Rob temos compromisso.
         — Nós temos? — Rob a encara surpreso.
         — Sim. — ela levanta e estica o braço — Vem comigo.
          Dylan sorri e eles se levantam. Maia me encara.
        — Cam?
        — Vou ficar. — sorrio — Acho que esses dois aqui vão precisar de uma ajuda.
        Maia meneia a cabeça e sai com Rob logo atrás. Pego um cacho de uva.
        —  Vocês não vão me ajudar com a louça.  — Dylan exclama.
        — Claro que vamos. — exclamo o encarando.
         — Não vão. — Dylan levanta — Posso lidar com algumas louças.
         Ele se levanta e dá uma piscadela. Sei o que está fazendo.

        — O que está te incomodando?
        — É a segunda vez que me pergunta isso hoje.
        — Eu sei. — Justin sorri, olhando para casa que daqui de cima parece minúscula — E não vou parar de perguntar até que pare de te incomodar. — ele me encara — O que posso fazer?
        Pressiono os lábios e levanto os ombros. 
       — Nada. — falo com a voz embargada — Ainda temos 96 horas.
       Ele pega minha mão e sinto seu toque correr por todo meu corpo. Por um momento acho ele vai falar alguma coisa mas ele não fala, em vez disso me puxa para mais perto e me abraça. Sorrio. Fico feliz que não tenha falado.

The Second ChanceOnde histórias criam vida. Descubra agora