— O que você está fazendo? — Maia corre até o garoto que veio com Dylan, que descobri que chama Rob. — Deixa que eu faço!
Ela pega a massa da sua mão e começa a amassar, algo me diz que ela não gostou muito do garoto, já que está gritando com ele desde que chegou, mas essa é Maia. Levanto do sofá e vou até Rob.
— Tudo bem, eu ajudo ela. — dou um sorriso amigável e ele retribui com o mesmo, saindo da cozinha.
Pego o tomate e começo a cortar ao lado de Maia.
— O que está acontecendo? — sussurro olhando para trás para ter certeza que Rob não esteja ouvindo.
— Tudo que peço pra ele fazer, ele faz errado. — ela responde sem ter o mesmo cuidado que eu — Sem contar que é um preguiçoso.
— Talvez ele esteja envergonhado. — dou uma pause e coloco os pedaços de tomate na vasilha — Dylan falou que ele era seu primeiro namorado gay e que também era a primeira experiência gay de Rob, talvez seja isso.
Maia dá de ombros e coloca a massa na forno. Depois vira para mim.
— Talvez eu esteja envergonhada. — exclama me encarando — Quero dizer, o garoto que achei que amava, na verdade amava a minha melhor amiga e agora está com você. E não estou julgando, quem dera eu tivesse um relacionamento como o de vocês, amo vê-los juntos. Mas — ela me encara e pressiona os lábios — eu nunca vou ter isso.
— O que? Não fala isso. — vou até ela e a abraço — Você é garota mais maravilhosa que eu já conheci, qualquer um teria sorte de ter você. Você vai arranjar alguém que te ame, até melhor que eu e Justin.
Ela dá um sorriso fraco e na mesma hora Dylan entra na cozinha e vai até a geladeira, pegando uma garrafa de água.
— Dylan. — Maia exclama antes dele sair, ele vira e a encara — Fala ao Rob que disse desculpa.
Pela cara de Dylan, ele não entende muito bem mas parece entender o recado, meneia a cabeça e desaparece pela porta. Maia suspira fundo e pega 12 laranjas.
— Não fica triste, ok? Estou aqui com você. — ela me encara e sorri — Agora, em vez de usar o espremedor elétrico, vamos espremer todas as laranjas.
Ela faz careta mas aceita, dou um sorriso e começamos a espremer as laranjas.
Por volta das duas a lasanha, o suco e a salada estão prontos e colocados em cima da mesa. Saio do chuveiro e penteio o cabelo ainda molhado, em seguida saio do quarto e vou para a mesa no jardim.
Maia está arrumando os guardanapos na mesa e Justin, Dylan e Rob já estavam se servindo. Sentei ao lado de Maia e na frente de Justin, servindo-me de um pedaço pequeno de lasanha — comparado ao prato de Justin e Dylan. Maia fez o mesmo, provavelmente reparando a diferença.
Apesar de o clima não parecer bem quando sentei, alguma coisa parece mudar. Dylan lança uma piada sem graça mas todos riem, em seguida, Maia faz perguntas pra Rob e me inclui, todos começam a conversar, até Justin. Ele está sentado ao lado de Dylan e estão conversando alguma coisa sobre carros e motos.
Descobri que Rob é filho único e mora a um quarteirão de mim, seus pais apoiam sua sexualidade mais do que ele pensava que iriam.
— Bem, a louça é por conta de vocês rapazes. — Maia exclama enquanto puxa uma uva do cacho. — Quero dizer, Justin e Dylan, eu e Rob temos compromisso.
— Nós temos? — Rob a encara surpreso.
— Sim. — ela levanta e estica o braço — Vem comigo.
Dylan sorri e eles se levantam. Maia me encara.
— Cam?
— Vou ficar. — sorrio — Acho que esses dois aqui vão precisar de uma ajuda.
Maia meneia a cabeça e sai com Rob logo atrás. Pego um cacho de uva.
— Vocês não vão me ajudar com a louça. — Dylan exclama.
— Claro que vamos. — exclamo o encarando.
— Não vão. — Dylan levanta — Posso lidar com algumas louças.
Ele se levanta e dá uma piscadela. Sei o que está fazendo.— O que está te incomodando?
— É a segunda vez que me pergunta isso hoje.
— Eu sei. — Justin sorri, olhando para casa que daqui de cima parece minúscula — E não vou parar de perguntar até que pare de te incomodar. — ele me encara — O que posso fazer?
Pressiono os lábios e levanto os ombros.
— Nada. — falo com a voz embargada — Ainda temos 96 horas.
Ele pega minha mão e sinto seu toque correr por todo meu corpo. Por um momento acho ele vai falar alguma coisa mas ele não fala, em vez disso me puxa para mais perto e me abraça. Sorrio. Fico feliz que não tenha falado.
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The Second Chance
Teen FictionO que você faria se descobrisse que um ano da sua vida foi apagado? O que faria se reencontrasse o amor da sua vida mas não lembrasse? O que faria se a vida te desse uma segunda chance? A aceitaria? Ou a desprezaria? E se tivesse outra chance para...